Petrúcio Ferreira conquistou a medalha de ouro dos 100m T47 (amputados de braço) no Mundial de Atletismo Paralímpico, em Londres (Grã-Bretanha). O paraibano de 19 anos não só venceu a prova, como também melhorou seu próprio recorde mundial, com 10.53. Vale ressaltar que Petrúcio faz, na capital inglesa, sua estreia em Mundiais. O segundo lugar também foi para um brasileiro: Yohansson Nascimento.
A antiga marca era de 10.57 e havia sido estabelecido na conquista do ouro nos Jogos do Rio 2016. Petrúcio espanta, desta maneira, o fantasma que o assombrou no último Mundial, em Doha-2015. A apenas dois dias da estreia na competição, ele sentiu uma lesão na coxa direita que o impediu de correr. Agora, de forma dominante, deu a volta por cima. Na semifinal, ele já havia cravado o novo recorde campeonato, com o tempo de 10s67.
“Essa medalha de ouro é tão importante quanto a que eu venci no Rio (na Paralimpíada), no ano passado. Era um título que eu não tinha. Em 2015, fui para Doha, mas acabei me machucando. Então sabia que tinha de correr atrás desta conquista”, disse o atleta, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo.
Petrúcio ainda consolida-se como o segundo paralímpico mais rápido da história. Ele está atrás apenas do irlandês Jason Smyth (T12 – baixa visão), que tem o tempo de 10.46. O brasileiro volta à pista na próxima sexta-feira (dia 21), para a disputa dos 200m – dos quais também é recordista mundial.
A festa brasileira foi ainda maior, já que Yohansson Nascimento foi o medalhista de prata. Ele cravou o tempo de 10.80 e faturou sua nona medalha em Mundiais de Atletismo (três ouros, quatro pratas e dois bronzes). Fechou o pódio o polonês Michael Derus, que registrou 10.81.
“Essa dobradinha era para ter vindo no Rio-2016! O polonês me venceu por três milésimos, mas agora eu dei o troco. Estou muitíssimo feliz de mais uma vez dividir o pódio com o Petrúcio. Já são doze anos de atletismo e nove medalhas em Mundiais. É uma marca histórica”, afirmou o alagoano, de 29 anos, que nasceu sem as duas mãos.
O sul-matogrossense Fabrício Júnior encerrou a participação dos brasileiros no dia com a quarta posição na final dos 100m T12 (baixa visão). Ele fez o tempo de 11.14 e ficou a apenas cinco centésimos do espanhol Joan Munar, medalhista de bronze. A vitória ficou com o cubano Leinier Savón, atual campeão paralímpico, com 10s72. A prata foi para o sul-africano Ndodomzi Ntutu (11s01).
SUB 18 – A brasileira Giovana Rosália dos Santos conquistou uma medalha para o Brasil no Campeonato Mundial Sub-18 de Atletismo, que está sendo disputado no Estádio Kasarani, em Nairóbi, no Quênia. Ela ganhou o bronze nos 400 m, com a marca de 53.57, novo recorde brasileiro da categoria.
A tcheca Barbora Malikova ganhou o ouro, com 52.74, seguida da queniana Mary Moraa, prata com 53.31 – todas com recordes pessoais.
Nascida a cidade de Assis, no interior paulista, a 8 de agosto de 2000, Giovana mora e treina em Presidente Prudente (SP). Ela chorou muito após cruzar a linha de chegada e ver que havia conquistado a medalha e batido o recorde brasileiro.