POR Dra. BEATRIZ CONTI NAVES | @dra.beatrizconti
A relação entre o profissional de educação física e o médico do esporte é essencial para a promoção da saúde e para o bom desempenho físico dos indivíduos. Ambos os profissionais têm como objetivo principal o bem-estar do paciente, por meio das suas abordagens e conhecimentos, que são complementares. O educador físico foca na prescrição de exercícios e na adaptação física do indivíduo, enquanto o médico do esporte avalia a saúde geral do atleta, diagnostica lesões e previne problemas relacionados à atividade física. Quando esses dois profissionais trabalham juntos, a abordagem torna-se mais completa e eficaz, proporcionando um acompanhamento integral e mais seguro ao praticante de atividades físicas.
O médico do esporte desempenha um papel essencial na análise clínica e funcional do praticante de exercícios, avaliando desde fatores metabólicos e cardiovasculares até a saúde musculoesquelética. Isso ocorre com base em exames laboratoriais, testes de esforço, avaliação biomecânica e histórico de doenças preexistentes, assim ele pode identificar condições que impactam diretamente a capacidade física e orientar sobre adaptações necessárias.
Além disso, o médico do esporte tem um papel fundamental na prevenção de doenças crônicas, auxiliando na criação de programas de exercícios personalizados que consideram limitações físicas, riscos cardiovasculares e o estado de saúde do indivíduo. Dessa forma, ele não só autoriza a prática de atividades físicas, mas também participa ativamente da estratégia de treinamento ao identificar áreas que necessitam de atenção especial.
Por outro lado, o profissional de educação física é responsável por traduzir essas informações em treinos eficazes e seguros. Ele utiliza seu conhecimento em fisiologia do exercício, cinesiologia e periodização do treinamento para elaborar programas que respeitem as condições individuais e otimizem o rendimento. Sua atuação vai além da prescrição de treinos; ele monitora a resposta do organismo ao esforço, ajusta cargas, volume e intensidade dos exercícios, garantindo uma progressão segura e evitando sobrecargas que poderiam levar a lesões. Além disso, o educador físico tem um papel motivacional e educativo, auxiliando o praticante na adoção de hábitos saudáveis e no desenvolvimento de uma mentalidade voltada para a longevidade esportiva.
Essa parceria torna-se ainda mais relevante no contexto da reabilitação de lesões. O médico do esporte diagnostica a lesão, determina o melhor protocolo de tratamento e acompanha o progresso do paciente. No entanto, é o profissional de educação física que implementa protocolos de retorno às atividades, garantindo que a recuperação ocorra de forma progressiva e segura. Para isso, ele pode utilizar estratégias como fortalecimento muscular, exercícios proprioceptivos e técnicas de recondicionamento físico, sempre alinhado às recomendações do médico do esporte. Essa interação reduz o risco de recidivas, melhora a funcionalidade do paciente e encurta o tempo de afastamento das atividades.
Em síntese, a colaboração entre o profissional de educação física e o médico do esporte garante uma abordagem multidisciplinar que é crucial para a saúde e segurança dos praticantes de atividade física. Ambos os profissionais, ao trabalharem juntos, oferecem um acompanhamento especializado, o que aumenta a eficácia dos programas de treinamento e a prevenção de lesões, melhorando a qualidade de vida e o desempenho esportivo dos indivíduos.
