20 de setembro de 2024

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História admin 2 de novembro de 2015 (0) (588)

A evolução dos métodos de treinamento

Uma coisa que corredor adora é comparar, seja o tempo final numa prova, ou em relação ao ritmo, mas, sobretudo, quanto ao treinamento. Não é raro encontrarmos, nas rodinhas de corredores, discussões acaloradas sobre qual método é o mais eficiente para cada um chegar ao tão sonhado recorde pessoal. Seria usando e respeitando a frequência cardíaca? E os intervalados? Para a maratona precisa? Ou o que importa mesmo é a quantidade de quilômetros que você soma durante a semana?
Sobretudo durante os últimos anos tem se travado uma constante "guerra" entre intensidade e volume. De um lado, uns pregam mais quilometragem, mais rodagem em ritmo de leve a moderado. De outro lado do ringue, há os que advogam por mais intensidade, mais estímulos de velocidades, ou, como chamamos costumeiramente, os "tiros". Um debate que tem uma longa história, ou seja, sobre os métodos de treinamento de corrida.
De uma maneira bem simplista podemos observar que a cada 10 a 20 anos a ênfase vai para o método intervalado, anaeróbio, para o método aeróbio, e vice-versa. Nesse período, uma nova geração de treinadores aparece e achando alguma lacuna na metodologia, não observada ou mesmo subestimada, criam uma nova, para eles inovadora.
Mas, se por um instante, eles se debruçassem sobre a história do treinamento, perceberiam que tudo já foi feito antes. Mostrar essa linha do tempo sobre a forma de melhor preparar os atletas, apresentando suas transformações bem como as principais "escolas", é o objetivo deste artigo.
Com o surgimento da Maratona Olímpica nos jogos de 1896, aumentou o interesse em saber da preparação dos atletas. Não somente os de maratona, mas também os famosos corredores de longas distâncias, que ultrapassavam a distância olímpica, hoje chamados de ultramaratonistas. Nesse momento vemos o primeiro método de treinamento para corridas de longas distâncias, baseado em baixo volume.
A base aeróbica era constituída de longas caminhadas com pouquíssimas quantidades de corrida rápida. Uma das nossas fontes da época são os diários de corrida do britânico Capitão Barclay, um dos principais atletas daquele século, correndo 100 milhas em 19 horas e correndo 1 milha a cada 1 hora, durante 1000 horas. Em seu diário de treino, nossa principal fonte, sua preparação consistia basicamente em longas caminhadas com um estímulo de velocidade de 800 metros antes do café e depois do jantar.

OS FINLANDESES. Esse modelo baseado no condicionamento do atleta quase que exclusivamente por estímulos de baixa intensidade estendeu-se até o início da década de 1920, quando o paradigma foi se transformando com o surgimento da primeira "escola" finlandesa de treinamento, intitulada "Finlandeses Voadores", por conta de atletas como Hannes Kolehmainen, Ville Ritola e sobretudo Paavo Nurmi.
Analisando a rotina do maior corredor de meia e longa distância dessa década, Paavo Nurmi, o Homem-Relógio (ele corria com um relógio na mão), que conquistou nada mais, nada menos, que nove medalhas olímpicas de ouro, já percebemos algumas diferenças no método de treinamento. Seus trabalhos ainda abraçavam alguns princípios anteriores, como a de construir uma base aeróbica, com caminhadas acima de 4 horas. A mudança substancial foi a inserção de corridas leves a moderadas com estímulos de pura velocidade. Era o início do treinamento intervalado.
Uma típica sessão de treino dos "Finlandeses Voadores" poderia consistir de 6 a 8 estímulos de 100 m no máximo das suas possibilidades, com descanso de uma corrida leve, progredindo até realizarem sessões de 600 metros. E foi dessa forma que Paavo Nurmi se tornou recordista mundial dos 1.500 metros, da milha, dos 3.000 metros e dos 10.000 metros num espaço entre 1920 a início de 1930. Esse método, à luz da Fisiologia, era uma transição do método que priorizava o aeróbio para aquele que viria valorizar os estímulos de alta intensidade, os anaeróbios.

