20 de setembro de 2024

Contato

Blog do Corredor André Savazoni 28 de fevereiro de 2014 (10) (110)

A corrida de rua e o comportamento do brasileiro

O pensamento é muito comum. Bem mais do que gostaríamos.

Adora criticar o governo, colocar a culpa de tudo o que ocorre em quem está no comando. Compartilhar mentiras como se fossem verdades. Sem no mínimo ler ou pensar. Escreve nas redes sociais que não elegeu A ou B. Mas nem se recorda em quem votou para deputado estadual, federal, vereador… ou seja, conhece muito bem o sistema de governo brasileiro!

Se pode sonegar impostos, não pensa duas vezes. O Imposto de Renda que se dane.

Furar fila, então… Beber e dirigir, qual o problema? Foram só dois chopes ou duas taças de vinho. Ou até mais, mas estou ótimo.

Radar de velocidade? É só acelerar entre eles e frear um pouco antes dos equipamentos. Para quê parar em semáforo vermelho ou privilegiar o pedestre nas faixas de segurança? Ligar seta, ser educado? Placa de pare, serve para o que mesmo? Se você questiona, ouve um: “Ah, não me venha com esse papo”. Isso porque é melhor não escrever algumas palavras aqui no blog.

Quando a decisão me interessa, vai ao encontro dos meus pensamentos, tudo é maravilhoso. Se não concordo, houve sacanagem, roubo, interesse, dinheiro envolvido… e os mitos vão sendo criados.

Por que pagar inscrição se posso correr de “pipoca” e pegar medalha no final? Acha que está fazendo um “protesto”, mas desrespeita quem está ao lado e concordou com as regras. Pegar o chip ou número de outro? Usar o “avô” ou a “avó” para ter 50% de desconto e sacanear um direito recente dos idosos, de quem realmente precisa e merece? Tudo isso é “legal”, motivo de “comemoração”. E isso inclui organizadores que não respeitam os clientes, ou melhor, os corredores.

O pior de tudo: sempre se acha com razão. É capaz de disparar inúmeros argumentos, a maioria, sem fundamento algum ou facilmente derrubáveis do ponto de vista ético. Para não se aprofundar na questão legal.

A corrida de rua é exatamente o exemplo do comportamento do brasileiro. Sem tirar nem pôr. Não sei porque muitos ficam tão indignados. É só olharmos ao nosso redor, que a explicação “cai no colo”. Infelizmente.

Veja também

10 Comments on “A corrida de rua e o comportamento do brasileiro

  1. Concordo, e é dos dois lados.
    Será que as camisetas de corrida não seriam uma forma de venda casada, por exemplo?
    http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10

    E as corridas de 5K/10K que não tem a distância exata.
    Mas você já escreveu sobre isso antes.

    Enfim, precisamos de mais pessoas se indignando pra ver se algo muda.

    ———————–

    Quanto às camisas, Adolfo, pode realmente ser, mas não conheço a legislação a fundo.
    Sobre as provas sem a distância exata, cabe ao organizador informar e aos corredores cobrarem a informação.

    Abraço
    André

  2. Infelizmente André o seu relato é uma verdade e “nosso” descaso com as regras mais comuns se tornou rotina. Nas corridas esse comportamento desrespeitoso se repete pelos corredores e principalmente pelos organizadores q visam o lucro e distribuem provas em todos os finais de semana, repetindo trajetos e oferecendo serviços de qualidade duvidosa com preços elevados.

  3. O Brasileiro ….
    Concordo plenamente com as palavras do Baú.
    Quanto ao Organizadores visarem Lucros, isso é mais do que normal, quem de nós trabalha de graça ? Se você pudesse definir o seu salário, o quanto você acharia que seria suficiente ??? Quanto ao excesso de provas, descordo, pois, quando comecei a correr, queria participar de todas …. agora me programo e faço somente aquelas que acho necessárias … preciso descansar e treinar … …. tem público para todas …. quanto aos trajetos, aí sim concordo, poderiam sim, os organizadores se mobilizarem para fazer algo melhor, ou seja, privilegiar ruas sem muitos buracos, onde o asfalto é de qualidade, e tenhamos fácil acesso e saída …. é difícil, mas dá para mudar …. Quanto a pipoca, sem comentários … eu acho que todos devem ter o direito de participar, e ter direito ao acesso ao esporte …. podem muito bem os organizadores realizarem diferentes tipos de inscrições …. somente chip … chip e camiseta … kit completo …. kit completo com acesso a área vip …. organizar melhor as largadas, por tempo comprovado …. etc

  4. Concordo em gênero, número e degrau.
    O que eu acho mais bonito em tudo isso são os “xiitas” que defendem com ofensas e pedras que “os outros” são bandidos nas corridas mas dirigem pelas ruas sem ser devidamente habilitado ou outras barbaridades ainda piores.
    Na corrida são bandidos, no próprio espelho tem um santo.

    Educação é a chave para tudo.
    Sem educação não existe respeito e assim segue o jogo.
    Abraço
    Colucci

  5. Sem contar aqueles que correm até com número, mas dão o chip para alguém mais rápido….só para ter uma classificação melhor, principalmente em provas com premiação por categoria ou que tenha um circuito c/ premiação tipo Ranking Corpore. Se a prova não é filmada…..difícil pegar!!! Como a pessoa consegue se enganar dessa maneira???

