Sempre pratiquei esportes. Desde criança. Seja na escola, na rua, em parques, clubes, churrascos… Como a maioria das crianças, pensei em seguir carreira ligada ao esporte. No vôlei, com 1,69 m, só se fosse de gandula! Nem havia o líbero. O futsal era uma alternativa. No futebol, seria somente mais um. Sem ilusões nesse caso. Mas sempre chega aquela bifurcação: de um lado, o estudo, do outro, tentar algo que não sabe no que dará… Fiquei com a primeira opção.

Na época de ir para o vestibular, uma dúvida: jornalismo ou educação física. Áreas totalmente opostas, é verdade, mas de afinidades por fatores diferentes e ao mesmo tempo iguais. Pelo menos pessoalmente. Porém, sempre há aquela análise do mercado, do futuro, das opções… hoje, o campo da educação física é completamente aberto, mas há 22 anos, no “longínquo” 1991, era bem diferente.

De outra forma, do lado de fora, consegui ter a vida profissional também ligada ao esporte. Em janeiro, completo 20 anos trabalhando com jornalismo diariamente. Em boa parte dessas duas décadas, especialmente na área de esportes. E, há mais ou menos cinco anos, ao incluir a corrida como estilo de vida e, depois, de trabalho, por meio da Contra-Relógio, fui indo longe. Tanto em distância quanto em sonhos.

Conheci lugares e pessoas somente possíveis pela corrida. E isso inclui os benefícios para a família, que adora as viagens. Nunca tinha tido vontade de ir a Disney, nem me imaginava lá. Mas descobri um lugar incrível e, como evento, imperdível e sem igual a tudo o que já vi. Para citar um evento. Bombinhas, Boston, Nova York, Punta del Este, Ilha do Mel, Paranapiacaba, Boiçucanga, Porto Alegre, Foz do Iguaçu… foram alguns dos lugares para onde a corrida me levou. Alguns deles.

Outros, revisitei, com um olhar diferente, e passando por pontos (ou regiões) proporcionados apenas pelos percursos das provas, como Buenos Aires, Praia Grande e Rio de Janeiro.

Agora, novamente por meio da corrida e do jornalismo, chegarei a um lugar que descobri a sua existência, há uns 25 anos, nos estudos de geografia, sempre sonhei em conhecer: Ushuaia, o “fim do mundo”, no extremo sul da Argentina. E, o melhor: será correndo 42 km e tendo uma visão completamente diferente (com um contato direto) do que “somente” passeado. Em abril, no Mountain Do. É mais um lugar, esse para lá de especial, que a corrida está me levando. Em distância e em sonhos. Ou melhor, logo, em realidade!