POR TOMAZ LOURENÇO
Jurerê Internacional, em Florianópolis, é conhecido como um dos bairros chiques da Ilha de Santa Catarina, e onde acontece uma meia-maratona de grande sucesso. Neste ano foi sua quinta edição, com a novidade de ser inserida também uma maratona, além dos tradicionais 5 e 10 km.
Mesmo sendo uma estreia, os 42 km de Jurerê atraíram bom número de corredores, inclusive de fora de SC, com a promessa de um percurso plano e aferido, temperatura agradável e boa organização, o que acabou se confirmando para os 351 que completaram, com pouquíssimas desistências. Ajudou a largada às 5h45, com 16 graus e chegada com 22, mesmo com sol. Muitas curvas e retornos no trajeto, mas que acabam incomodando apenas os corredores de elite, pelo ritmo que fazem.
A vitória foi de Ederson Vilela Pereira, com 2:18:59, que buscava superar o recorde catarinense na distância, pertencente a Walmir Carvalho (2:13:39), e assim ganhar o prêmio especial de R$ 40 mil. A prova, patrocinada pelo Hospital SOS Cardio, é organizada pela Sportsland em parceria com a Koha, pertencente ao maratonista recordista, que tem 21 vitórias em provas oficiais em seu currículo, no Brasil e exterior.
Ederson chegou isolado, bem à frente de Fabio Ramos (2:30:32) e Nidge da Silva (2:30:45). No feminino a disputa foi mais acirrada, com a campeã Senara Almeida finalizando em 2:56:22, seguida de Noeme Pereira (2:58:12) e Rosângela Vieira (3:04:54).
Como em outros eventos em que a maratona é o grande apelo de mídia, mas na prática reúne menos participantes do que nas demais distâncias, em Jurerê não foi diferente. Nos 21 km completaram 962 corredores, nos 10 km foram 1.019 e nos 5 km 1.442 concluintes, cruzando a linha de chegada 3.774 homens e mulheres.
MEIA COM TRILHA
Participei da meia-maratona, acreditando que conseguiria um bom resultado, por ter treinado adequadamente para a distância. Largamos às 5h35, com temperatura bem agradável, inicialmente por ruas de Jurerê Internacional e depois por estrada asfaltada, sempre com muito staff orientando e trânsito controlado. Abastecimento nota 10, com água e isotônico gelados, a cada 3 km aproximadamente, além de banana e batata salgada.
Tudo ia bem até o km 16, quando entramos numa praia e logo em seguida tudo parou para superarmos uma trilha não muito longa, mas íngreme e enlameada, com pedras escorregadias e que culminava em forte descida nas pedras onde a ondas batiam. Emoção à vontade! Maré alta e chuvas nos dias anteriores tornaram esse trecho de caminhada penosa, em fila indiana.
Depois mais praia, correndo na areia e na água, para novamente uma trilha com as mesmas dificuldades. Até que se voltou ao piso de bloquete, para uma rampa que carros sobem em primeira marcha, uma descida do mesmo jeito e novamente pela praia, negociando com a vinda das ondas.
Ou seja, a meia em Jurerê compreendeu uma corrida até os 16 km, depois caminhada por trilhas e mais 5 km por areia/água de praias. Muita gente gostou da experiência e até ouvi que as dificuldades (e também o visual) dão um charme especial ao evento, que não fica nos tradicionais 21 km por ruas e avenidas. Já os 5 e 10 km acontecem o tempo todo dentro do bairro de Jurerê internacional.
Os resultados dos 351 maratonistas valerão para o RANKING CR e estarão computados na próxima e última atualização das listagens, aqui no site, no mês de dezembro.
Tomaz Lourenço é jornalista, 76 anos; lançou a revista Contra-Relógio em outubro de 1993, sendo seu editor até a última edição em abril de 2021. Correu mais de 60 maratonas no Brasil e exterior, além de 2 Comrades; seu recorde nos 42 km foi ao estrear na distância, em Blumenau 1992, com 3h04. Contato: tomazloureno1947@gmail.com