Em 2005 ouvi falar da Comrades Marathon pela primeira vez. E, o mais fascinante, àquela época, a prova já tinha 80 anos! Alexandre Almeida, o "Mickey", conhecido corredor carioca por suas inúmeras maratonas abaixo de 3 horas, contava detalhes sobre a prova, suas inúmeras ladeiras, sobre as diferentes medalhas de acordo com o tempo de conclusão, sobre as largadas em baias, sobre a festa com cerveja na chegada.
Explicava sobre a criação, naquele ano, da medalha back-to-back destinada aos corredores que completassem em dois anos consecutivos. Ainda, que atletas que finalizassem 10 ou mais Comrades conquistavam o Green Number, um número de peito eterno e só seu, e que eram reconhecidos e reverenciados ao longo do percurso pela cor do número e pela grandeza de sua realização.
Escutava tudo isto sobre uma prova que acontecia entre Pietermaritzburg e Durban, na África do Sul, cidades que nem sabia que existiam. E também que ela reunia mais de 12 mil pessoas, cobrindo uma distância de aproximadamente 90 km, com tempo limite de 12 horas e 6 pontos de corte durante o percurso. E, para se inscrever, você precisava ter completado uma maratona em até 5 horas nos 12 meses anteriores.
Tudo muito distante da minha realidade de "maraturista", principalmente, pelos treinos necessários para este desafio em percurso cheio de sobe e desce.
Logo em seguida, a Contra-Relógio passou a apresentar diversas reportagens sobre essa ultra, quando seu editor Tomaz Lourenço decidiu encarar o desafio. Lia as reportagens como se fossem contos de ficção. Adorava imaginar o sofrimento daqueles corajosos que treinavam horas e distâncias infinitas, a meu ver, para testar o corpo e a mente em um percurso desafiador e, para piorar, com limite de tempo para a conclusão.
Aprendi, com estas matérias da CR, que a prova foi idealizada pelo sargento Vic Clapham, logo após o fim da 1ª Guerra Mundial, para homenagear os companheiros mortos durante o confronto. Em 1921, com um total de 34 participantes, aconteceu a primeira edição da Comrades e que somente durante a 2ª Guerra Mundial, de 1941 a 1945, a corrida não foi realizada.
Que a largada na cidade de Pietermaritzburg, situada no interior, a 650 m de altitude, e a chegada em Durban, cidade litorânea, ao nível do mar, se alternavam a cada ano. E as 5 principais montanhas, dentre as muitas do percurso, tinham nomes difíceis (Cowies Hill, Fields Hill, Bothas Hill, Ichanga e Polly Shorts), mas na ponta da língua dos Comradeiros, assim denominados os corajosos, e faziam referência aos cinco maiores animais do continente africano (leão, guepardo, búfalo, rinoceronte e elefante).
POR QUE TANTA FAMA? E, sempre me perguntava, como uma prova nestas cidades desconhecidas da África do Sul, com distância aproximada de 90 km, tinha conseguido todo este sucesso e admiração de corredores de diferentes partes do mundo, sem contar dos africanos que a destacam como um dos principais anseios a realizar como honra e coragem.
Após esta série de reportagens da CR, o número de brasileiros na prova aumentou significativamente, assim como os relatos apaixonados de quem participava. Tudo coisa de maluco ou somente para os corredores "cascudos", velozes e com muita disponibilidade de tempo para treinar horas e horas? Mas, lia estas informações com respeito e admiração por estes corredores abnegados e talentosos.
Em 2011, descobri que Nato Amaral se tornava o primeiro brasileiro a ostentar um Green Number, após concluir sua 10ª Comrades. Neste ano, corria com um número amarelo para que todos o saudassem no percurso e, ao completar, fosse recepcionado por outro atleta Green Number, que o conduziria para uma tenda especial para receber, de um ex-campeão da prova, a condecoração em forma de flâmula bordada em amarelo-ouro sobre um tecido verde. O Green Number garante regalias, como acesso à compra de produtos exclusivos e a possibilidade de largar em um local diferenciado no dia da prova.
Minha curiosidade era grande, principalmente por uma prova tão longeva apresentar tantas ideias interessantes: número verde, amarelo, azul (estrangeiros), com bordas vermelhas (back-to-back); número no peito e nas costas indicando a quantidade de provas já completadas; 6 medalhas diferentes de acordo com o tempo de conclusão, toda a logística para transportar os milhares de atletas para a largada ou chegada em cidades diferentes.
