A Maratona Internacional de Foz do Iguaçu, realizada neste domingo (22/09), celebrou seus 15 anos com recorde de participantes. Um total de 5.045 atletas marcaram presença no evento que, além da maratona, teve ainda uma prova de revezamento de duplas, uma corrida de 11,5 km e pela primeira vez uma prova de 5 km. O percurso, com paisagens deslumbrantes e ao mesmo tempo desafiador, recebeu Selo Ouro e o Permit CBAt 24/2024.
A paranaense Simoniely Serathiuk venceu pelo terceiro ano consecutivo a prova, com 2:54:21. A atleta, que tem 32 anos e concilia o trabalho de professora em tempo integral com os treinamentos, começou a correr em 2016. “A Maratona Internacional de Foz do Iguaçu é uma das mais importantes para os corredores da região onde vivo. Desde que comecei, escuto sobre a beleza e a dureza da prova. Acompanhei o ciclo de muitos amigos e, quando resolvi estrear nos 42 km, escolhi Foz. Tive a alegria de ser a campeã já na minha primeira maratona e me identifiquei muito com a prova, cheia de desafios, porém muito bela”, conta a atleta, que nasceu em Paulo Frontin (PR), mas escolheu a cidade de Maringá (PR) para viver.
Sobre a disputa este ano, ela lembra que a premiação de Foz é boa e por isso conta sempre com ótimas atletas. “Este ano corremos todas juntas até cerca do km 20. Depois resolvi encarar o trecho com mais subidas da forma que meu corpo aguentasse e assim o fiz. Assumi a liderança e sustentei até o fim”, lembra a atleta, que teve alguns desconfortos abdominais que dificultaram a ingestão de carboidrato e água e acabou sofrendo mais no trecho final. “O final foi mais dramático, porém consegui sustentar. A prova era especialmente importante para mim. Dediquei ela para honrar a força e o legado da minha mãe, que faleceu de forma precoce e trágica recentemente. E que muito se orgulhava das minhas conquistas na maratona.”
Para conciliar o treino com o trabalho de tempo integral, ela divide com seu marido, também atleta, as responsabilidades do lar. E por isso escolhe fazer poucas provas, mas treinar bem para cada objetivo. “A rotina é árdua, acordo às 4h para treinar durante o ciclo de maratona e vou trabalhar logo em seguida. Preciso ter bastante clareza do meu propósito para dar o meu melhor diariamente e muita consciência para equilibrar a jornada de uma atleta amadora, mas que compete e busca performance.”, lembra a paranaense, que tem como próximo objetivo a São Silvestre, uma prova também com um significado especial para ela e sua irmã. “Era a única prova que meus falecidos pais sempre falavam, pois meu pai se chama Silvestre e, quando vivo, brincava que iria correr. Minha mãe também sempre me perguntava quando eu faria a São Silvestre. Quando ela faleceu, eu e minha irmã resolvemos participar da prova para homenageá-los. Ela, inclusive, começou a correr para esse desafio e ontem, enquanto eu fazia a maratona, fez seus primeiros 15 km.”
No masculino, o campeão foi o queniano Kiprotich Kirui, que cruzou a linha de chegada com 2:23:44. O melhor brasileiro na prova foi o baiano Renilson Vitorino da Silva, na segunda colocação, com 2:27:12. Esta é quarta participação do atleta em Foz, todas elas conquistando pódio. Ele foi quinto em 2019, quarto em 2022, terceiro em 2023 e agora segundo.
“Foi uma prova sensacional. Minha estratégia era sair no km 27, só que, para me livrar da muvuca e tentar pegar água, antes do km 7 fiz um teste numa subida, dei uma puxada para ver se os caras vinham e abri. Lembrei do Vanderlei Cordeiro de Lima em Atenas 2004 e do Marilson na São Silvestre de 2003”, conta o atleta, que mudou a estratégia e abriu ali dos adversários.“Continuei acelerando.” Já com cerca de 300 metros de vantagem, Renilson sentiu cãibra nas duas panturrilhas, teve que reduzir a velocidade e parar duas vezes para alongar. “O queniano passou, mas consegui administrar a velocidade e ser vice-campeão”, diz ele, que agora também volta sua atenção para a São Silvestre.
O queniano Justin Mogire, campeão no ano passado, abandonou a prova após uma torção de tornozelo pouco antes de entrar no Parque Nacional.
Os campeões do revezamento foram Luís Cláudio de Freitas e Geison de Souza na categoria masculina (2:36:11) e Suzete Andre e Maria Luísa Picel no feminino (3:27:36). Já no Revezamento Misto, os vencedores foram Keroly Adilles e José de Souza (2:51:46).
Na corrida de 11,5 km, Walison Reis Ferreira (38:28) e Ane Chies Guerra (47:05) foram os primeiros a cruzar a linha de chegada. Uma das novidades desta edição foi a inclusão da corrida de 5 km, realizada dentro da usina hidrelétrica de Itaipu e vencida por Marcos Ferreira de Lima (17:07) e Juscilene Moreira Alves (22:44).
Outra novidade foi a Mini Maratoninha, uma corrida infantil que reuniu mais de 400 crianças, organizada na praça Bartolomeu Mitre, no centro da cidade.
Percurso e Estrutura
O percurso da maratona manteve-se inalterado, com a largada no Mirante do Vertedouro de Itaipu Binacional e a chegada nas Cataratas do Iguaçu, dentro do Parque Nacional. Atraídos pelo turismo do local, o evento teve a presença de mais de 100 corredores estrangeiros, de países como Argentina, Austrália, China, Dinamarca, Equador, Espanha, Quênia, Líbano, Países Baixos, Panamá, Paraguai, Peru, Estados Unidos da América, Reino Unido e Venezuela.
A Maratona Internacional de Foz do Iguaçu é organizada pelo Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. O evento contou com a participação de 976 colaboradores, parceiros, apoiadores e contratados, dos quais 131 são colaboradores do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. A prova valerá para o Ranking Brasileiro de Maratonistas 2024, com os ranqueados em Foz entrando na próxima atualização do Ranking, que estará no ar na primeira semana de outubro.
Resultado Maratona
Masculino
1. Kiprotich Kirui – 2:23:44
2. Renilson Vitorino da Silva – 2:27:12
3. Silvano Lima Pinto – 2:27:55
4. Fabricio Gomes Santos – 2:28:46
5. Jackson Ruri Munyua – 2:31:17
Feminino
1. Simoniely Serathiuk – 2:54:21
2. Juliana Pereira da Silva – 2:56:27
3. Adriana Sutil da Costa – 3:00:38
4. Carmen Patricia Martinez Aguilera – 03:02:45