A maratona deveria ser melhor utilizada nas relações de trabalho. As empresas ainda não perceberam como essa relação entre o esporte e o dia a dia pode ser muito benéfica para as relações profissionais.  Em planejamento e gestão da Educação Física na faculdade temos discutido bastante a questão da administração, necessária para a vida. Dentro desse tema, temos quatro funções básicas: planejamento, organização, controle/avaliação e direção/liderança. Não é o que precisamos para os 42 km?

Veja, no caso da busca do índice para Boston. Não precisamos planejar as maratonas que iremos correr em busca do tempo necessário? Traçar um plano de ações que levem a atingir um objetivo determinado, no caso, o tempo mínimo para correr a maratona norte-americana? Buscar,a partir de uma previsão, as metas, os objetivos?

A organização não passa a ser fundamental, também? Organizar o tempo, o treinamento, o horário, a relação/afazeres familiares e profissionais, a alimentação, o descanso, os dias e locais de treino? Ter um cronograma?

Chegamos ao controle/avaliação. Isso inclui o controle do ritmo, da corrida, dos intervalados, dos longos, da parte financeira. Temos, ainda, a identificação de problemas e de resultados, com base em provas-teste, como uma ou duas meias-maratonas, de como fazermos o ritmo e terminamos os longos, os treinos propriamente de ritmo… Precisamos “controlar/avaliar” sempre, no popular, “ficar de olho”.

Direção/liderança é o último dos itens básicos. Nesse caso, como a corrida é mais individual, o trabalho acaba sendo muito internamente, mas há uma relação com o treinador, a conversa, a liderança, uma direção a seguir, ou seja, pontos determinantes para uma vida profissional.

Assim, para a maratona, não precisamos saber administrar todo o processo, ou seja, estabelecer objetivos, montar um planejamento, definir as prioridades, escolher as ferramentas para organização, fugir de situações impeditivas, saber diferenciar o que é importante, urgente e circunstancial? Quais desses itens não te fazem um profissional melhor?

Resumindo, quem une essas características, que são ensinadas e apreendidas durante o treinamento esportivo, no caso, principalmente, da maratona, não ganha apenas mais em saúde, qualidade de vida, disposição. Torna-se, também, um profissional e uma pessoa muito melhor. Pena que, ainda, as poucas empresas fazem essa relação ou incentivariam e criariam grupos de corrida internos, investiriam um valor muito pequeno em um resultado enorme que poderiam ter. A corrida (maratona) é uma ótima ferramenta!