E ainda, um tal de Wall of Honor, que é um muro no percurso onde estão registrados os nomes de atletas que concluíram a Comrades em edições passadas, e a Arthur's Seat, uma escavação na rocha, onde, segundo relatos, o lendário corredor Arthur Newton, já falecido, fica observando o desenrolar a prova. Nos anos 20, ele foi primeiro a vencer a Comrades em anos subsequentes. Diz a lenda que os corredores que depositarem uma flor no local ou cumprimentarem o antigo campeão com um "Good Morning Sir" terão uma ótima segunda metade na ultramaratona.
Durante a semana que antecede a corrida são disponibilizados ônibus com guias, todos "Comradeiros" experientes, para o reconhecimento do percurso. O passeio também inclui uma visita ao Museu da Comrades que apresenta a história da prova e uma incrível maquete do percurso. Ainda, uma emocionante visita a uma escola de crianças deficientes mantida com o apoio da organização da prova.
Relatos apaixonados da largada às 5h30 da manhã com temperaturas muitas vezes bem frias, principalmente, na cidade de Pietermaritzburg, ao som de Carruagens de Fogo, da alegre música africana Shosholoza, do hino nacional da África do Sul, do canto do galo e, finalmente, do tiro, sempre confirmavam a solenidade do evento.
E, tudo isto na África Sul e naquelas cidades que nunca havia escutado falar…
Em 2013, ao ler uma reportagem do atleta Adriano Bastos, 8 vezes campeão da Maratona da Disney, "se desculpando pelo fracasso na Comrades" pensei: esta prova é mesmo para poucos. Para mim, nem pensar! E, fiquei muito orgulhosa da coragem do Adriano em admitir que a prova era mais difícil do que ele imaginava.
INSCRIÇÃO PRONTA! Como coisa do destino, recebi uma mensagem da super corredora carioca Maria José Nascimento, a Zezé, em 2 abril, perguntando se eu conhecia alguém interessado em sua inscrição para a Comrades. A prova permite a troca de nomes, pagando-se pequena taxa, uma opção bastante respeitosa aos corredores, já que situações diversas podem acontecer desde a inscrição disponível, aproximadamente, 8 meses antes do evento.
Ao receber a mensagem logo pensei: quem seria o maluco a aceitar tamanho desafio a menos de 60 dias da prova? Eu…
Incentivada pelo meu marido Luiz Antonio e pela amiga Elaine Jorge, que também participaria, resolvi me inscrever, aproveitando o treinamento que havia feito para a Two Oceans Marathon, de 56 km, que corri na Cidade do Cabo, África do Sul, em 26 de março.
Mas, se já tinha sofrido nas 114 curvas do trajeto da Two Oceans, nos 5 km da temida Chapman's Peak e nos 7 km contínuos de ladeira da Constantia Neck, como encarar mais 33 km e superar os tempos de corte na Comrades Marathon?
Além disto, trabalho em 3 lugares, no mínimo 10 horas por dia, durmo somente 5 a 6 horas por noite, troco o almoço por uma barra de chocolate diversas vezes por falta de tempo e os quilinhos a mais me acompanham há muito tempo. Sem velocidade, com poucos dias para treinar, meu pavor e desespero crescia à medida que a prova se aproximava.
Carinhosamente, Aline Carvalho, que participou do Unogwaja Challenge, 1.650 km de bike em 10 dias, finalizando o 11º dia correndo a Comrades Marathon, indicou-me o grupo do whatsapp de Comradeiros, capitaneado pelo Nato Amaral, em sua 14ª Comrades e Zilma Rodrigues, que conquistará o Green Number no próximo ano.
APOIO E INSEGURANÇA. Fiquei bastante surpresa e feliz com a receptividade dos Comradeiros, experientes ou os novatos como eu. Mensagens de apoio e incentivo genuíno me motivavam a tentar esquecer uma verdade absoluta há mais de 10 anos: esta prova não era para mim. Bem, lá fui eu, confesso, apavorada e insegura.
Tentava curtir o que podia para não pensar no tamanho da encrenca que havia arrumado. Na feira da prova encontrei lindas roupinhas e artigos da prova, diversos estandes com interessantes opções, palestra especial para os brasileiros, organizada pelo Nato Amaral, com Bruce Fordyce, conhecido como o "rei da Comrades" por suas 9 vitórias e encontro com os Comradeiros que conhecia apenas pelo whatsapp.