INTERVALADOS. Foi nos anos 1930 que a "roda" dos métodos de treinamento realmente girou, e a tendência pelos intervalados veio a se estabelecer e se espalhar entre as principais cartilhas de treinamento. O fisiologista e treinador alemão Woldemar Gerschler, ao observar os treinamentos dos finlandeses e suecos, que formavam a base dos principais atletas da época, concluiu que eles renderiam melhor se aumentassem seus trabalhos de velocidade.
Criou então um sistema que até hoje é visto nas planilhas de alguns corredores, sobretudo aqueles que usam como parâmetro a frequência cardíaca. Era dado um estímulo que pudesse estressar o coração até 180 bpm, sendo que seu intervalo era até a frequência voltar aos 120 bpm, em até 90 segundos, quando, então, era dado um novo estímulo. Gerschler fazia seus atletas correrem volumes de intervalado moderado exageradamente altos aos nossos olhos, dia após dia, mas com expressivos resultados, como a do seu atleta, o também alemão Rudolf Harbig, que em 1939 bateu o recorde mundial dos 800 metros com o tempo de 1:46.6, só superado em 1955.
Logo, não era estranho ver seus atletas fazendo num dia 80 estímulos (sim, 80!) de 200 metros e no dia seguinte 100 tiros de 400 metros. Talvez não soe estranho esse último treino e se lembre do tcheco Emil Zatopek, um dos atletas mais dominantes nos anos 1950 nas longas distâncias. Ele é o principal precursor desse modelo intervalado, baseado em volumes que ultrapassavam 160 km semanais, porém com intervalados ainda não tão intensos, em ritmo submáximo.
A "Locomotiva Humana", como Zatopek ficou conhecido, era treinado pelo também tcheco Josef Hron, que embora ligado à "escola soviética", seguia os princípios da segunda geração da linha alemã, entre 1947 a 1953, baseada em trabalhos anaeróbios, mas com a diferença de centrar sua preparação na diminuição do tempo de recuperação e no aumento no número de estímulos.

ESCOLA SOVIÉTICA. A escola soviética teve seu apogeu entre 1954 a 1968 e nesse período rompeu 13 recordes mundiais nas distâncias de meio fundo e fundo. E nos Jogos Olímpicos obteve 4 medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Para afastarmos qualquer hipótese que Zatopek estivesse ligado mais à escola alemã do que à soviética, o treinamento dos soviéticos era constituído de uma a três horas por dia de treino contínuo, bem diferente do que fazia o único vencedor dos 5.000 metros, 10.000 metros e maratona na mesma Olimpíada, em 1952, em Helsinque.
No entanto, o método do fisiologista alemão não era unanimidade. Alguns atletas viam no método intervalado a melhor forma de otimizar seus treinamentos, mas não no volume, nem na velocidade preconizado por Gerschler. Exemplo maior é o britânico Roger Bannister, primeiro homem a fazer a milha abaixo de 4 minutos, em 1954, que se valia de um sistema baseado em baixo volume, contudo alta intensidade, para acima do ritmo submáximo.
Em sua biografia, Bannister afirma que ritmos mais lentos que o submáximo o entediavam. Mas a principal ideia trazida por ele, e adotada por todas as outras metodologias mais à frente é a do conceito de progressão aos estímulos. Parece até óbvio nos dias de hoje, mas era uma inovação na época a progressão de ritmo ao mesmo estímulo durante a temporada.
Na sua obsessão em buscar o sub 4 minutos na milha (1.609 m), Bannister fazia estímulos no ritmo pretendido. Um dos treinos mais conhecidos dele é o 10 x 440 jardas (cerca de 402 metros) com dois minutos de intervalo, sendo que no início da temporada, fora da condição física ideal, o treino era feito em 66 segundos, que era o máximo de sua capacidade no período, e ia progredindo gradativamente até que no pico da temporada ele conseguisse fazer abaixo de 60 segundos.

