O horário previsto, 6h30, foi rigorosamente observado e a corrida começou ainda no escuro, com uma temperatura ultra agradável em torno de 10 graus, em frente ao Hotel Westin Dubai Mina Sehayo Beach Resort and Marina, onde também era o término do percurso. Foi montada uma arquibancada imensa, com telões que exibiam as chegadas dos participantes. Na fachada lateral do hotel, uma faixa enorme exibia a foto da chegada no ano anterior do grande campeão Haile Gebrselassie. Vários salões ficaram reservados durante dias, para uso da organização do evento, sendo a entrega de kits feita também no local.

Corredores e acompanhantes faziam jus a pacotes especiais de hospedagem, com preços promocionais convidativos. Na véspera, ao servir-me do bufê do café da manhã, verifiquei que vários atletas de elite estavam alojados no Westin.

Dada a partida, uma banda composta por árabes, vestidos a caráter, deu um show de música ao vivo, vários tocando gaitas de foles, como as usadas pelos escoceses. Foram distribuídos rojões que lançavam fitas e confetes nas cores da bandeira da Etiópia, para comemorar a já antecipada vitória de Haile.

Cerca de uma hora após a largada, choveu um pouco, o suficiente para refrescar, sem encharcar os tênis. Pena que tenha afetado o desempenho do vencedor, como bem noticiou a Contra Relógio em fevereiro, impedindo-o de receber um prêmio ainda maior pela quebra do próprio recorde, de 2:03:59.

O asfalto das ruas é impecável, e ao longo de todo o trajeto, equipes de limpeza vão recolhendo os copos, sachês vazios e tudo o mais que for largado pelo caminho. A cada 5 km há água, isotônico, banheiros, esponjas e serviços médicos. Em frente ao Hotel Burj Al Arab, uma fileira de "mordomos" vestidos de fraque e luvas brancas, distribuíam garrafinhas de água aos participantes – um luxo só!

A festa continua pós corrida, num anfiteatro montado em frente ao Hotel Westin, onde todos os participantes, amigos e parentes são convidados a curtir o som de bandas, DJs e outras atividades.

Foram entregues duas camisetas aos corredores antes e outra após a corrida, todas lindas e de ótimo material e, o mais importante, no tamanho escolhido. Os brindes são vários, o certificado disponibilizado gratuitamente pela Internet e a medalha mais caprichada que já recebi até hoje. Brilha como nenhuma outra, parece banhada a ouro e estampa um corredor tendo ao fundo a silhueta do Burj Al Arab (na foto acima), cartão postal da cidade e símbolo do arrojo da arquitetura de Dubai.

Tive a ventura de ser a primeira na minha faixa etária (com o tempo de 4:37:21), ou, dependendo do critério, a antepenúltima, já que só havia três concorrentes com mais de sessenta anos, ficando à frente de uma americana e uma mexicana. De qualquer forma, fiquei cheia de orgulho por ter defendido com êxito as cores do Brasil e o nome do meu grupo de corrida, Branca Esportes.

Fica o conselho: para quem procura vencer o desafio de correr uma maratona, não deixe de considerar a hipótese de incluir a de Dubai em seus planos, pois além do percurso totalmente plano, oferece uma corrida divertida, riquíssima em prêmios e com estrutura impecável. Terminaram a prova este ano 886 corredores, sendo 210 mulheres. Mais detalhes no site www.dubaimarathon.org.

Maria Eugênia Coelho da Gama Cerqueira é assinante de São Paulo e completou a Comrades em 2007 e 2008.