No domingo passado, dia 27/07, diversas pessoas completaram sua primeira, segunda, terceira maratona no Rio de Janeiro. Mas teve uma pessoa que completou sua CENTÉSIMA Maratona. Com a palavra, Denise Amaral:
” Completei a 100ª maratona na Maratona do Rio e tenho certeza escolhi o lugar ideal. Não planejava este número e até achava engraçado quando as pessoas perguntavam onde seria a 100ª prova quando eu tinha completado “somente” umas 80 maratonas.
Corro ininterruptamente há 32 anos e nunca fui muito organizada. Teve ano que corri 1 maratona e outros em que corri 8! Na verdade, sou “Maria vai com as outras”, sempre pronta a acompanhar os amigos em mais uma prova, uma viagem, uma diversão. E diversão foi o que eu encontrei ao longo destes anos e em todas estas provas.
A 1ª foi no Rio e nem sabia o que era essa “tal de maratona”. Fiz um treino de 16 km e lá fui eu. Com largada às 16 horas, enfrentávamos a mudança de temperatura do cair da tarde. Hoje, a Maratona do Rio tem largada às 7h30 e torcemos para que o sol não queira participar da festa, como este ano que nos brindou com um tempo nublado e uma chuva fina.
O percurso saía do Leme em direção ao Aterro do Flamengo, com subida pelo Elevado da Perimetral, retornando em direção ao Leblon, com chegada na praia do Leme. O temido vai e vem do Leme ao Leblon foi substituído por um percurso em linha reta, margeando o mar e as montanhas, mas com um grau de dificuldade maior devido à subida da Av. Niemeyer.
Nas 2 primeiras Maratonas do Rio que corri, em 1983 e 1984, ganhei uma camiseta com a frase EU COMPLETEI A MARATONA , guardadas até hoje. Para aquecer, devido à chegada dos corredores após as 19 horas, ofereciam uma manta feita de plástico, precursora das mantas metalizadas entregues hoje em dia nas maratonas internacionais. E isto era tudo, pois os saquinhos com frutas só passaram a ser entregues anos depois. Assim, todo maratonista levava seu lanchinho pós-prova. Tenda de assessoria, nem pensar. Os bares da praia do Leme ficavam cheios de corredores que se reidratavam com bons goles de chopp!
Na chegada da Maratona do Rio deste ano recebemos uma bela medalha, frutas e isotônicos. Grupos reunidos em suas megas tendas ofereciam de tudo, exceto o outrora choppinho!
Assim como nas primeiras maratonas, o evento reuniu um número expressivo de corredores de outras cidades. Naquela época, só tínhamos maratona no Rio e, posteriormente, Blumenau, Porto Alegre e São Paulo. Hoje, o maratonista pode escolher correr em diversas cidades do Brasil, o que não acho bom. Em vez de termos grandes eventos com um número crescente de corredores, como no passado que tínhamos 6.000 corredores na Maratona do Rio, as diferentes provas dividem os corredores e diminuem a grandeza dos eventos.
Ao longo do percurso deste ano tive o prazer de correr com Jacqueline Rêgo e Marines Melo, corredoras de Recife que já participaram de inúmeras provas internacionais, incluindo Comrades, que afirmaram que a única maratona que elas “repetem” é a Maratona do Rio. Fiquei orgulhosa!
A revista do kit da maratona apresentava um texto meu (exibida, né?) contando esta trajetória das 100 maratonas. Recebi muitos cumprimentos ao longo do percurso e adorava quando alguns corredores diziam que eu estava servindo de inspiração para os estreantes. Como sempre, repetia o meu bordão: se fosse tão difícil, eu não teria corrido 100 maratonas!
Hoje, posso dizer que testemunhei as mudanças neste esporte: da Coca-Cola com água aos isotônicos, da rapadura e sachê de gel aos carboidratos, das camisetas de algodão aos tecidos tecnológicos. Evoluções como os relógios com GPS, largadas em ondas, assessorias esportivas e tudo mais.
Lugares maravilhosos foram visitados ao longo destes 32 anos de corrida. Perdi muitas unhas e ganhei muitos amigos. Conheci o amor da minha vida, meu marido Luiz Antonio, parceiro de loucuras mundo a fora. Fortificou a relação familiar com a alegria de correr ao lado de minha mãe por 31 anos.
Na chegada da 100ª maratona MUITOS amigos me aguardavam e outros tantos que não conheço, mas que também incentivavam. Teve bolo, camiseta e até cervejinha – o hidratante dos velhos tempos! Quero seguir correndo por muito mais anos e que a Maratona do Rio, minha inspiradora, continue a nos desafiar e encantar.
Nos vemos nas pistas!” Denise Amaral, 51 anos, Rio de Janeiro
Participações:
NACIONAIS: 25 vezes no Rio de Janeiro, 6 Blumenau, 4 São Paulo, 5 Porto Alegre, 1 Brasília, 1 Curitiba, 1 Belo Horizonte, 1 Santos
INTERNACIONAIS: 21 vezes em Nova York, 9 Disney, 3 Berlin, 3 Chicago, 3 Paris, 2 Estocolmo, 1 Boston, 1 Londres, 1 Tóquio, 1 Honolulu, 1 Cape Town, 1 Amsterdam, 1 Sevilha, 1 Filadélfia, 1 Veneza, 1 Rock’n Roll San Diego, 1 Frankfurt, 1 Barcelona, 1 Punta del Leste, 1 Santiago, 1 Miami
Contatos:
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Denise, parabéns pela marca! Li seu texto na revista da Maratona e achei uma história realmente fantástica. Espero chegar a 100 maratonas com essa sua saúde e disposição! Abraços
Belíssima marca.
Parabéns.
Correu 8 provas num ano!!!?
Me lembro qdo eu disse a amigos que tinha corrido 3 num ano e me chamaram de louco.
Sabendo q correu 8, sinto-me à vontade para correr 4 nesse ano….rsrsrs
Parabéns mais uma vez
@marcoprimeiro
Inspiradora a história da Denise!
Mulher de fibra que segue feliz, mundo afora, correndo maratonas e fazendo amigos!
Parabéns à Denise!