Com o tempo de 20.66, o brasileiro Alan Fonteles garantiu a medalha de ouro e se tornou o homem mais rápido do mundo nos 200 m entre os biamputados. Ele derrubou o recorde do sul-africano Oscar Pistorius, de 21.30, obtido em setembro do ano passado, e conquistou a medalha de ouro na classe T43 do Campeonato Mundial Paralímpico, ontem, na pista de atletismo do Stade Du Rhône, em Lyon, na França.
“Sempre quis correr abaixo dos 21 segundos esta prova. Mas o plano era ser campeão mundial. Não esperava o recorde. Estou me segurando para não chorar”, disse. “Quando entrei na reta, olhei para o telão e vi que os adversários estavam distantes, passei a mirar o relógio na linha de chegada e vi os segundos passando devagar: dezoito, dezenove. Eu estava muito rápido e percebi que poderia bater o recorde. Quando olhei 20.66, a minha felicidade foi imensa”, afirmou.
Fontelles já tinha silenciado o Estádio Olímpico de Londres ao cruzar a linha de chegada exatamente na frente do sul-africano, no ano passado, na Paralimpíada. Desta vez, não teve Pistorius ao lado – o atleta está afastado das pistas desde fevereiro, acusado de ter matado a namorada Reeva Steenkamp.
Extasiado, o brasileiro aproveitou a conquista para mandar um recado para aquela que considera sua principal torcedora, a noiva, Lorranny Moura. Com os olhos marejados, ele dedicou a vitória à ela. “Ela que aguenta os meus treinos, as minhas viagens e fica no Brasil chorando de saudade. Vamos casar em 23 de novembro e quero aproveitar para pedi-la em casamento oficialmente”, disse o romântico recordista mundial dos 100 e dos 200 m, T43.
Outra vitória brasileira ontem foi da paranaense, de Maringá, Lorena Spoladore, que conquistou o ouro no salto em distância, classe T11 (cego total), Com 4,37 m, superou oito rivais e conquistou a quarta medalha do país na competição. “Foi complicado, estava bastante nervosa, os saltos não estavam saindo. Depois a gente conseguiu acertar. No final fiquei roendo os dedos esperando o salto da última adversária. Estou muito feliz. Não tenho nem palavras”, afirmou.
O primeiro hino executado no Mundial de Atletismo Paralímpico também foi o brasileiro. No sábado, na abertura da competição, Odair Santos, classe T11 (cego total), foi o mais rápido na prova dos 5.000 m. Com o tempo de 15:33.37, ele garantiu a medalha de ouro deixando para trás o atual campeão paralímpico, o chileno Cristian Valenzuela e o português Nuno Alves.
“Estou muito feliz de ter sido o primeiro medalhista do Brasil e do Mundial de Lyon. Voltei a treinar agora, no fim de fevereiro. Tive pouco tempo de preparação, mas o resultado foi muito bom”, comemorou o brasileiro, que no último Mundial, em Christchurch, na Nova Zelândia, em 2011, venceu a mesma prova.
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Foto: Divulgação Comitê Paralímpico Brasileiro
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Atleta de elite, vencedor e vibrante. Exemplo de superação, dedicação, confiança, fé. Muitos atletas tem de superar as adversidades, a falta de patrocínio, falta de verba para poderem competir em nível tão alto. Infelizmente os programas esportivos valorizam apenas o futebol.