LYDIARD E AAKEN. Na entrada dos anos 1960, a roda giraria mais uma vez. Quiçá exaustos de fazerem intermináveis intervalados dia após dia, os atletas começam a achar refúgio nas ideias de Arthur Lydiard. Este era o treinador dos também neozelandeses Peter Snell e Murray Halberg, que venceram, respectivamente, os 800 m e os 5.000 m nas Olimpíadas de Roma em 1960.
Logo após a inacreditável vitória de Snell, Lydiard concedeu uma entrevista na qual afirmava que o segredo dos seus atletas estava no "treinamento sistemático, racional-cardíaco e de condicionamento com muita corrida estável, seguida por um período para elevá-los ao auge de suas condições". Estava formada assim a "escola" neozelandesa" de treinamento, que vai de 1960 a 1968.
E realmente parecia surpreendentemente eficiente, uma vez que Snell, antes da final dos 800 m tinha o perfil ideal de um cavalo azarão: era chamado pela revista Sports Illustrated, uma das publicações esportivas mais respeitadas e tradicionais em atividade, como um "completo desconhecido", sem qualquer experiência fora de seu país. Ele possuía o pior tempo dentre os finalistas, mas, segundo palavras de treinador em seu livro "Running with Lydiard", era capaz correr uma maratona após a prova e isso fazia toda a diferença.
O técnico neozelandês era da nova geração, iniciada alguns anos antes, mas ignorada pela maioria dos atletas, que contribuiu para o retorno do treinamento baseado no volume percorrido no ritmo aeróbico. Geração esta que tinha o fisiologista alemão Ernst van Aaken, fundador do método LSD – Long Slow Distance (em português Longa Distância Lentamente), que podemos entender como corridas realizadas em ritmo fraco.
É bom lembrar que Lydiard, embora tenha sido um dos principais expoentes do jogging, que seria o nosso trote, é muitas vezes confundido como o criador do LSD. Lydiard até usa tal princípio em sua periodização, mas advoga em prol do que podemos chamar de corrida estável, leia-se, nem muito devagar, nem muito forte. Mas seja em qual ritmo, trote ou corrida estável, o estímulo em baixa intensidade seria para Aaken e Lydiard o primordial na formação da base.

PERIODIZAÇÃO. Mas a maior contribuição de Arthur Lydiard foi a ideia de periodização, que seria uma junção dos conceitos de resistência e intensidade. A periodização incluía um longo período de corrida estável que acontecia antes dos atletas gradativamente irem para o período do treino intervalado, anaeróbio. Passariam por um período de treinamento em rampas, seguido do método fartlek, que é uma corrida contínua onde se alterna momento de forte e fraco. Os pressupostos de Lydiard se espalharam não somente pelos ótimos resultados entre seus atletas como também pelo seu invejável currículo, sendo treinador ou coordenador da seleção nacional da Dinamarca, México e Venezuela.
Em 1967, Lydiard é contratado para reestruturar o então decadente atletismo finlandês, que ainda assim era o principal esporte de verão daquele país. Seus anos na Finlândia foram tensos, com muita pressão da mídia, no afã de que ele conseguisse um novo Paavo Nurmi. Teve que começar do zero, formar e orientar treinadores, que foram se desenvolvendo e propagando suas ideias mesmo depois de sua saída após as Olimpíadas de 1972.
Mas já estava criada a nova escola finlandesa entre os anos 1970 e 1980, composta de campeões olímpicos como Pekka Vassala nos 800 m em 1972, em Munique, Kaarlo Maanika, bronze nos 5.000 m e prata nos 10.000 m nas Olimpíadas de Moscou em 1980, ou o maior representante dessa "escola", Lasse Viren, ouro nos 5.000 e 10.000 m em Munique, repetindo a façanha em 1976, em Montreal, onde ainda correu a maratona e terminou em quinto lugar.
Tendo como base os seus diários de treino, percebe-se claramente que Viren, embora não fosse treinado diretamente por Lydiard, sofria forte influência das ideias do neozelandês. Seu ciclo olímpico para 1972 começa três anos antes, com treinamentos feitos 100% em ritmo aeróbico. Ao passar dos anos, a percentagem de trabalho aeróbio vai sendo reduzida, chegando a 76% no período pré-Olímpiadas, exatamente como preconizava o fundador da escola neozelandesa.
Lasse Virén derrotou em Munique a grande promessa do atletismo americano daquela época, Steve Prefontaine, que era treinado por Bill Bowerman, amigo direto de Lydiard e, inclusive, trouxe as suas ideias depois de visitá-lo e se impressionar com os resultados nos anos 1960.
Bill Bowerman, assim como Lydiard, adaptou algumas ideias do período anterior, entre elas, a ênfase em progredir gradualmente a velocidade dos estímulos de velocidade, tal como Bannister fazia nos anos 1950. Assim, o treinador americano trouxe o método do "ritmo atual" e "ritmo de prova", ou, em outras palavras, treinar para chegar ao ritmo específico da prova-alvo. As ideias de Bowerman basearam a maioria esmagadora dos primeiros programas de treinamentos modernos ao longo dessas décadas, sobretudo nas palavras do seu maior profeta, James Fixx.

