19 de dezembro de 2025

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Minha primeira maratona, na Grécia!

Ele teve a idéia de formar um grupo para participar da Maratona de Atenas (www.athensclassicmarathon.gr), cujo percurso é o mesmo da primeira maratona da história, criada para homenagear o soldado Fidípides, que teria corrido de Maratona a Atenas para anunciar a vitória dos atenienses sobre os persas e morrido após percorrer os 42 km e transmitir a mensagem.

Desde que a idéia surgiu, empolguei-me com a possibilidade e comecei a me preparar, pois até então só havia participado de corridas de 10 km e de meias-maratonas, como as do Rio, Recife e Salvador, e da Volta da Pampulha. Por isso, antes da viagem estava muito ansiosa e nervosa, insegura quanto ao meu desempenho na prova. Esperava conseguir concluir a maratona em torno de cinco horas.

Meu sonho começou a se realizar quando eu e meu marido conseguimos viabilizar a nossa participação no grupo, formado por oito inscritos para a maratona (eu, Lula, Juliana, Jaqueline, Julio, Frade, Paulo e Azevedo), três para a corrida de 10 km (Edilson – meu marido, Bete e Luciano), e mais 4 acompanhantes, que nos deram o máximo apoio.

Na manhã da maratona, dia 9 de novembro, nosso grupo se dirigiu ao local da largada em clima bastante festivo e contagiante, sendo saudado e cumprimentado por muitos, como sempre acontece quando nos identificam como brasileiros. Na hora da largada, me senti bastante tranquila, mas não pude evitar a emoção de estar participando de momento tão especial junto aos meus amigos. No início, procurei conter minha empolgação, administrando o fôlego para  concluir a prova.

Sem urso nas costas. A cada 10 km eu dedicava a etapa a um grupo de pessoas que considerava especial para mim,e que haviam, de alguma forma, contribuído para aquele momento: a turma da Jaqueira;  meu marido e minhas filhas; e os demais familiares e amigos. Os últimos 12 km dediquei a mim mesma, pois acreditava que estes seriam os mais difíceis e sabia o quanto havia me sacrificado para alcançá-los. Entretanto, devo dizer que me surpreendi, pois nestes últimos quilômetros senti uma energia que não sei dizer de onde vinha, que parecia vir dos deuses do Olimpo, pois me pareceram os mais leves. Sempre se diz que a partir dos 32 km parece que estamos levando um urso nas costas, mas comigo acontecia exatamente o contrário: sentia como se o urso estivesse me carregando.

À medida em que me aproximava do estádio, minha emoção e alegria aumentavam. As pessoas me saudavam, gritando "Bravo!" e "Brasil!", ao reconhecerem minha nacionalidade pela camisa que usava, ao mesmo tempo em que eu retribuía, batendo palmas e levantando os braços, o que me dava ainda mais energia. Ao entrar no Estádio Panatinaikos, senti uma emoção indescritível. Eu parecia uma verdadeira heroína, ao ouvir o público me saudando. Minha energia duplicou e minha emoção explodiu em um choro de felicidade, ao cruzar a linha de chegada e ver meu marido e meus amigos gritando pelo meu nome.

Sem exagero, devo dizer que minha primeira maratona foi bem menos difícil e bem mais gratificante do que imaginei. Agora estou batizada e pronta para novas conquistas. Que venham mais e melhores maratonas, pois agora sei que tudo é possível.

ORGANIZAÇÃO EXCELENTE. A prova foi muito bem organizada. A cada 2,5 km, havia postos de distribuição de água, isotônicos, barras de cereal, bananas e esponjas para hidratação. Além disso, em cada posto havia equipes de assistência médica com todos os recursos necessários, tais como médicos, massagistas e equipamentos. Por fim, a cada 5 km havia banheiros.

O dia amanheceu muito frio (para nós do Recife…). Quando nos deslocamos para o Panatinaikos para pegar o ônibus para a largada, às 6h30, fazia 12 graus. Entretanto, quando a corrida começou, às 9 h, a temperatura já era bastante agradável, com sol e por volta de 18 a 20 graus. E permaneceu assim durante toda a corrida. Todos os corredores tinham que se dirigir por conta própria para o Estádio Panatinaikos até às 7h, onde pegariam os ônibus até o local de início, na cidade de Marathonas. Durante todo o percurso as ruas estavam interditadas e isoladas, sem possibilidade de acesso de veículos não autorizados. A título de informação, fiquei em 2477º lugar, entre 3825 que terminaram a maratona, com tempo bruto de 4h38 e líquido de 4h35.

Recebemos cartões para transitar gratuitamente pela cidade durante 5 dias (de 7 a 11/11), usando o sistema público de transporte (metrô, ônibus e trem). Por falar nisto, uma das curiosidades da cidade é que o acesso ao metrô não tem catracas, apenas equipamentos de validação do ticket, o que quer dizer que se pode pegar o metrô mesmo sem ticket. Mas se o espertinho for flagrado pela fiscalização sem o ticket pode até ser preso.

Os outros corredores da Acorja na maratona (foto – Marinês é a nº 3308) conseguiram os seguintes resultados: Luiz Holanda (3h43), Julio Pessoa (3h46), Paulo Lins (3h54), Jacqueline Rego (4h04), Juliana Oliveira (4h06) e Carlos Azevedo (4h40).

Marinês Melo  é assinante de Recife

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