Os brasileiros tiveram um ótimo desempenho em mais uma edição da Comrades, a mais famosa ultramaratona do mundo, disputada no dia 4 de junho, na África do Sul. Além de 174 corredores inscritos do País (a terceira maior delegação), houve a quebra dos recordes brasileiro e sul-americano por Farnese da Silva. Cleber Isbin Vilares e Mateus Sacchett também se destacaram. Já no feminino, brilhou Luiza Tobar.
Assinante da Contra-Relógio, Farnese completou o percurso de 87 km (disputado em subida neste ano) em 6:24:12, na 54ª colocação geral. Já Cleber Vilares foi o 88º (6:38:10) e a segunda melhor marca sul-americana da história. Enquanto isso, Mateus Sacchett acabou como o 113º melhor da Comrades (6:45:01). Entre as mulheres, Luiza Tobar fez 7:13:48, ficando em 12º lugar do feminino.
O próprio Farnese, em conversa com a CR, conta a história da prova:
“Tínhamos um bom grupo de corredores brasileiros, todos fortes, com alguns já dizendo que tentariam bater o recorde da Maria Auxiliadora Venâncio, mas eu fiquei calado. Em uma prova longa, tudo pode acontecer. No fundo, porém, também tinha esse pensamento. A largada aconteceu às 5h30 com uma multidão de 21 mil participantes.
Sempre tento acompanhar a elite feminina e assim fiz desde o início, correndo ao lado da campeã do Mundial de 100 km na Holanda de 2015, Camille Heron. Fomos juntos até o km 20 e eu estava me sentindo muito forte, por isso, resolvi acelerar.
Os primeiros 40 km são quase só de subidas e fechei a metade da prova em 3:10. Nesse momento, vi que tinha a possibilidade real de bater o recorde brasileiro e, como era a minha quarta e última Comrades, pensei: ‘Vou dar tudo que tenho e ver o que sai no final’. A partir desse momento, apertei o ritmo, pois sabia que o pior havia ficado para trás.
Nos últimos 20 km, corri praticamente sozinho e sabia que estava muito bem colocado. Chegando ao Km 87, na entrada do estádio, tirei a bandeirinha brasileira do bolso, me vi no telão e o locutor então anunciou que eu era o primeiro brasileiro da prova. Terminei superbem os 87.450 m em 6:24:20 (6:24:12 no tempo líquido), batendo a marca da Venâncio que era de 6:39:03 (brasileiro e sul-americano). Pouco depois, veio o meu grande amigo, Cleber Isbin (Viilares), que fez uma prova espetacular em 6h38 e o terceiro brasileiro, Mateus Sachett, em 6h45.
Agora, deixo esta marca para que venham outros brasileiros para superá-la. A cada edição, estão chegando mais atletas fortes do Brasil e acredito que esse recorde não vai durar muito tempo. Dessa forma, me despeço da Comrades: Shosholoza”.
Este ano, o percurso da Comrades foi de subida. Saiu do nível do mar, atingiu 815 m de altitude e chegou a cerca de 650 m acima do nível do mar, com longas e duríssimas subidas. Para mais informações, clique aqui e acesse o site oficial da Comrades.
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Parabéns aos brasileiros.