Depois de 9 dias de grandes disputas e a oportunidade de ver mais uma vez no topo do pódio feras como Usain Bolt e Mo Farah, o Mundial de Atletismo terminou neste domingo, em Pequim na China.

Uma coisa que eu sempre gosto de analisar nestes eventos é a competição entre as marcas esportivas (veja a análise do Mundial da Rússia, em 2013, aqui). A grande maioria dos atletas é patrocinada por alguma marca que fornece seu material de treino e competição (roupa e calçado) para o dia a dia. Mas em competições como o Mundial ou os Jogos Olímpicos, o atleta tem que usar o uniforme de seu país com a marca do patrocinador da delegação, que não necessariamente é o mesmo que o seu patrocinador. Por isso, é comum ver atletas com um uniforme da Nike e tênis Puma ou de uniforme da Asics e tênis Adidas, por exemplo.

Um caso extremo desse embate entre marcas foi o do corredor americano de 800m Nick Symmonds que acabou cortado da delegação norte-americana por se recusar a assinar o termo que obriga os atletas a vestirem o uniforme da delegação, com uma marca diferente da sua patrocinadora (link aqui).

Analisando o gráfico abaixo, vemos que em número absoluto de atletas, a Nike continua sendo a grande patrocinadora do mundo do atletismo. De fato, no Mundial de Pequim, a Nike vestiu as 7 maiores delegações da competição: Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha, Reino Unido, Brasil e Ucrânia, além de outras menores, alcançando um total de 47% dos atletas do evento.

Asics, Adidas e Puma vem em seguida, com 12%, 10% e 8% dos atletas, a espanhola Joma, pouco conhecida aqui no Brasil, em 5º lugar, com 6% dos atletas, seguida pela Mizuno com 5% dos atletas. Os demais atletas pertencem a países patrocinados por marcais locais ou de menor porte.

Do último Mundial para cá, a grande novidade foi a troca da Adidas pela Nike na delegação do Reino Unido, que era patrocinado pela Adidas desde 2005. A marca alemã compensou a perda do Reino Unido com o patrocínio ao evento, o que lhe garantiu uma boa exposição no estádio e nos uniformes dos juízes e organizadores do evento.

Agora, vamos ver o quadro de medalhas das marcas esportivas. Com tamanha superioridade no número de atletas, é natural que a Nike ficasse na frente também no quadro de medalhas.

Mas se olharmos a última coluna, considerando o número de medalhas por atleta, a Puma foi a marca que obteve o melhor retorno. Com uma delegação menor, o aproveitamento de seus atletas foi superior ao das demais marcas, com aproximadamente 13% deles conquistando medalhas. Méritos principalmente da equipe da Jamaica, principal representante da marca.

Semana que vem trago mais alguns números do Mundial, agora analisando o desempenho dos países.

Contatos: