Por Flávia Schimidt, de Brasília
“Depois de mais de dez anos correndo de forma recreativa e sem rotina de treinos, em agosto de 2009 eu resolvi entrar em uma assessoria esportiva com a meta de incorporar de verdade a corrida na minha vida.
Eu morava no Rio de Janeiro e a minha meta era correr, no ano seguinte, a Meia Maratona Caixa do Rio – e isso era então o Olimpo esportivo para mim. Mas a verdade é que eu não corria nem 10 km contínuos…
Poucos meses após o início dos treinos, entre o Leblon e a Lagoa, tive que me mudar para Brasília por motivos profissionais. Lá estava eu em uma cidade que eu conhecia mal, mas já não simpatizava, muito diferente, morando em um pequeno estúdio alugado, começando uma nova carreira aos 31 anos em uma instituição em que eu não conhecia ninguém.
Era um momento de muitas rupturas e foi um grande desafio me reencontrar nessa nova vida, bastante solitária nesse momento de chegada. Mas eu tinha uma meta, e acreditei que seguir nela teria um significado importante para mim. Sabia que não conseguiria me preparar para correr 21 km sozinha, não tinha ninguém que pudesse me indicar uma assessoria na cidade e eis que a Contra-Relógio foi o meu guia para essa preparação solo.
Comprei um relógio com GPS, montei um cronograma reverso a partir da data da prova e segui direitinho a planilha de iniciante para meia-maratona. E, em julho de 2010, corri 21 felizes quilômetros pela minha cidade e terminei a prova em 1h56, excelente para uma estreia. Foi uma chegada com muitos significados: eu havia superado uma fase difícil. Nunca mais parei de correr (nem grávida da minha filha), e tive a felicidade de ver meu nome por duas vezes no ranking anual de maratonistas da revista nas duas provas nacionais que corri.
Hoje, avalio aquele período preparatório para a prova como um divisor de águas na minha vida: sem a CR talvez eu tivesse desistido da minha meta e a história da minha vida fosse outra hoje”.