Um jantar reuniu os quase 87 brasileiros que participaram este ano, terminando ao som da música Shosholoza cantada diversas vezes pelos atendentes do restaurante e os Comradeiros. Parecia fim de festa na madrugada, com a diferença que esta acabou às 21h30 e sem álcool!
Achava que já sabia quase tudo sobre a prova por relatos diversos lidos ao longo destes anos, mas não sabia o principal – se conseguiria passar pelos pontos de corte, se teria "pernas" para aguentar a distância, se teria fome ao longo do percurso, se as ladeiras eram tão desafiadoras e, se eu concordaria com os africanos que falam que quando você corre uma vez a Comrades, sua vida muda para sempre.
O público ao longo do percurso incentivava muito, mas o corpo não respondia. Foi mais difícil do que eu imaginava. Após passar os 3 últimos pontos de corte minutos antes do tempo-limite, lembrava que esta corrida não era para mim, que não havia tido tempo suficiente para treinar, que os quilos a mais faziam diferença, que não ter velocidade era um problema, que tinha sido muito "abusada" em encarar este desafio. Após o último ponto de corte não tinha mais ânimo e nem pernas para me desafiar.
Os veteranos da Comrades dizem que quem corre pela primeira vez, só fez metade do caminho, devendo repeti-la em sentido contrário para finalizar seu ciclo. Porém, durante os quilômetros finais estava convicta que nunca mais participaria daquela tortura.
Concluí em 12:00:59. Ganhei a medalha, mas meu nome não consta entre os concluintes por ter "estourado" o limite em 1 minuto, mesmo tendo perdido 5 preciosos minutos na largada, já que o tempo é contado a partir do tiro de largada e não pela passagem pelo tapete do chip sob o pórtico.
Com isto, ficou a lição: esta prova é sim para mim e para qualquer outro corredor. Ano que vem estarei lá!
Os africanos tinham razão… Nos vemos na Comrades 2017. Assim como eu, você também pode!
Denise Amaral é assinante do Rio de Janeiro
quadro
Dicas básicas
– A South African Airlines vende passagens SP / Johanesburgo / Durban a preços entre 900 a 1.000 dólares. Como não há concorrentes diretos, os preços não variam muito ao longo do ano. A Empresa TAM anunciou uma nova rota para Johanesburgo a partir de julho de 2016. Espera-se alguma melhora nos preços das passagens aéreas, a principal despesa da prova.
– Faça reserva do hotel em Durban assim que tiver a intenção em mente, usando os sites que permitem o cancelamento sem custo. Escolha hotéis próximos a feira para evitar táxis e muitos deslocamentos à pé, por segurança. Comradeiros que optaram por aluguel de apartamento pelo site AIRBNB gostaram da experiência e dos valores.
– Troque seus dólares por Rands (moeda local) no aeroporto de Johanesburgo. Não há mais a loja de câmbio no aeroporto de Durban.
– No aeroporto, pegue as vans que seguem para os hotéis (80 Rands por pessoa = aproximadamente 6 dólares). Ao pegar táxi, sempre pergunte/negocie o preço antes de entrar no veículo.
– O hotel Elengani, na orla, oferece excelentes opções de restaurantes e um bom jantar de massas no sábado (ideal fazer reserva).
– Faça o passeio de ônibus pelo percurso na sexta feira pela manhã e leve doações para as crianças da escola especial. Reserva deve ser feita, antecipadamente, pelo site da prova. Você receberá vários e-mails com dicas maravilhosas, em português, preparadas pelos Comradeiros experientes.
– No sábado, deixe sua sacola com a roupa para trocar após a prova na feira. Assim você evita ter que procurar o caminhão para entregar a sacola e as filas.
– No dia da prova, leve roupa de frio para descartar na largada.
– E não deixe de contatar o Embaixador da Comrades, Nato Amaral, para fazer parte do grupo do whatsapp e se contagiar com a energia dos Comradeiros Brasileiros!
Boxexão (com a foto do Farnese com a bandeira)
Cerveja, churrasco
e melhor tempo
Sabe aquele jeito mineiro, calmo, tranquilo, bem-humorado, que fala sem parar e adora contar histórias? Define bem Farnese da Silva. Ao olhar para ele, com 1,65 m e 57 kg, você não imagina a força que tem nas pernas e a dedicação. Pela terceira vez, Farnese completou a Comrades. Foi o segundo melhor brasileiro em 2014 e o primeiro em 2015 e 2016, desta vez, com excelente tempo de 6h41.
