O paulista Alison Brendom dos Santos (Pinheiros), de apenas 19 anos, conquistou na noite desta quinta-feira (dia 8) a segunda medalha de ouro do atletismo brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Estádio de La Videna, no Peru.
O atleta completou os 400 m com barreiras em 48.45, quebrando pela quinta vez nesta temporada o recorde sul-americano sub-20 e reafirmando o índice para o Mundial de Doha e a marca mínima exigida pela IAAF para a Olimpíada de Tóquio, em 2020.
Alison, medalha de ouro na Universíade de Nápoles, na Itália, e no Campeonato Pan-Americano Sub-20 de San José, na Costa Rica, entre outras competições, entrou como favorito na final. O dominicano Juander Santos ainda caiu na última barreira.
O brasileiro correu focado até a linhada de chegada, deixando o norte-americano Amere Lattin (48.98) e o jamaicano Kemar Mowatt (49.09) em segundo e em terceiro lugares.
“Estou muito feliz e dedico a vitória ao meu técnico (Felipe de Siqueira) e à minha mãe, Sueli, que pode esperar mais de seu filho”, comentou, emocionado, com a bandeira brasileira nas costas. “As condições climáticas não ajudaram no Pan, mas deixo a competição extremamente feliz. Estou vivendo um ano maravilhoso. Não achava possível correr a prova este ano em 48 segundos. Achava impossível e agora vejo que o impossível é possível.”
O corredor, campeão sul-americano sub-20 dos 400 m, não sabe até onde pode chegar. “Vou continuar treinando forte e buscando sempre melhorar”, lembrou o atleta, que carrega cicatrizes na cabeça e no corpo de um acidente do lar, quando virou uma panela de óleo quente quando tinha apenas 10 meses. Ficou muitos meses hospitalizado. “Cada corrida tem sido uma surpresa e um recorde. Estou constante e isso me dá mais confiança ainda para o Mundial de Doha. Dá para entrar nas provas sem abaixar a cabeça para ninguém.”
Ele começou no atletismo em 2014, quando na escola em que estudava em São Joaquim da Barra (SP) os professores queriam indicar atletas para iniciarem a prática do esporte no Instituto Edson Luciano Ribeiro, dono de duas medalhas olímpicas. Alto e bem coordenado, passou a fazer parte da equipe sob orientação de Ana Cláudia Fidélis.
Em pouco tempo, Alison já conseguia resultados nos 400 m e nos 400 m com barreiras. Tanto assim que em 2017 integrou o revezamento 4×400 m misto, campeão no Mundial Sub-18 de Nairóbi, no Quênia. Em 2018, ganhou a medalha de bronze nos 400 m com barreiras do Campeonato Mundial Sub-20 de Tampere, na Finlândia, com 49.78.
Outras finais. No heptatlo, Vanessa Spindola terminou em quinto lugar, com 5.868 pontos. A cubana Adriana Rodríguez ficou com o ouro, com 6.113 pontos, seguida da norte-americana Annie Kunz (5.990) e da colombiana Martha Araújo (5.925)
Allan Wolski ficou em quinto lugar também na final do lançamento do martelo, com 73,25 m. O pódio foi formado pelos chilenos Gabriel Kerh (74,98 m) e Humberto Mansilla (74,38 m) e pelo norte-americano Sean Donnelly (74,23 m).
No salto em altura, Valdileia Martins obteve outra quinta colocação, com 1,84 m. O pódio teve Levern Spercer (LCA) – 1,87 m, Priscilla Frederick (ANT) – 1,87 m, e Kiberly Willianson (JAM) – 1,84 m.
Já Carlos Oliveira Santos terminou em sexto lugar nos 1.500 m, com 3:44.47. Em uma chegada sensacional o mexicano José Carlos Villarreal garantiu o ouro, com 3:39.93, seguido do norte-americano John Gregorek, com 3:40.42, e do canadense William Paulson, com 3:41.15.
No salto com vara, Juliana de Menis Campos terminou na oitava posição, com 4,10 m. A cubana Yarisley Silva levou o ouro, com 4,75 m, a melhor marca da temporada, seguido da norte-americano Kathryn Nageotte, com 4,70 m, e do canadense Alysha Newman, com 4,55 m.
Bom resultado e índice olímpico. Nas semifinais dos 200 m, Vitória Rosa, bronze nos 100 m, passou à final desta sexta-feira (dia 9), com a melhor marca entre as classificadas, com 22.72 (0.4), recorde pessoal (o anterior era de 22.73) e o terceiro melhor da história no Brasil. “É meu primeiro Pan e a sensação é maravilhosa. Não esperava essa marca, mas já que consegui o objetivo é melhorar. Nunca fico satisfeita”, afirmou. A marca é índice para o Mundial de Doha, no Catar, e supera os 22.80 exigidos pela IAAF para a Olimpíada de Tóquio, em 2020.
A juvenil Lorraine Martins ficou em terceiro lugar na segunda série semifinal, com 23.74 (0.0) e acabou não passando para a final. O mesmo ocorreu nas semifinais masculinas. Jorge Vides e Derick Souza, que correram nas vagas dos titulares Paulo André Camilo de Oliveira e de Gabriel Constantino, terminaram na quarta colocação e ficaram fora da final. Jorge correu a série em 20.80 (0.4), enquanto Derick completou a prova em 20.76 (-0.9).
O atletismo do Brasil ganhou até agora com 9 medalhas, sendo duas de ouro, quatro de prata e três de bronze. A primeira de ouro foi na quarta-feira (dia 7), com Darlan Romani, no arremesso do peso.