Minha relação com as maratonas é de amor (já foi aquele período de paixão, mas que de vez em quando volta com tudo), respeito e dedicação. Mesmo com 23 completadas, entre asfalto e montanha, no domingo terei uma experiência diferente: farei parte da estreia, da primeira edição de uma prova de 42 km, em Uberlândia.

Já corri na montanha etapas iniciais. Uma relacionado à mudança de local. Foi assim com o K42 Ubatuba, por exemplo, após cinco anos sendo realizada em Bombinhas-SC. Outra, também inédita, o Mountain Do Fim do Mundo, em Ushuaia, na Argentina. Agora, no asfalto, será realmente uma estreia e isso cria expectativas diferentes.

A prova, inclusive, irá homenagear o amigo Nilson Paulo Lima, com 140 provas longas na carreira, entre maratonas e ultras. Luciano Moraes, um dos organizadores, conta em conversa com o blog como surgiu a ideia dos 42 km em Uberlândia. Além disso, sobre dados técnicos da maratona, clique aqui.

“Somos um grupo aqui de Uberlândia que acabou montando uma empresa, a Fluir Sports, que por questões óbvias perdeu o registro do nome e, a partir de agora, passa a se chamar Apuana Esportes. Apuana quer dizer ‘aquele que corre’ em Tupi-Guarani, tribo que povoou nossa região outrora.

Somos quatro sócios, todos atletas amadores de corrida, natação e bike. Eu, Luciano Moraes, sou publicitário; o Davi Miguel, também publicitário; o Fabrício Naves, médico do Esporte e o Ricardo Lopes, engenheiro mecânico.

Pois bem, em 2013, nos reunimos pra criar uma corrida de 10 milhas. Surgia, em novembro de 2013, Uberlândia 10 Milhas – A Corrida da Cidade (que contava também com 3 e 5 milhas) com 1.550 participantes. Percurso aferido pela CBAt, cronometragem por chip, enfim, procuramos oferecer o mínimo que toda prova deve contar, como hidratação correta, bom kit, medalha bonita… Contamos com um excelente apoio dos patrocinadores e da TV Globo local, tanto com comercial, quanto jornalismo. Mantemos essa parceria até hoje.

Em 2014 decidimos que faríamos, além das 10 Milhas, a nossa primeira meia-maratona, a ‘Udi 21 – A Meia de Uberlândia’. Foi um sucesso, com rápida premiação, mesma qualidade e ganhamos, mais ainda, a confiança dos atletas, patrocinadores, parceiros, mídia, enfim, crescemos e prometemos na TV uma maratona em anos olímpicos.

Em 2015, resolvemos criar então o Circuito Uberlândia Corre, com 4 eventos, sendo em junho uma corrida na terra, a Apuana Trail, que teve MTB no sábado e 5, 10 e 17 km. Em julho, a nossa primeira noturna, a Udi Night Rock Run, entre 5 e 10 km, com banda de rock e chope no final da corrida. Então, em setembro, fizemos a terceira edição da Uberlândia 10 Milhas e a segunda edição da Udi 21, encerrando o circuito com a participação, ao todo, de mais de 5 mil atletas.

Para 2016, ampliamos o Circuito, com uma estreia no fim da tarde, a Sunset Music Run e novamente a Apuana em maio. Teremos um Sprint Triatlo em agosto; a Uberlândia 10 Milhas em setembro e a Udi Night em novembro. No entanto, está chegando a hora da nossa prova mais importante, a prova que teremos que ter mais atenção e que vai nos chancelar para seguir em frente ou pararmos por aqui.

Conheci pessoalmente o Nilson Paulo Lima apenas há dois anos e então fui tomado pela surpresa de ter um atleta deste nível em nossa cidade. Quando tive a oportunidade de conhecê-lo melhor e fazer alguns treinos com ele, pude perceber a grandiosidade e também a simplicidade do Nilson. Foi nascendo dai a admiração e a necessidade de enaltecer um grande atleta local e seus feitos.

Em agosto do ano passado então, quando já havíamos decidido realizar a maratona, depois de sair de um treino na piscina, tive a luz de homenagear o Nilson com o nome da nossa primeira maratona. Minha retórica é a de que não precisamos “importar” um grande atleta para homenagear. Temos um dentro de casa, com números maiúsculos, um influenciador, um incentivador, uma pessoa que arrastou uma multidão para as corridas ao longo dos seus 23 anos de corridas. Este é o Nilson. Desde então, com apenas algumas breves sondagens, com outros atletas, a unanimidade em torno do seu nome e em torno da homenagem, fizeram toda a diferença par convencer o grupo também, que ainda não o conhecia.

Foi quando então em meados de setembro passado o convidamos formalmente, que de pronto aceitou, embora tenha prometido a ele que faria a homenagem se nos saíssemos bem na nossa última meia-maratona. Fizemos um belo evento, que contou com sua participação, claro, e a partir dai então, estava lançada a UDI 42 – MARATONA NILSON LIMA DE UBERLÂNDIA”.

Essa é a história e, no domingo, eu e a Mari Savazoni, estaremos acompanhando ao vivo (e correndo) o nascimento de uma maratona.