Edimburgo é uma cidade que dificilmente faria parte dos meus planos de viagem se quisesse apenas aliar corrida com turismo. No entanto, acabei sendo levada pelo entusiasmo do “selo” de uma prova Rock’n’Roll, que conheci e adorei em outubro do ano passado, em San José e Los Angeles, ambas na Califórnia, e me inscrevi quando apareceu a oportunidade de cobrir a Maratona de Londres, exatamente uma semana depois da meia na Escócia.
Embora fosse uma prova Rock’n’Roll, notei que sua versão europeia tinha alguns ajustes. A entrega de kit, que nas outras provas da série é realizada em dois dias e em local fechado, com música ambiente e muita animação, aconteceu apenas no dia anterior da competição, ao ar livre, com direito ao show empolgante da banda escocesa Red Hot Chilli Pipers, vestida à caráter e que tem a típica gaita de fole como principal instrumento.
Uma das coisas que mais me chamou atenção foi a quantidade de corredores que vestiam camisetas e agasalhos identificando que já haviam participado de alguma prova da série pelos EUA. Depois confirmei com os organizadores que havia pessoas que seguiam o circuito e uma grande número de norte-americanos, 15% do total de estrangeiros inscritos, não pensaram duas vezes para atravessar o Atlântico.
Apesar de ser primavera, a temperatura em Edimburgo nessa época do ano é bem fria. A largada aconteceu às 9h da manhã, com 2 graus e um pouco de sol, para cerca de 5 mil participantes. A largada foi organizada por níveis de performance, em nove baias, que largaram de 30 em 30 segundos, com tranquilidade e sem qualquer atropelo. Diferentemente das provas dos EUA, que dão o sinal de partida ao som de um rock com batida bem pronunciada, a versão de Edimburgo largou apenas com uma contagem regressiva.
O primeiro indício de rock apareceu apenas após a primeira milha (1,6 km). Com vento a favor e as cinco milhas iniciais com predomínio de descidas, a prova se mostrou rápida no primeiro terço. Após a milha 5, o circuito adquire outra característica, indo para Portobello Promenade para margear um dos braços do Mar do Norte e proporcionar uma bela corrida à beira-mar, a única parte plana do percurso. As bandas de animação continuaram aparecendo, mas em pouca quantidade.
Depois de beirar o mar, surgem fortes subidas, que são mescladas com algumas partes em declive. A partir da milha 8, a prova percorre a parte antiga da cidade, por ruas estreitas e trechos em paralelepípedo. A chegada é no mesmo local da largada, o Holyrood Park, com mais rock ao vivo. Valeu a pena, pela beleza de Edimburgo e pela festa.