Os etíopes Milkesa Mengesha e Tigist Ketema foram os campeões da 50ª edição da Maratona de Berlim, disputada no dia 29 de setembro.

Mengesha cruzou a linha de chegada com 2:03:17, o terceiro tempo mais rápido do mundo este ano. O queniano Cybrian Kotut ficou em segundo, com 2:03:22, e o etíope Haymanot Alew terminou em terceiro, com 2:03:31. Com excelentes condições climáticas, a prova proporcionou ainda mais um corredor com tempo abaixo de sub 2:04, com o queniano Stephen Kiprop finalizando a prova com 2:03:37.

O ritmo de prova foi muito rápido no início. Liderados por três coelhos, 12 corredores passaram os 10 km em 28:42, passagem que daria o caminho para uma tentativa de recorde do percurso, batendo a marca de Eliud Kipchoge, de 2:01:09. Mas ritmo provou ser muito ambicioso. Apesar da passassem da meia 1:00:57, quando os coelhos se retiraram no km 25, o ritmo começou a cair, mas a disputa pelo mais alto lugar no pódio já indicava que seria acirrada. Um pouco antes da passagem pelo Portão de Brandemburgo, já nos 400 metros finais da prova, Milkesa Mingesha, que tinha 2:05:29, se separou de Cybrian Kotut para alcançar a maior vitória de sua carreira. “Foi bom porque não vim aqui como um dos grandes favoritos, então pude correr sem nenhuma pressão real. Este recorde pessoal também mostra o enorme avanço que fiz”, disse Mengesha.

Entre os atletas da casa, Sebastian Hendel não apenas bateu seu recorde pessoal na distância, com 2:07:33 (o anterior era 2:08:51), mas também conseguiu o quinto melhor tempo da história de maratona de um alemão.


Terceiro melhor tempo em Berlim
Na prova feminina, Tigist Ketema não teve adversárias e dominou a disputa,  vencendo com 2:16:42, terceiro tempo feminino mais rápido nos 50 anos de história em Berlim. O pódio das mulheres foi dominado pelas etíopes, com Mestawot Fikir em segundo (2:18:48) e Bosena Mulatie em terceiro (2:19:00).

“Na verdade, eu queria correr um recorde pessoal, mas estou muito satisfeita com a vitória e também com o tempo”, disse Tigist Ketema, que tem 2:16:09 como melhor tempo.

A melhor alemã foi Melat Kejeta, na 11ª colocação, com 2:23:40. Ela tentou quebrar o recorde alemão de 16 anos de Irina Mikitenko, passando a meia para 69:43, mas não conseguiu manter o ritmo na segunda parte.

O agregado dos tempos masculino e feminino, com 4:19:59, fez da 50ª edição a décima segunda maratona mais rápida da história e a quarta mais rápida de Berlim. Pela primeira vez em Berlim, quatro homens correram abaixo de 2:04.

Recorde mundial de concluintes
Embora nenhum recorde de percurso tenha sido quebrado em Berlim, a prova quebrou recorde importante, com 54.280 concluintes. Com este resultado recorde, a Maratona de Berlim passa a ser a maior maratona do mundo, superando Paris em abril e jogando as expectativas agora para Nova York, em novembro, que sempre supera os números.


Brasileiros em destaque

Mais uma vez a Maratona de Berlim contou com a participação de grande número de brasileiros. No total, foram 1604 concluintes em Berlim. A atleta brasileira Marlei Willers, que foi campeã da Maratona de Porto Alegre em 2023, correu sua primeira Majors e oitava maratona na carreira. Ela terminou a prova com o tempo de 2:41:26, segundo melhor tempo na carreira, atrás somente do da prova gaúcha, quando fez 2:40:59. No masculino, Mateus Sachett foi o melhor brasileiro, com 2:28:05. Entre os cadeirantes, destaque ainda para a paratleta Aline Rocha, que foi quinta colocada na disputa, com 1:44:26.

Em breve, matéria sobre a participação dos brasileiros em Berlim.