  6. Situações que, na maioria das vezes, eu presencio, todas as vezes que eu visito São Paulo (capital) e que as mesmas eu não vejo ocorrem aqui na capital do Rio de Janeiro.

    Ao utilizar escadas rolantes ou não rolantes, de shoppings e de estações de Metrô, seja qual for o bairro, os paulistanos, meio que por “instinto”, se posicionam à direita da escada. No início da escada há uma sinalização para que se pratique tal atitude mas duvido muito que foi por leitura que este hábito se tornou mais do que o normal.

    Para início, como posso entender este gesto de civilidade e o mesmo não ocorrer em corridas de rua onde os paredões humanos é uma constante??? Apenas para citar um problema.

    Usufruto da hidratação e das medalhas pelos “pipocas”:
    Eu, como a maioria das pessoas, falo na falta de educação. Mas será mesmo a questão de educação??? Algumas reflexões feitas recentemente, após consultar conceitos.

    ===============================================
    Educação, elegância, trato amabilidade, polidez, cortesia, civilidade, delicadeza, afabilidade, urbanidade, gentileza
    O contrário é:
    Ignorância,arrogância, rusticidade, grosseria, impolidez, rudeza, boçalidade, brutalidade, indisciplinação, estupidez
    ===============================================
    Honestidade, franqueza, verdade, probidade, veracidade, sinceridade, lisura
    O contrário é:
    Desonestidade, fingimento, desonradez, indignidade, duplicidade, falsidade, indecorosidade, fraude
    ===============================================

    Se eu não estiver equivocado, você se posicionar à direita ou não, em uma escada rolante, configura uma educação ou ignorância.
    Já, ter acesso a algo que não foi pago, caracteriza uma transgressão de regras e leis.

    Esses casos isolados, que somados, que ocorrem dentro da sociedade brasileira ajuda para que os Países nos vejam como um povo sem credibilidade e que só colabora para não melhorar nossa posição de uma País não corrupto???

    Gostaria muito de estar enganado, mas isso vai além da falta de educação. É uma questão de falta de caráter!

  7. Certíssimo. Mas a indignação também rola no comportamento idiota de muita gente. O negócio é ficar indignado sim, com o imbecil que para no sinal vermelho sobre a faixa (e eu já fiz isso e morro de vergonha quando faço isso, mesmo que sem querer) e com o cretino que corre de pipoca.

  8. Como estou trabalhando atualmente no Rio de Janeiro, aproveitei este final de semana para participar do Circuito das Estações Mizuno, fiquei indignado com o que ví, aqui no Rio o número de pipocas é tão grande que se tornou comum, depois da linha de chegada, depois o posto de água para quem termina, tem um tipo de Y dividindo quem tem chip e quem é pipoca e Staff gritando “por favor, quem não tem chip se dirija a esquerda”, deveria gritar “Por favor, os cara de pau saiam pela esquerda”, fiquei impressionado!
    Me lembrou uma etapa da Corrida da Lua Cheia em Curitiba que o número de pipocas era quase maior que o número de participantes!

  9. Olá, André.
    Respeito e entendo seu ponto de vista. Ponto de vista semelhante inclusive da maioria. Alguns pontos concordo e outros não.
    Vou citar um exemplo. Contribuo para o mercado de corrida (sou assinante da revista Contra-Relógio, participo de inúmeras corridas com preços bem salgados para uma péssima organização, gasto com viagem e hospedagem quando faço maratona, suplementos, roupas e etc). Domingo passado aconteceu a prova do Circuito das Estações dos 5 e 10km no Pacaembú. Meu treino era um longão de 20km. Acompanhei meu amigo nos 5km que estava inscrito, mas obviamente eu não estava. Os 5km era apenas uma passagem pra mim. Pergunto: estou errado? Não posso tomar um copinho de água? Repare que não estou tirando proveito da prova. Apenas acompanhei um amigo e segui em frente. Penso que isso não deu prejuízo para os organizadores. E alongando o assunto, acredito que os organizadores devam ser mais preparados pelo preço cobrado. É uma vergonha beber água quente quando se paga R$ 90,00 numa inscrição. E sem papo hipócrita que a água está quente por causa dos pipocas. E pra finalizar…quando há uma boa organização, é possível sem grande esforço fazer o funil no km final, separando quem tem numeração e quem é pipoca. Simples assim. Abração e obrigado.

  10. O Denis tem razão quando fala da água quente que é servida, água essa que é conseguida com os patrocinadores a custo zero, ou quase zero. E é possível sim separar o pipoca no final da corrida facilmente. Virou rotina o pipoca devido ao preço alto das inscrições, para pouco retorno: falta água (e não culpo o pipoca), a camisa é de baixa qualidade (o pipoca não tem culpa), o material das medalhas em algumas prova deixa muito a desejar, poucas provas tem hoje a premiação por categoria que no meu entendimento é uma motivação a mais ao corredor. Aqui em Fortaleza tivemos a Meia Maratona onde faltava sinalização, água, a camisa era horrível, carros dividindo espaço conosco onde dois cadeirantes foram atropelados, e os preços eram caros R$ 85,00. Acontece que muita empresa hoje viu nas corridas jeito fácil de lucrar.

Leave a comment