Tromso, onde se realiza a Maratona da Meia-Noite, fica a 2 horas de vôo ao norte de Oslo, capital da Noruega, tem 30 mil habitantes e está a 300 km do Círculo Polar Ártico. Em junho e julho, no verão, o sol não se põe nunca, o que faz com que a "noite" seja animada, clara, cheia de eventos e diversões, e, entre eles, a corrida da Meia-Noite, que este ano, dia 16 de junho, celebrou sua 18ª edição, e que na verdade compreende 5 provas: a das crianças, a Minimaratona (4.2 km), a Maratona, a Meia-Maratona, e a prova Adidas Mila (10 km). Excetuando-se a das crianças, este ano, somando todas as provas, houve a participação de 1.734 corredores, dentre eles 15 brasileiros.

O charme das provas é elas serem realizadas à noite, a partir das 20h30, com o dia claro, claríssimo. Este ano o sol esteve presente na largada da maratona (20h30), mas chovia fino na largada da meia (22h30). A idéia é que por volta da meia-noite grande parte dos corredores já esteja com a medalha no peito, festejando. A 7 graus centígrados, diga-se de passagem.

E as festividades correram soltas "noite" adentro, com um restaurante recebendo os corredores até as 3 da manhã, e vários bares abertos também. A cidade é muito bonita, situada numa ilha, cercada pelos Alpes Noruegueses com suas neves eternas. Tem muitos museus, bons restaurantes, vida cultural – uma linda catedral, que oferecia concertos e corais todas as noites… à meia noite, é claro!

A corrida é bem modesta, não pretende se igualar às grandes maratonas mundiais, o que é bom, pois não há corre-corre, multidões… a feira pré-prova é simples, oferece apenas uns poucos e bonitos artigos alusivos à corrida, como boné, camisetas e jaquetas. Há um jantar-bufê escandinavo de adesão, em um hotel bacana da cidade, onde tive a oportunidade de jantar com corredores de vários países, uma vez que ficamos em mesas que acomodam 12 pessoas.

Nesse jantar, o locutor ironizou os vizinhos, os suecos, dizendo: "A delegação brasileira é maior do que a sueca, vejam vocês!" E foi aquela risada geral. Eu não conhecia nenhum dos brasileiros, mas sabia que havia dois de Belo Horizonte, o Camilo e o Wagner, que correram a maratona. A rede hoteleira da cidade não é grande, o que faz com que vários corredores desistam de se inscrever, pois no início do ano os hotéis já estão todos lotados.

Obviamente há sempre vagas de última hora, mas ninguém vai se arriscar a se deslocar para tão longe, nos confins do Ártico, e correr o risco de dormir na rua, já que mesmo se tratando do verão, a temperatura fica entre 5 e 15 graus.

Para se chegar a Tromso, do Brasil, é necessário voar até uma cidade européia, como Londres, Amsterdã ou Frankfurt, e de lá para Oslo, pegando então mais um vôo de 2h de duração. Mas acho que vale a pena. A cidade é linda, os noruegueses são bonitos e gentis, a prova é bem organizada. Não vale a pena para quem quer muito agito, uma prova de grandes proporções, e uma feira pré-prova impecável e variada. Mas chegar até pertinho do Pólo Norte e correr em plena luz do dia à meia-noite já é uma sensação muito legal.

Veja onde fica Tromso
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