Impulso zMais notícias Luciano Martins 13 de dezembro de 2024 (0) (202)

A corrida e o monitoramento do diabetes

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POR LUCIANO MARTINS | @luciano_vmartins

Atualmente, estima-se que aproximadamente 830 milhões de pessoas no mundo estão vivendo com diabetes. Já no Brasil, estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas possuam diabetes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essa é uma quantidade alarmante, considerando que em 1990 havia apenas 200 milhões de pessoas com a doença no mundo.
A prevalência tem aumentado mais rapidamente em países de baixa e média renda em comparação com países de alta renda.
O aumento da diabetes é atribuído a vários fatores, como:

  • Obesidade: um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, faz aumentar as taxas glicêmicas;
  • Estilo de vida sedentário: A falta de atividade física é um fator importante;
  • Dieta inadequada: O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e gorduras saturadas, contribui para o desenvolvimento do diabetes;
  • Fatores genéticos: Embora a genética desempenhe um papel, o ambiente e o estilo de vida também são cruciais.

Desta forma, é essencial promover estilos de vida mais saudáveis e melhorar o acesso aos cuidados de saúde para combater essa tendência. A corrida pode ser uma excelente atividade física para pessoas com diabetes, mas é importante tomar alguns cuidados especiais para garantir segurança e eficácia durante o exercício.
Aqui estão algumas dicas:

  • Monitoramento da glicemia: Verificar os níveis de açúcar no sangue antes, durante e após a corrida para evitar hipoglicemias (baixo nível de açúcar) ou hiperglicemias (alto nível de açúcar);
  • Alimentação adequada: Consumir carboidratos de rápida absorção antes e durante a corrida para manter os níveis de energia estáveis;
  • Ajuste de insulina: ajustar a dose conforme necessário para evitar flutuações nos níveis de glicose;
  • Treino gradual: Começar devagar e aumentar gradualmente a intensidade e a duração da corrida para permitir que o corpo se adapte fisiologicamente;
  • Consultas médicas: Consultar regularmente o médico para monitorar a saúde e ajustar o plano de exercícios conforme necessário.

Correndo com o Libre

A corrida pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir os níveis de açúcar no sangue e melhorar a saúde cardiovascular. Foi por este motivo que iniciei a correr, queria alguma atividade física que me desse prazer. Encontrei isso na corrida de rua, fui do zero até a maratona. O que acabou me levando para o triathlon também, esporte que realizo até hoje.

Teve épocas que tinha dificuldades em realizar o monitaramento da glicose, não gostava de praticar a atividade física carregando um glicosímetro (aparelho para medir o nível de açúcar no sangue). Sendo assim, media antes de iniciar a atividade e após.

Durante a realização sempre foi algo mais complicado, tinha mais era a sensação de como estava durante os treinos, e fazia uma correção sem saber ingerindo gel de carboidratos de tempo em tempos. Neste período que possuo diabetes, surgiram novos métodos de medições, mas eu tinha receio com a mudança e com minha adaptação. Testei novas tecnologias com resistência ainda.

Porém neste ano, para promover um maior cuidado e facilidade para mim, decidi testar novamente e me adaptei muito bem ao produto. Trata-se de uma tecnologia que você aplica um sensor na parte de tras do braço, ou seja, no biceps, e você através de um aparelho em cojunto com o dispositivo ou através do próprio celular monitora a glicemia sem precisar ficar o dedo, método utilizado pelo glicosímetro.

Esse sistema de monitoramento de glicose utiliza um sensor aplicado na pele para medir os níveis de glicose no sangue de forma contínua. Ganhei agilidade no processo de monitoramento e também facilidade. Ainda é um produto caro, como tudo que é relativamente novo. Meu ano de provas foi bem legal este ano, fiz diversas provas no Brasil e também no exterior. E em todas eu me programava para estar com o sensor. Na viagem, por exemplo, o dispositivo sempre presente na pele, realizando as medições fazia com que eu conseguisse de forma ágil e discreta medir a glicose em qualquer lugar.
Durante os treinos e provas de corrida tinha noção exata do que fazer, se precisava ingerir carboidratos ou não. O tratamento da diabetes ganhou um ótimo aliado. Achei bem interessante eu poder correr sabendo no exato momento como está minha glicemia.

Na Meia Maratona de Buenos Aires, por exemplo, tive um episódio de queda de açúcar, que foi rapidamente resolvido com a verificação em tempo real.

Com o tempo aprendemos a conhecer as reações fisiológicas do nosso corpo. Treinei muito tempo sem esse tipo de dispositivo, mas notei que ele ajuda bastante. É importante testar, repetir os testes novamente para realmente verificar se você se adapta.
E nada disso funciona sozinho, é necessário ter uma rede de apoio com os médicos de confiança, nutricionistas, treinadores, etc.

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