POR TOMAZ LOURENÇO
O RANKING CR reúne os melhores maratonistas em provas no país, com percurso aferido oficialmente, e que conseguem marcas inferiores aos tempos-limite de sua faixa etária. E a tendência é considerar que onde é maior o percentual de ingresso, encontram-se melhores condições para a obtenção de boas marcas e/ou para enfrentar com menos dificuldade os 42,2 km.
Como se sabe, três fatores são os mais importantes para correr bem uma maratona: clima frio/ameno, trajeto o mais plano possível e uma boa organização, notadamente no que se refere ao abastecimento no percurso. Mas existe outro, externo à prova, que é o nível de preparo dos participantes e que pode até colocar em segundo plano os três citados.
O caso clássico é o da Maratona de Boston, que reúne corredores muito bem treinados e que tiveram que se qualificar com resultados extremamente difíceis para a maioria dos maratonistas. Apenas como exemplo, homens e mulheres da faixa 35/39 anos têm que correr uma maratona, que seja classificatória para Boston, abaixo de 3 horas e 3h30 respectivamente, já contando com o corte extra que sempre acontece na qualificação.
Pode fazer um frio extremo ou um calor idem na centenária maratona norte-americana, com seu percurso nada plano, mas em leve descida, que os participantes se saem muito bem, porque estão devidamente condicionados, além de geralmente muito magros, que é sempre um item fundamental para encarar bem a longa distância.
Já para ingresso no RANKING CR a exigência é bem menor, ficando em quase 1 hora a mais do que os números para Boston, após uma ampliação de 15 minutos nos tempos-limite, que aconteceu em 2022. Agora, a maioria dos participantes em nossas maratonas oficiais consegue se ranquear, índice que ficou na media de 58,4% neste ano.
Como se constata na tabela, é bem variável o percentual de ranqueados, com o maior valor (71,9%) verificado em Porto Alegre (foto capa) e Blumenau, seguidas de Floripa, nas três verificando-se a ocorrência daqueles quatro fatores. Em Uberlândia o que costuma ajudar é a “qualidade” dos participantes, já que o percurso e o clima não são favoráveis, enquanto em Vitória e Fila SP aconteceu o benefício de temperaturas baixas no dia da maratona, sendo que na prova paulistana houve contestação da distância, mas os resultados foram validados. O inverso ocorreu nas duas de João Pessoa e em Foz do Iguaçu, e pior ainda em Manaus, onde a alta umidade e elevada temperatura dificultam demais, mesmo com as largadas de madrugada.
Quer conseguir bom resultado em uma maratona oficial brasileira em 2024? TREINE! As condições oferecidas pela prova acabam ganhando menor relevância, da mesma forma que acessórios que costumam ser hiper valorizados, como tênis de placa, meias de compressão e suplementos no dia.
Maratona | Concluintes | Ranqueados | % |
---|---|---|---|
São Paulo | 3.155 | 1.649 | 52,2 |
Brasília | 101 | 56 | 55,4 |
João Pessoa | 364 | 149 | 40,9 |
Uberlândia | 280 | 182 | 65,0 |
Porto Alegre | 4.086 | 2.939 | 71,9 |
Rio de Janeiro | 7.210 | 3.687 | 51,1 |
Campo Grande | 198 | 113 | 57,0 |
Ponta Grossa | 88 | 49 | 55,6 |
Blumenau | 794 | 571 | 71,9 |
São Paulo City | 3.266 | 1.863 | 57,0 |
Int. J. Pessoa | 609 | 243 | 39,9 |
Floripa | 2.835 | 1.974 | 69,6 |
Goiânia | 114 | 64 | 56,1 |
Fila SP | 335 | 228 | 68,0 |
Vitória | 363 | 240 | 66,1 |
Salvador | 840 | 393 | 46,7 |
Foz do Iguaçu | 472 | 192 | 40,6 |
Jurerê | 351 | 220 | 62,6 |
Monumental | 684 | 334 | 48,8 |
Curitiba | 2.422 | 1.414 | 58,3 |
Manaus | 579 | 126 | 21,7 |
TOTAL | 28.567 | 16.686 | 58,4 |