Na semana passada foi anunciado pela organização da Maratona do Rio que as inscrições para a prova de 21km (Meia) estavam esgotadas, com 5 meses de antecedência. Isso é uma ótima notícia: o mercado de corrida vem crescendo, cada ano que passa mais pessoas querem participar da prova, legal.
Porém, poucas horas depois da organização informar que as vagas para a Meia Maratona estavam esgotadas, as vagas para a prova principal, os 42km, também acabaram. Coincidência? Será que quem queria correr a Meia e não conseguiu vaga, decidiu fazer um esforço extra e correr o dobro da distância? Acho difícil.
Ora, é fato que alguns corredores que querem correr a Meia, ao se deparar com vagas esgotadas, se inscrevem na Maratona, e correm a Meia tranquilamente, sem nenhuma fiscalização ou penalização.
Senão vejamos: no ano passado 4.311 pessoas completaram a Maratona, sendo que as 6.500 vagas estavam esgotadas, ou seja, apenas 66% dos inscritos completaram a prova. Esse número é muito baixo quando comparado com outras provas, o que serve como indicação de que algumas pessoas se inscreveram para a Maratona para correr a Meia, por falta de vagas nessa, dado que a procura pelos 21km é muito maior.
Se queremos mesmo desenvolver o mercado de maratonas no Brasil, porque não separar as provas em dias diferentes? Ou diferenciar o preço? Ou impedir a participação na prova errada, de alguma forma?
Do jeito que está, a maior maratona do Brasil acaba sendo ofuscada e prejudicada pela sua irmã menor, tendo seu crescimento limitado. Recebi relatos de corredores que, inclusive, por não conseguirem se inscrever, vão mudar os planos e correr outras maratonas, como Buenos Aires, por exemplo. Depois, quando olhamos as estatísticas de corredores brasileiros no exterior (veja 2013 aqui e 2014 aqui), não sabem porque tantas maratonas no exterior tem mais brasileiros que as nossas provas locais.
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