Para quem pensa que são anos de dedicação e um treinamento supercomplexo, Farnese explica que está bem longe disso, tanto quanto os 89 km que separam a largada da chegada na África do Sul. "Comecei a correr tarde, somente oito anos atrás com o incentivo de um amigo, Luciano de Oliveira. Logo na primeira corrida de 5 km, cheguei bem colocado. Então, me incentivei e comecei a fazer distâncias maiores. Em seis meses completei a minha primeira meia e, em dez meses, a primeira maratona, já sub 3h."
A Comrades surgiu, também, por influência do amigo. "Era o sonho do Luciano, que sempre me contava histórias da prova sul-africana. Em 2014, me senti bem treinado. Depois de fazer 2h41 na Maratona de Santiago, parti então para Comrades. Percebi que tenho o dom para longas distâncias, tanto que acabei sendo o melhor brasileiro no Mundial de 100 km disputado em setembro passado na Holanda, com 7h29."
APENAS RODAGENS. Sobre os treinamentos, Farnese explica que são meramente rodagens. "Nada, além disso. Geralmente, 15 km diários e um longão que chega até o limite de 70 km para a Comrades. Neste ano fiz muitas subidas e descidas, o que me fortaleceu bastante", afirma. "Das três Comrades, a desta temporada foi a que menos treinei devido a uma lesão, uma ‘pubalgia'. Foram apenas 3 meses, com dois longos de 70 km. Eu comecei a sentir que iria correr bem logo depois da Maratona de Boston. Ali aprendi como deveria me comportar nas descidas e subidas e troquei o tênis por um número maior, pois havia deixado bolhas", conta Farnese.
Fora os contratempos físicos, teve outro mais complicado, já na África do Sul. "Viajei na quarta-feira para a África e, assim que cheguei ao hotel, percebi que o meu passaporte havia desaparecido. Me desesperei, o que afetou bastante a minha cabeça. Passados dois dias, no sábado, com a ajuda do pessoal do hotel, localizamos o passaporte em Johanesburgo, aí, finalmente, consegui dormir tranquilamente. Havia mais três brasileiros no mesmo nível que eu e que são bem mais jovens. Tenho 47 anos e, eles, de 24 a 34 anos: Mateus Gomez Sacchett, Niumar Velho e Cristiano Bulka", comenta Farnese.
De acordo com ele, assim que deu o tiro de canhão da largada, ficou observando o Bulka, pois o "adversário" tinha mais experiência, 7 Comrades. "Me preocupei em dar passadas curtas e levantar o mínimo possível as pernas nas descidas, pois o desgaste é enorme. Quando alcancei o km 11, se juntaram a mim o Mateus e o Niumar, enquanto o Bulka se manteve um pouco à frente. Formamos um grupo até o km 40. Nesse momento, eu estava sobrando na corrida e pensei: ‘Se quiser chegar em primeiro, é melhor apertar aqui, pois por serem mais jovens, no final iria sofrer com eles'. Dessa forma, na pior subida, a Inchanga de uns 3 km, apertei o ritmo para 4 minutos por km e ninguém me acompanhou. Encontrei então a terceira colocada. Eu estava no ritmo para bater o melhor tempo brasileiro, da Maria Venâncio de 6h39 em 2001, e continuei assim até o km 80. Mas a partir desse ponto, a menina foi embora e me faltaram pernas. Abdiquei de bater a Venâncio e decidi a aproveitar o fim da prova. Cheguei a parar rapidamente para tomar uma cerveja que torcedores me ofereceram e comer um pedacinho de carne. O programa dos sul-africanos é ir para a beira da estrada, fazer piquenique e incentivar os corredores", diz Farnese.
O ultramaratonista conta que os últimos três quilômetros foram de pura alegria. "Perto da chegada em Durban, eu já tinha um sorriso imenso no rosto. Os sul-africanos gritavam Brasil e me deram uma bandeira do país, com a qual corri até a chegada. Os aplausos eram ensurdecedores. Terminei a Comrades em 6h41 e não bati a Venâncio, mas superei o melhor tempo de um brasileiro na prova, que era do Calói (Edvaldo Souza, de 52 anos, que fez os 87 km na África do Sul em 6:48:15 em 2011 e que também contou a história dele aqui na Contra-Relógio, na edição de julho de 2011). Terminei a prova e fui para a tenda internacional assistir aos amigos chegarem e tomar cerveja. É muito emocionante acompanhar esse final da Comrades. Em alguns momentos parece uma zona de guerra, com atletas se arrastando com cãibras e dores musculares para cruzar a chegada antes das 12 horas." Matheus completou em 6h43, enquanto Niumar em 7h01."
