Notícias André Savazoni 10 de agosto de 2019 (0) (277)

Altobeli conquista a medalha de ouro nos 3.000 m com obstáculos em Lima

O Brasil conquistou mais três medalhas neste sábado (dia 10) no torneio de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Estádio de La Videna, no Peru. Ganhou ouro com Altobeli Santos da Silva, nos 3.000 m com obstáculos, prata com Augusto Dutra, no salto com vara, e bronze como Eduardo de Deus, nos 110 m com barreiras.

Com a campanha deste sábado, a Seleção Brasileira soma 16 medalhas (seis de ouro, seis de prata e quatro de bronze), superando a campanha de Toronto-2015, quando o Brasil conseguiu 13 pódios (2 de ouro, 5 de prata e 6 de bronze).

O paulista Altobeli (Pinheiros) conquistou a sexta medalha de ouro do Brasil de forma indiscutível. O corredor, que já havia conquistado a medalha de prata nos 5.000 m, venceu os 3.000 m com obstáculos, com 8:30.73, liderando a prova de ponta a ponta.

“Estou muito feliz. Parece que estava correndo no Brasil, de tanto apoio da torcida. Puxei o tempo todo, na frente”, comentou o atleta, nascido em Catanduva, a 3 de dezembro de 1990. “Recebi orientações do meu técnico, mas durante a prova você tem de fazer opções. É uma emoção única ganhar um ouro. Treinei muito, com o meu técnico Clodoaldo Lopes do Carmo, e fiz minha preparação final no CNDA, da CBAt, em Bragança Paulista. Os 3.000 m com obstáculos são a minha melhor prova, sabia dos resultados de meus adversários e sabia que tinha de ir para cima.”

O colombiano Carlos Andrés San Martin terminou com medalha de prata, com 8:32.24, seguido do peruano Mario Alfonso Bazan, com 8:32.34.

PRATA. No salto com vara, o paulista Augusto Dutra (Pinheiros) confirmou a boa fase da temporada para levar a medalha de prata, com 5,71 m. Ele buscou até a última tentativa melhorar o resultado, mas não conseguiu. O ouro ficou com o norte-americano Christopher Nilsen, com 5,76 m. O bronze foi para Clayton Fritsch, também dos Estados Unidos, com 5,61 m. Já o campeão olímpico Thiago Braz terminou na quarta colocação, com 5,51 m.

“Estou feliz com o pódio no meu primeiro Pan. Queria o ouro, que me escapou por muito pouco. Estou acertando a corrida e as varas em função do Mundial de Doha. Estou usando uma vara diferente, que pode me levar mais alto, e em algumas tentativas acelerei muito antes da hora.”

Thiago Braz, recordista olímpico e sul-americano com 6,03 m, deixou o estádio com “uma sensação ruim”. “Competi com 20 passadas, já pensando no Mundial de Doha, mas não consegui encaixar a corrida. Vamos tentar acertar tudo até o Mundial, no final de setembro.”

BRONZE E QUEDA. Nos 110 m com barreiras, Eduardo de Deus (Orcampi Unimed) conquistou a medalha de bronze, com 13.48 (1.8). Já o favorito Gabriel Constantino bateu na sexta barreira e caiu, quando liderava a prova. Saiu do estádio em cadeiras de rodas para o departamento médico.

“O objetivo era o pódio duplo, mas infelizmente o Gabriel caiu. Não gostei de meu tempo. A medalha, porém, é ótima, tive de me jogar na chegada. A minha saída não é boa, faço muita força do meio para o fim da prova. Treino muito para superar a deficiência”, comentou o atleta de 23 anos, que treina com Katsuhico Nakaya.

Shane Brathwaite, de Barbados, garantiu a primeira medalha de ouro de seu país na competição, com 13.31, e o norte-americano Freddie Crittemden conquistou a prata, com 13.32.

Outra contusão de atleta ocorreu no salto triplo, com Alexsandro Melo, que sentiu dores no pé direito, depois do segundo salto. Após a terceira tentativa, o atleta conhecido como Bolt abandonou a prova, ficando em oitavo lugar, com 16,23 m (-2.0).

“Ele teve uma entorse no tornozelo”, confirmou o médico André Guerreiro. Tanto Bolt como Gabriel Constantino iriam passar por avaliações na Vila Pan-Americana.

Almir Cunha dos Santos, o Almir Junior, vice-campeão mundial indoor 2018, sentiu falta de ritmo, depois de uma contusão sofrida em Estocolmo, na Suécia, terminando em quarto lugar. “Só me resta pedir desculpas. Trabalhei muito, me dediquei muito, tive todo o apoio, mas não consegui acertar os saltos”, disse, quase chorando.

O pódio teve o norte-americano Omar Craddock como campeão, com 17,42 m (-0.4), e os cubanos Jordan Diaz, com 17,38 m (0.1) e Andy Diaz, com 16,83 m (-0.5).

No lançamento do martelo, Mariana Grazielly Marcelino terminou em quarto lugar, com 66.15. “Estou feliz porque trouxe o nome do Brasil para o Pan-Americano no martelo. O objetivo era tentar quebrar o meu recorde brasileiro e ficar entre as cinco primeiras. Não consegui o recorde, mas terminei em quarto”, lembrou a catarinense de 27 anos.

O pódio foi formado pelas norte-americanas Gwendolyn Berry (74,62 m) e Brooke Andersen (71,07 m) e pela venezuelana Rosa Rodrigues (69,48 m).

Outro quarto lugar foi obtido nos 3.000 m com obstáculos, com Tatiane Raquel da Silva, com 9:56.19. Simone Ponte Ferraz terminou em oitavo, com 10:11.04. O pódio teve a canadense Lynn Lalonde (9:41.45), recorde do Pan-Americano, a norte-americano Marisa Howard (9:43.78) e a argentina Belem Casseta (9:44.46).

Os Jogos Pan-Americanos de Lima terminam neste domingo (dia 11), com a disputa das duas provas dos 50 km em marcha atlética, reunindo três brasileiros: Caio Bonfim, prata nos 20 km, e Elianay Santana e Viviane Santana Lyra.

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