Tamirat Tola venceu neste domingo (05/11) a Maratona de Nova York, com recorde do percurso. O etíope, que assumiu a liderança faltando 10 km para o final, terminou a prova no Central Park com o tempo de 2:04:58, quebrando, por 8 segundos, uma marca que já durava 12 anos. Foi a primeira vitória do atleta num evento Abbott World Marathon Majors, destacando-se também como uma das maiores margens de vitória em Nova York. Tola havia sido quarto colocado na NYCM em 2018 e 2019.
“O povo de Nova York é incrível por ter dado apoio moral a cada quilômetro. Obrigado a todas as pessoas”, disse Tola. “Foram alguns quilômetros longos para correr sozinho, mas trabalho muito nos treinos, então estou feliz.”
O queniano Albert Korir, campeão de 2021, foi o vice-campeão com 2:06:57, e o etíope Shura Kitata, que ficou entre os cinco primeiros nas quatro vezes que participou, foi o terceiro colocado, com 2:07:11.
Chegada apertada
Em sua terceira maratona na carreira, a queniana Hellen Obiri venceu a prova com 2:27:23 depois de uma disputa apertada, que durou até os metros finais. A atleta tornou-se a primeira mulher em 34 anos a vencer as maratonas de Boston e de Nova York no mesmo ano.
“Às vezes, quando você entra em uma corrida, você diz ‘tudo pode acontecer’. Mas para mim, eu treino tão bem, então, quando cheguei a esta corrida, pensei: ‘Sou forte, acredito no que fiz.’ Acho que ainda tenho algo a fazer, como vencer as Olimpíadas”, disse Obiri, que se tornou também a segunda mulher a conseguir vencer a Maratona e a Meia de Nova York no mesmo ano.
A etíope Letsenbet Gidey, detentora do recorde mundial dos 10.000 metros e da meia-maratona, ficou em segundo lugar, com 2:27:29, seguida pela queniana Sharon Lokedi, campeã de 2022, com 2:27:33.
Campeão de todas as Majors no ano
Na divisão de cadeiras de rodas, o suíço Marcel Hug venceu pela sexta vez a Maratona de Nova York e entrou para a história por ter ganho seis Abbott World Marathon Majors em 2023. Ele foi campeão com 1:25:29, apenas três segundos atrás de seu próprio recorde de percurso, estabelecido em 2022.
“Sinceramente, tentei não ter em mente que poderia ser a sexta vitória aqui. Mas agora, lentamente, estou percebendo o que aconteceu e estou muito, muito feliz por esta temporada e por esta corrida de hoje”, disse Hug.
Entre as mulheres, a suíça Catherine Debrunner venceu na sua estreia em Nova York, estabelecendo novo recorde de percurso, com 1:39:32. No início deste ano, ela quebrou as marcas nas maratonas de Chicago e Berlim, onde também estabeleceu o recorde mundial da maratona.
“Devo dizer que neste momento é difícil encontrar boas palavras para a corrida, porque foi um ano de conto de fadas com todos os recordes e vitórias em maratonas. Foi simplesmente incrível. Eu realmente não tenho palavras para isso”, disse Debrunner.
A brasileira Aline Rocha foi a quinta colocada , com o tempo de 1:53:25. Vanessa Cristina foi a nona colocada, com 1:59:51.
Pela primeira vez, as corridas profissionais em cadeiras de rodas masculinas e femininas da Maratona de Nova York serviram como evento de seleção da maratona de atletismo paralímpico dos EUA. Os dois primeiros colocados americanos nas corridas em cadeiras de rodas – Daniel Romanchuk e Aaron Pike na divisão masculina e Susannah Scaroni e Tatyana McFadden – conquistaram vagas na equipe dos EUA nos Jogos Paraolímpicos de Paris 2024.
A maior maratona em 2023
A Maratona de Nova York fechou a temporada das Majors em 2023 como a maior maratona no ano, com 51.402 concluintes. Um total de 719 brasileiros concluíram a prova. Confira alguns dados estatísticos.
Os quatro campeões da prova, Tamirat Tola, Hellen Obiri, Marcel Hug, e Catherine Debrunner, visitaram o SUMMIT One Vanderbilt em Manhattan na segunda para fotos.
Confira ainda esta semana cobertura geral dos brasileiros na prova.