Cada vez é mais comum a entrega de kits em lojas, para benefício destas, que sempre conseguem algumas vendas extras, assim como para os organizadores, que resolvem o problema de achar um local para esse serviço, e ainda recebem pagamento das lojas por levarem corredores coercitivamente para lá.
Esse deslocamento geralmente significa um custo extra, pelo pagamento do estacionamento no local (shoppings, normalmente), sem contar o tempo que se perde.
Ao contrário do que se verifica no exterior, onde as entregas de kit são na maioria dos casos perto de estações de metrô ou com acesso muito fácil pelo transporte público, por aqui a preocupação não é com o participante, mas sim com a praticidade para a organização e com a possibilidade de maior faturamento em cima do corredor.
Esta complicação e custo costuma ser uma das explicações dos chamados “pipocas” para não se inscreverem, sem contar logicamente as próprias altas taxas cobradas, justificadas às vezes pelo kit entregue, mas que não costumam representar nem 20% do valor da inscrição.
Do jeito que estão indo as coisas, as corridas nacionais tendem a ter crescente número de “pipocas”, como na última São Silvestre (veja acima). É o preço que se paga pelo novo enfoque das provas brasileiras, em que o que mais vale é a festa (e a arrecadação conseguida) e não o espírito esportivo.
