20 de setembro de 2024

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Sem categoria André Savazoni 6 de abril de 2016 (2) (123)

Rumo a Boston: Leila Piani e o índice de uma ‘pessoa normal, apaixonada por corrida’

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Leila após a Maratona de Paris, quando obteve o índice para Boston

Leila Piani, de 46 anos, tem uma década na corrida. Marcada por recomeços e muita força de vontade. Nem pinos na coluna cervical (isso mesmo) e no braço a afastaram dos sonhos. Primeiro, de fazer o Desafio do Pateta sem antes passar pela angústia de nem saber se voltaria a andar. Depois, de uma grave fratura no braço no ano passado. Agora, está prestes a viajar para Boston. “Eu mal acreditava que eu, uma pessoa normal, apaixonada por corrida, conseguira tal realização. Não me considero uma atleta, mas alguém que corre por amor e por paixão”, diz a corredora, mais uma personagem especial da série Rumo a Boston.

“Comecei a correr em 2005, com o objetivo apenas estético. Não tinha qualquer expectativa de tempo, de performance… Apenas queria emagrecer. Como o esporte já fazia parte da minha rotina, sabia exatamente o que precisava fazer para ‘aprender’ a correr.

Nunca fui aventureira, sempre procurei pessoas capacitadas para me ajudar. Então, após decidir pela corrida, procurei uma assessoria esportiva. Comecei a correr, e logo depois de 6 meses de treinamento, fiz os meus primeiros 5 km. Foi uma alegria, porque não andei um metro sequer. E assim fui evoluindo até conquistar minha primeira meia-maratona em março de 2006. Fiz um tempo de 2h15. A minha paixão pela corrida era tão intensa que os tempos não me incomodavam, eu queria mesmo era evoluir.

Mas a vida nos coloca em algumas situações que nos faz pensar e repensar sobre nossas escolhas. Em 2008, desenvolvi uma doença grave, Mielopatia, uma hérnia de disco na coluna cervical pressionando a medula. Foi necessário implantar uma placa de titânio na cervical. Sabia que, dependendo do resultado da cirurgia, eu poderia não andar mais, muito menos correr, mas minha força foi tão grande que prometi a mim mesma que seu vencesse esse obstáculo, eu me prepararia para uma fazer a corrida dos meus sonhos – O Desafio do Pateta como uma forma de saudar e agradecer a Deus pela nova oportunidade de vida.

Celebrando a recuperação e concretizando um sonho na Disney
Celebrando a recuperação e concretizando um sonho na Disney

A cirurgia foi um sucesso. A partir de fevereiro de 2009 voltei a correr. Mas a promessa ainda estava em pé. Como sou superdeterminada e ciente de que para correr um desafio desses, não bastava apenas treinos, procurei o acompanhamento de profissionais da área de nutrição, musculação e, claro, uma boa assessoria esportiva especializada em corridas de longa distância.

No final de 2012, decidi que faria o Desafio do Pateta em janeiro de 2014. Foram meses de treinos intenso e, ao longo do ano, fui melhorando a performance e fechei 2013 com 1h50 na meia-maratona. Me senti preparada para o que viria pela frente.

O sonho foi realizado com louvor. Além de uma excelente performance nos 21 km do sábado, fechei a maratona em 3h43. Fiquei ainda mais motivada para continuar.

Os treinos são intensos e a maior dificuldade é concilia-los com a rotina do meu dia a dia.

A Maratona de Boston é a ‘Senhora das Maratonas’. Conseguir chegar lá pelas próprias pernas não é uma tarefa fácil, mas digna de orgulho.

Em 2015, fiz a Maratona de Paris e fechei com o tempo de 3h35, além da felicidade de ter conseguido bater meu recorde pessoal, havia conseguido o tão sonhado índice para Boston! Eu mal acreditava que eu, uma pessoa normal, apaixonada por corrida, conseguira tal realização. Não me considero uma atleta, mas alguém que corre por amor e por paixão. O índice foi o resultado da minha vontade de evoluir, melhorar meu tempo que já havia feito em outras maratonas.

Em janeiro deste ano corri a Maratona da Disney, mas não baixei meu tempo em função de um acidente que tive em setembro de 2015 em uma prova de montanha, onde quebrei o úmero (osso do braço entre o ombro e o cotovelo). Fiz uma cirurgia e coloquei pinos. Os treinos foram interrompidos, mas consegui fazer a maratona e terminei com um bom tempo.

A corrida não é minha vida, mas parte dela. Eu a divido com trabalho, marido, filhos, e tudo dá certo quando se tem amor, foco e dedicação.

Estou muito feliz, porque hoje depois de alguns pinos na cervical e no braço ainda posso correr e ser feliz.”

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2 Comments on “Rumo a Boston: Leila Piani e o índice de uma ‘pessoa normal, apaixonada por corrida’

  1. Linda! Você arrasa! Teu nome é superação! Te vejo em Boston! Parabéns!!!!

  2. Que belo exemplo de dedicação, parabéns!

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