Cisto de Baker: como enfrentá-lo e, melhor ainda, evitá-lo!

Alguns distúrbios articulares do joelho tais como lesão ligamentar, apresentam sintomas apenas durante atividade intensa, com melhora ao repouso, podendo evoluir para algumas complicações como o cisto de Baker. Um em cada cinco pacientes com problemas no joelho pode desenvolver o cisto de Baker.

Cisto de Baker é o acúmulo de liquido sinovial em uma bolsa situada na região posterior do joelho. Este processo ocorre quando o liquido presente na articulação do joelho extravasa, para esta bolsa, localizada entre os músculos gastrocnêmio e semimembranoso, causando assim um aumento de seu volume, formando o cisto.

Esta região do joelho, onde se situa a bolsa, é chamada de fossa poplítea. Como esta região não é coberta por músculos, quando a bolsa sofre aumento de tamanho se torna facilmente palpável.

As queixas mais freqüentes de pessoas portadoras de cisto de Baker são o incômodo na região posterior do joelho e um aumento de volume local, principalmente quando o joelho está totalmente esticado, pois nesta posição o cisto é empurrado para trás. Porém o cisto atrapalha também a flexão do joelho, pois fica pressionado contra a articulação.

O cisto de Baker pode ser assintomático, isto é, não causar dor ou nenhum desconforto. Cistos maiores podem causar dificuldade em dobrar totalmente o joelho. Os sintomas geralmente pioram ao movimento e melhoram com o repouso.

POR QUE ACONTECE? Geralmente ocorre devido a uma doença ou lesão pré-existente na articulação do joelho, que provoca um aumento da produção de liquido sinovial, causando assim o edema (inchaço). Quando este edema persiste, pode extravasar para a bolsa, formando o cisto. A maior incidência é entre 55 e 70 anos.

As alterações do joelho mais comuns, que podem evoluir para um cisto de Baker são: artrose, lesão meniscal ou ligamentar. Quando o indivíduo sente a dor, esta geralmente é devido à lesão ou doença pré-existente do joelho do que pelo cisto propriamente dito.

COMPLICAÇÔES. Normalmente, não há complicações, o cisto pode melhorar à medida em que a lesão pré-existente é tratada, pois dimiuindo o edema, o cisto pode desaparecer naturalmente.

Há uma rara possibilidade da formação de "pedras" (litíase) no interior do cisto, o que causa dor e exige um tratamento cirúrgico para a retirada. Outra complicação, também pouco frequente é a ruptura do cisto, causando dor intensa na muscularuta da perna, apresentando sintomas semelhantes aos de trombose venosa profunda (TVP).

O cisto de Baker também pode causar uma compressão da veia poplitea, artéria poplítea ou até mesmo do nervo ciático, pois estas estruturas passam pela porção posterior do joelho, bem próximas à bolsa.

TRATAMENTO. A primeira providência é limitar ou diminuir as atividades envolvendo salto e/ou impacto excessivo. Indivíduos que participam de competição necessitarão de fisioterapia e, dependendo do caso, afastamento temporário da atividade esportiva. Nos casos mais graves, o cisto pode impedir o movimento de flexão/extensão do joelho, podendo haver a necessidade de imobilização da articulação.  Em alguns casos, o tratamento pode ser cirúrgico.

O edema também deve ser tratado e os alongamentos musculares precisam ser realizados com muita cautela, para que não haja uma pressão sobre o cisto. O principal foco é o tratamento da lesão primária do joelho, mas com o cuidado de não causar atrito entre os músculos gastrocnêmio e semimembranoso (onde se localiza a bolsa) e evitar sobrecarga no joelho para não afetar o cisto.

ATENÇÃO CORREDOR!!! O mais importante é prevenir o aparecimento do cisto, já que, na sua grande maioria, é secundário a uma lesão ou doença do joelho. Sempre que o atleta perceber alguma alteração (constante, durante ou após a atividade física), principalmente edemas freqüentes nesta articulação, mesmo sem causa aparente ou dor, deve procurar imediatamente um médico, para avaliação do caso e orientações, antes de continuar com a prática esportiva.

Conforme orientamos, quando a lesão evolui para um cisto de Baker, os exercícios ficam mais limitados, pois as contra-indicações aumentam. Isso traz como conseqüências maior dificuldade no tratamento, atraso na recuperação e afastamento mais precoce do atleta das atividades, devido ao incômodo e à dificuldade de movimentação dependendo da gravidade do cisto. Por essas razões, fique atento aos sintomas que você pode apresentar. Preste atenção no seu corpo, ele "fala" com você!

Veja mais:

A formação do Cisto de Baker

Cuidados com os exercícios

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