20 de setembro de 2024

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Sem categoria André Savazoni 15 de julho de 2016 (0) (261)

Joelma das Neves Souza integra o revezamento feminino 4x400m na Olimpíada

O revezamento 4×400 metros feminino é uma das esperanças de medalha do Brasil no atletismo dos Jogos do Rio. Na equipe, a experiente Joelma das Neves Souza disputará a segunda Olimpíada e com uma história de superação pelo esporte. “Temos chance de ser finalistas e daí, pode haver medalha. Nada é impossível”, afirma.

“Temos seis meninas, todas seis com os tempos bons para brigar por medalha”, anuncia a atleta de 32 anos, corpo esguio, com a fala calma, sorriso tímido, contrastando com sua atuação na pista, sempre em busca do limite.

Natural de Timon, no Maranhão, onde iniciou nas corridas, de pés descalços, hoje mora em Praia Grande, estuda Educação Física na FEFIS, defende o EC Pinheiros, da Capital, e se prepara em Jundiaí (na pista do Bolão), com o técnico Clodoaldo Lopes do Carmo.

A confirmação olímpica é mais uma história de superação de Joelma. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em grande fase e cotada à medalha, sofreu um estiramento no adutor da coxa esquerda. Ficou caída na pista e quatro meses parada. “Eu vinha de uma temporada cansativa, de muitas competições. É aquela coisa. Se não para um pouquinho, para descansar, o corpo para por você”, diz.

“No Pan, eu era a mais forte. Acontece. Me deu mais força. Recuperei, sempre focada que estaria no Rio”, admite Joelma, que pela parada inesperada, não se considera titular no time olímpico, mostrando humildade. Mas sabe que sua experiência será fundamental, dentro e fora da pista. “Hoje estou sendo a quinta mulher do revezamento, mas estou me preparando porque a qualquer momento o Brasil pode precisar de mim e tenho de estar pronta.”

A vaga do revezamento 4x400m foi garantida no Mundial de Equipes, em Nassau, nas Bahamas, há pouco mais de um ano. O time foi finalista, com Joelma como titular, e de lá para cá, o pensamento sempre foi para os Jogos do Rio. “Eu sempre falava. Eu consegui esse resultado, preciso estar nessa Olimpíada. Ralei bastante e estou muito feliz por ter batalhado. Teve a lesão, me curei a tempo, me dediquei nos treinos. E agora fico pensando. Já estive em outro país e agora é no Brasil. Não vejo a hora de ouvir os gritos da torcida brasileira”, revela.

HISTÓRIA – Joelma iniciou no atletismo aos 12 anos, incentivada pela irmã, Joseline, na escolinha de atletismo de sua cidade natal. “Era um campo de futebol, não tinha pista adequada. Era quadrado, não redondo como pista e nos tiros, tinha de saltar o alambrado para fazer as curvas. Comecei descalça, não tinha tênis”, lembra.

O técnico – até hoje à frente do trabalho – Antonio Nilson de Souza viu na menina um talento e desde o início a motivou com o sonho de chegar à Olimpíada. Um câncer no ovário, aos 22 anos, interrompeu sua ascensão, mas o atletismo foi uma das armas para se reerguer.

“Minha história dá um livro grosso”, brinca Joelma, explicando que jamais desanimou. “Fiquei com medo, mas eu tinha fé. Era mais um teste da vida, para dar valor a tudo. Foi muito rápido, mas naquele momento parecia uma eternidade. Tentei treinar até o limite, mas fiquei debilitada. Voltei bem melhor. Penso que se você tem pensamentos positivos, acontecem coisas boas. O dia mais feliz da minha vida foi quando o médico falou que estava curada e era para seguir minha vida, meu sonho. Vai ser atleta olímpica”, recorda.

Joelma mudou para Praia Grande, quando treinava com o santista Sanderlei Parrela (quarto colocado nos 400 metros na Olimpíada de Sydney-2000). “A gente sempre acompanha o treinador”, destaca. E morando na Baixada Santista, decidiu investir na carreira, cursando Educação Física na Universidade Metropolitana de Santos. “Quero seguir no esporte. Este semestre eu tranquei a faculdade, para me dedicar à preparação aos Jogos, mas em agosto estou de volta aos estudos em Santos”, ressalta.

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