Maraturismo Fernanda Paradizo 15 de junho de 2018 (0) (212)

Maratona Rock’n’Roll de Montreal

Minha participação na Maratona de Montreal começou a ser planejada no início do ano, mais precisamente no mês de março, quando recebi o convite de uma amiga canadense para ir correr a prova. Depois de ter feito a Maratona de Roterdã, em abril de 2012, era hora de encarar outra vez os 42 km, com um grau de dificuldade um pouco maior que a corrida holandesa, uma vez que Montreal apresenta subidas leves e "falsos planos" entre os km 19 e 32.
Cheguei em Montreal seis dias antes da prova, realizada em 22 de setembro, e com isso tive tempo suficiente para me adaptar à cidade, ao clima e à alimentação, além de fazer meu último treino (leve) em parte do percurso da maratona. Também utilizei dois dias para conhecer Quebec, uma cidade muito charmosa, que fica a 250 km de Montreal.
Na sexta-feira fui até a Expo Marathon para retirar o kit e, a partir desse ponto, comecei a sentir a diferença, pois a organização era impressionante e a qualidade e a quantidade de produtos e expositores muito grande. Kit na mão, era hora de concentração total.

A PROVA – Depois de cinco dias de muito sol e pouco frio, o domingo amanheceu chuvoso, céu escuro, sem sol e com temperatura de 12°C. Utilizei o metrô para ir até a largada, na Ponte Jacques Cartier, sobre o Rio Saint Laurent, um local espetacular. Imediatamente antes dos currais de largada estavam os ônibus de guarda-volumes, tudo bem organizado.
A largada da maratona foi junto com a da meia (minha esposa correu os 21 km) e aconteceu em ondas, mais precisamente em 24 ondas! Larguei na 7ª, com o tempo previsto para terminar em 3h42.
Logo nos primeiros quilômetros, percebi que era uma prova especial, pois passa por muitos pontos turísticos de Montreal, começando pelo circuito da Fórmula 1 Jacques Villeneuve, cruza o Rio Saint Laurent (um dos principais do país), segue pelo lado histórico da cidade (Old Montreal), Jardim Botânico e Estádio Olímpico – sempre em ruas e avenidas largas e arborizadas com as árvores símbolo do Canadá (Maple Tree) -, terminando no Parque La Fontaine, onde os corredores de todas as distâncias se confraternizam.
Outros pontos fortes da prova foram as bandas de rock (não poderia ser diferente nesse circuito mundial) em todo o percurso e, no encerramento do evento, com um mega show. Também vale destacar a hidratação a cada 3 km com água, gel energético, bebida isotônica e frutas.

MEU DESEMPENHO – Minha largada foi cautelosa, para não forçar muito no início, tendo passado os 10 km em 51:39 e os 21 km em 1h48, dentro do planejado. Sabia que até o km 32 teria dificuldades, devido às subidas e aos falsos planos, mas resolvi bater de frente, em vez de ser conservador. Passei os 32 km em 2h46. Nos últimos 10 km senti o baque de ter forçado nas subidas e perdi um pouco de gás, fechando a prova em 3:46:25. Mas fiquei feliz com o resultado, pois obtive a qualificação para Boston.
Minha preparação para a Maratona de Montreal aconteceu por 16 semanas, com três treinos por semana, sendo um de repetição (tiros), um de ritmo de prova e um longo (1 de 35 km, 2 de 32 km, 2 de 30 km e outros que variaram entre 16 e 26 km), sendo supervisionado pelo meu treinador, Luan Ortiz, da equipe Carla Moreno Team, de Santos. Também fez parte do treinamento uma meia-maratona, a etapa de São Paulo da Golden Four Asics, que concluí em 1h43.
A Maratona de Montreal realmente vale muito a pena. Estou convencido que a série Rock'n'Roll veio para ficar e revolucionar o conceito de corridas em todos os lugares. Quem sabe um dia teremos uma no Brasil! Mais informações sobre a série em www.runrocknroll.competitor.com/tour-stops.

Francisco Apoloni, de 58 anos, é assinante de São José do Rio Preto, SP.

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