Farnese não definiu, ainda, se voltará a Comrades em 2017, o que considera bem provável. Antes, começa a preparação para o Mundial de 100 km na Espanha, em 4 de dezembro. Para quem está lendo essa cobertura sobre a ultramaratona africana e pensa em corrê-la, ele dá a dica. "Não é muito mais difícil do que uma maratona. Apenas os longos precisam ser mais longos. O corpo acostuma, tem só de trabalhar a cabeça. Além disso, hotéis e comida lá são ótimos e com preço excelente." (André Savazoni)
Quadro/destaque (com a foto das medalhas do Tomaz)
POR DENTRO DA COMRADES
– Os campeões este ano foram sul-africanos, que são mais de 90% dos participantes. Seus tempos: 5h18 (recorde) e 6h25 para os 89 km.
– Dos 16.800 que largaram em Pietermaritzburg, 14.500 completaram em Durban, no tempo-limite de sub 12 horas.
– Costumam se inscrever em torno de 20 mil pessoas, mas 10 a 20% não comparecem, em função de não terem treinado como gostariam/precisavam ou por razões de saúde, financeiras, entre outras.
– Na faixa etária F50/59, das 544 que começaram, apenas 380 finalizaram. Destaque nessa categoria para a norte-americana Collen De Reuck, ex-maratonista de elite, que fechou em 6h50.
– São 6 os pontos de corte no percurso, sendo impedidos de continuar os que chegam após a marca-limite. Os que passam pelo último controle, mas chegam acima de 12h00, até recebem medalha, mas não são considerados concluintes oficialmente.
– O ritmo médio para completar a Comrades em sub 12 horas é de 8 minutos/km; a maioria intercala corrida com caminhada no terço final. Mais de 50% chega depois de 11 horas.
– Os pontos de abastecimento são a cada milha (1,6 km), sempre com água, coca e isotônico; em alguns também frutas, doces, bolachas e biscoitos; em poucos, batata cozida salgada; nada de carboidrato em gel ou similar.
– A marca da distância não é como nas provas convencionais, mas sim apresentada de forma decrescente.
– Desde 2007, quando o editor da CR, Tomaz Lourenço, fez a Comrades para comemorar seus 60 anos, publicando uma reportagem especial (e lá voltou no ano seguinte), uma média de 100 brasileiros tem corrido essa ultra na África do Sul, que é a maior do mundo em participantes e a mais famosa. O editor completou em 10h54 (descida) e 10h12 (subida); a dificuldade é praticamente a mesma nos dois sentidos.
– Apesar da população sul-africana ser 70% negra, na Comrades eles são minoria. Aliás, apenas a partir de 1975 mulheres e negros foram autorizados a participar!
– Quem faz mais de 10 Comrades ganha um número especial ("Green Number") e tem tratamento especial.
– A temperatura não costuma ser problema, variando de 10 graus (ou pouco menos) na largada, às 5h30, a em torno de 25 graus na chegada.
– Na África do Sul existem mais de 20 maratonas e várias ultras, utilizadas como treino para a Comrades.
– Na inscrição deve-se indicar o melhor resultado recente em uma maratona, mas sem necessidade de comprovação. O objetivo é organizar as baias de largada por ritmo e que funcionam muito bem.
– A medalha de participação é pequena (3 cm diâmetro) e sempre a mesma. Só muda a plaquinha do ano. Ao se fazer nos dois sentidos, mas em anos consecutivos, ganha-se uma medalha extra, a "back to back". Na foto, as de bronze, do editor da CR, para quem completa entre 9h00 e 10:59:59, e a extra. As outras medalhas são: ouro (10 primeiros); Wally Hayward (11º até 5:59:59); prata (6h00 a 7:29:59); Bill Rowan (7h30 a 8:59:59); Vic Clapton (11:00 a 11:59:59).
– Em 2017, dia 4 de junho, a 92ª edição será em subida, na distância de 87 km, desde Durban até Pietermaritzburg. Mais informações e inscrições (a partir de 1º de junho) no site www.comrades.com