ESCOLA AMERICANA. A escola americana, uma derivação da neozelandesa, se formou no início e meio da década de 70, mesmo depois da precoce morte de Prefontaine em 1975 em um acidente de carro. Mas os americanos estavam bem servidos, com o americano Frank Shorter, que era considerado o "rei" das maratonas e cuja expressiva vitória nas Olimpíadas de Munique em 1972, além do contexto histórico e esportivo, foi um dos principais motivos para o surgimento de enorme interesse pelas grandes corridas, garantindo uma massificação do esporte e consequentemente o interesse da imprensa.
Shorter era corredor meticuloso que dava muita atenção às provas 10.000 m em pista e que mostrou a importância do planejamento adequado para se obter um bom resultado. Ele foi iniciante da geração americana de grandes maratonistas, como Bill Rodgers, Greg Mayer e Alberto Salazar. Nesta época os americanos reinavam sobre os 42 km e só para se ter uma ideia , colocaram-se em primeiro, quarto e quinto colocados nas Olimpíadas de 1972. Mas a roda ia girar mais uma vez.

OS INGLESES. No início dos anos 1980 houve uma "invasão britânica" no mundo das corridas de média distância, com atletas de renome como Steve Ovett, Steve Cram e Sebastian Coe. E entre esses atletas, a maior rivalidade era entre Ovett e Coe, não só nas pistas, mas como em suas filosofias de treinamento também, o que espelhava o confronto de ideias entre volume e intensidade.
Sebastian Coe, treinado pelo seu pai, Peter Coe, essencialmente se transformou no modelo do sucesso da metodologia para o baixo volume e alta intensidade. Ovett e seu treinador Harry Wilson, por sua vez, usavam mais um método em voga, que enfatizava volume, favorecendo primordialmente o desenvolvimento aeróbico. A família Coe realizava menos volume e mais treinos intensos, enquanto Wilson e outros propunham mais rodagem e apenas 2 a 3 treinos intensos por semana.
O sucesso de Sebastian Coe nas Olimpíadas de Moscou e Los Angeles tanto nos 1.500 m quanto nos 800 m, e o lançamento do livro de seu pai, falando do seu método, impulsionou muitos técnicos a aplicar seus princípios, com volumes bem menores, mas com treinos mais intensos. Em uma sociedade onde já havia arrefecido o primeiro boom das corridas, e com a crescente massa de amadores querendo não somente lazer, mas performance, a equação de Lydiard de alto volume com rodagens estáveis esbarrava no problema de tempo para cumprir tais planilhas, bem como o desgaste do volume alto com a rotina do dia a dia.
Mas o principal elemento de inovação nos métodos de treinamento foi o surgimento da tecnologia aplicada ao esporte nas décadas de 1980 e 1990. Assim, ao invés de falarmos em intensidades baseadas no ritmo atual, ritmo pretendido, ou porcentagens de melhores tempos e esforços, passamos a falar em "zonas": a de VO2max, limiar aeróbico, limiar anaeróbico, entre outras siglas fisiológicas. A partir de então, deu-se adeus a simples progressão dos treinos e, ao invés disso, se focou nas "mágicas zonas".

