

Na noite desta quinta-feira (26), o Estádio Charléty, em Paris, foi palco de um momento histórico para o atletismo. A queniana Faith Kipyegon, bicampeã olímpica e tricampeã mundial dos 1.500m, tentou se tornar a primeira mulher a correr a milha (1.609 metros) abaixo de 4 minutos, mas não conseguiu. Ainda assim, Faith brilhou ao estabelecer um novo recorde mundial: 4min06s42 (marca não válida para homologação), superando sua própria marca anterior (4min07s64) registrada em 2023.
A tentativa fazia parte do projeto Breaking4, iniciativa da Nike nos moldes do famoso INEOS 1:59 Challenge de Eliud Kipchoge, com o objetivo de ultrapassar as barreiras do possível no atletismo feminino. A prova teve transmissão global pelo YouTube da Nike e pela Amazon Prime Video.
Para atingir esse feito, Faith contava com uma estrutura inédita: uniforme aerodinâmico ultraleve, o novo tênis Nike Victory Elite FK (criado especialmente para a prova) e uma equipe de pacers que incluía nomes como as britânicas Jemma Reekie e Georgia Bell — todas vestidas de roxo, a “cor do poder” escolhida por Kipyegon. O suporte foi completo, inclusive com coelhos em posições frontais e traseiras.
Mesmo não atingindo a sonhada barreira dos 4 minutos, ela se mostrou orgulhosa de sua performance e recebeu aplausos do público francês.
Faith, de 31 anos e mãe de uma menina de 7, segue quebrando paradigmas no esporte. Ela treina em Kaptagat, no Quênia, sob a orientação e inspiração de Eliud Kipchoge.
Vale lembrar que, quando Roger Bannister correu a primeira milha sub-4 minutos em 1954, mulheres sequer podiam disputar a prova nas Olimpíadas. Apenas em 1972 o programa olímpico feminino incluiu os 1.500m. Hoje, mais de 70 anos depois do feito de Bannister, Faith Kipyegon simboliza a evolução e a força das mulheres no atletismo.



