Rumo a Boston: As mulheres na maratona – Ana Lucia Rozza

ANA_56de122342b4c-reduzirfotos-comNessa quarta entrevista da série das mulheres na Maratona de Boston e também no crescimento feminino nas provas, principalmente nos 21 km e 42 km, a personagem do Dia Internacional da Mulher é Ana Lucia Rozza, de 46 anos, que mora atualmente em Joinville e corre há 13 anos. “Resolvi dar o meu depoimento como forma de incentivar as pessoas comuns que, assim como eu, nunca tiveram nenhum talento ou aptidão para o esporte.”. Assim, Ana Lucia começou  o bate-papo, mas vamos deixá-la contar nos detalhes.

“Sabe aquela pessoa que ninguém escolhia para fazer parte do time na escola? Que fechava os olhos quando via a bola de vôlei vindo em sua direção? Então… essa era eu! Na verdade, acho que ainda sou assim… Mas descobri na corrida que eu posso vencer meus medos e superar minhas limitações. Tanto é verdade que quando conquistei o meu primeiro pódio (terceiro lugar no geral nos 10 km), fui embora e só no outro dia li meu nome no jornal, com a foto e o meu lugar vazio! Ou seja, nem eu confiava em mim!

Aí, não parei mais… participei de três maratonas: Berlim (2013), Porto Alegre (2014) e Tóquio (2015). Nesta última consegui o índice para Boston, fazendo o tempo de 3:38:25.

Corro uma maratona por ano, porém participo de muitas provas, especialmente nos 10 km e meias (quatro ao ano em média), que servem de preparação para a próxima.

Sinceramente, não corri em Tóquio para buscar o índice; até porque não tinha decidido ainda qual seria meu próximo desafio. O meu objetivo sempre foi melhorar meu índice pessoal e correr as seis Majors antes do 50 anos!

Treinei muito para isso. Dedico seis meses exclusivamente na preparação para uma maratona.

Gosto de treinar bem cedo, pela manhã, geralmente de três a quatro vezes por semana, alternando entre a pista e a rua, especialmente nos longões, conforme a planilha enviada pelo meu treinador. A partir desse mês tenho um dia de descanso para cada 15 dias de treino.

Dedico mais dois dias para treinamento funcional, faço ainda sessões de crioterapia, flexibilidade e eletroestimulação.

Sigo as orientações de uma nutricionista esportiva, priorizando uma alimentação saudável e dispensando a carne vermelha por opção. Não como fritura, evito doces e açúcar. Mas não sou radical.

O período de preparação é exaustivo, mas é muito legal poder contar com a ajuda dos amigos que se dispõem a acordar de madrugada e dar ‘pace’ pra você nos intermináveis longões.

Quando estou lá no meio daquele mar de gente na maratona, é como se o filme da minha vida passasse diante de mim: lembro de cada um que me ajudou, da minha família, da renúncia a tantas coisas pra poder treinar, dos meus amigos, das pessoas que às vezes dizem que eu as inspiro! Corro por todos eles! Corro por mim!

Estou ansiosa para correr a ‘Maratona das Maratonas’. Por mais preparada que digam que eu esteja, quem corre sabe que tudo pode acontecer no grande dia. Mas o que eu espero mesmo é me divertir muito, viver grandes emoções e chegar ‘inteira’ no final da prova! Boa prova a todos que vão desbravar Boston!”

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