ITALIANOS E PORTUGUESES. Na esteira desse desenvolvimento tecnológico surge a escola italiana de atletismo, na segunda metade da década dos anos 1980. De início com Orlando Pizzolato e seu bicampeonato em Nova York (1984 e 1985), seguido por Giani Polli e então com Bordin, terceiro colocado no Mundial de Atletismo em 1987 e campeão Olímpico em 1988, além de outros resultados incríveis, os italianos também dominaram nas provas de pista, com Alberto Conci, Steffano Mei, Salvador Antiro e Francesco Panetta.
É uma escola que se valia muito de toda tecnologia que a ciência tinha na época para analisar o atleta, ou seja, todas as técnicas possíveis de um laboratório são utilizadas. Medidas diretas de capacidade aeróbia, Vo2, ácido lático, concentrações de limiar anaeróbio e estudo da biomecânica com possíveis alterações para desenvolver a economia da corrida são realizadas nos atletas, com o objetivo de aproveitar o máximo de potencial de cada um. E assim, todo o plano de treinamento, como volume, velocidade e frequência, têm como base os resultados destes testes.
Mas se nas décadas anteriores, as mudanças eram radicais, tendendo ou para o volume ou para a intensidade, agora a roda já não girava tão mais rápido. Vê-se um meio termo nas principais escolas europeias dos anos 1980, como a portuguesa de Carlos Lopes, vencedor da Maratona Olímpica de Los Angeles, marcando um breve período de domínio português nas provas de fundo com, além de Lopes, Fernando Mamede e a estrela Rosa Mota, campeã Olímpica de Maratona em Seul 1988 e do Mundial em Roma um ano antes.
Sua metodologia também preconiza o trabalho de base, focando na resistência, volume maior de trabalho em baixa intensidade em solo variado, participação em provas de cross country nos primeiros meses do ano para só então irem para a pista desenvolver velocidade e juntar resistência e velocidade, acertando as arestas no período pré-competitivo.
Encontramos ainda exceções, focos de resistência, sobretudo para o lado do volume. Exemplo é a escola asiática, que a princípio composta de corredoras japonesas, mas que logo ocupou todo o continente. Os destaques eram T. Seko e o campeão mundial em 1991, H. Tanigushi. E para não falar só dos japoneses, há os coreanos Hwang, Lee e as chinesas de um modo geral. Seu método vai bem na linha radical de Arthur Lydiard: altíssimos volumes semanais, alguns trabalhos de repetição visando a coordenação neuromotora e treinos longos – muito longos.
Já nos anos 1990, a ideia de uma milhagem tão alta assim parece meio ultrapassada. Mas não para o técnico coreano, que após as Olimpíadas de 1992 em Barcelona, com a mesma confiança de Lydiard em Roma em 1960, disse "Com este trabalho conseguimos as medalhas de ouro e prata nas Olimpíadas de 92 e com este trabalho temos hoje na Coréia cinco corredores com tempos abaixo de 2h10, todos com menos de 25 anos";

ENDURANCE. Nos anos 2000, o "endurance" se torna o grande grão-mestre dos treinos. Endurance, brevemente, é a capacidade de um grupo muscular executar contrações de forma repetida por um tempo indeterminado, baseado na sua condição aeróbica atual. E nos anos 2000 essa receita, nada nova de treino de endurance com trabalho aeróbico em alto volume tem sido predominante nos países africanos.
Mas é bom não generalizar, uma vez que cada atleta (e sua equipe) do Vale do Rift (Quênia) tem seu treinador próprio, e alguns nem isso, como, por exemplo, Geofrey Mutai, campeão nas principais maratonas e que conseguiu 2:03:02 em Boston 2011, recorde mundial não homologado.
Mas aos poucos, sobretudo com o surgimento da Internet, "novas" ideias vêm competir com esse emaranhado de métodos, ciclos, e escolas de treinamento. Já observamos atualmente que alguns conceitos abandonados nos anos 1980 passaram a voltar, ainda que timidamente, a ideia de progressão, não ficando exclusivamente trancado nas "zonas mágicas".
A história prevê o futuro? Não! Mas o modelo HIIT (ou Tabata, como queiram) de tiros curtos em alta velocidade tem sido largamente difundido como novo método "revolucionário" de condicionamento físico. Mas, um momento! Esse HIIT não é parecido com o modelo alemão lá da década de 30? Na dúvida, use a história como seu guia.

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