A última edição da Maratona de Seattle, nos Estados Unidos, foi marcada por uma grande frustração para muitos corredores, após um erro de percurso levar à desclassificação de mais de 100 participantes.
Os organizadores tiveram que fazer uma adaptação no percurso para uma nova rota, implementada porque o local de chegada tradicional, o Memorial Stadium no Seattle Center, estava em obras. Essa mudança acabou induzindo corredores ao erro num trecho crucial da prova, na milha 19.
Numa parte do trajeto em que uma estrada e uma trilha de uso misto corriam lado a lado, a sinalização não colocou corretamente cones ou barreiras, confundindo os corredores.
Alguns relataram inclusive que staffs indicaram para seguir pelo caminho errado. Com isso, alguns participantes acabaram encurtando o percurso em aproximadamente 3,2 km.
Se a situação parece familiar, é porque no Brasil já vimos episódios parecidos: percursos aferidos e certificados, mas que na prática se perdem em falhas simples, e evitáveis, de montagem, principalmente na distribuição de cones e bloqueios. Quando cada segundo importa, qualquer detalhe faz diferença.
Em Seattle, a organização até agiu rápido, reconhecendo publicamente o erro. Pediu desculpas, prometeu reverter as desclassificações projetando os tempos finais dos atletas afetados e ainda ofereceu descontos para futuras provas. Mas fica a pergunta: é suficiente validar um resultado de um percurso encurtado apenas com a projeção do tempo? Especialmente em uma maratona, onde ritmo, estratégia, desgaste e quilômetros decisivos não podem ser simulados com precisão.
O episódio deixa uma lição clara para qualquer organizador, em qualquer país: não basta ter percurso aferido. É preciso garantir que cada cone e barreira esteja no lugar certo, e permaneça lá até o último corredor passar. Seja onde for, a experiência do corredor sempre merece esse cuidado.
