Na segunda entrevista dessa homenagem às mulheres nas maratonas conversamos com Kamilla Pontes, de 35 anos, que atingiu o sub 3h em Buenos Aires no ano passado (isso mesmo) e, agora, está em ritmo de preparação para disputar a Maratona de Boston pela terceira vez. É a vez dela contar a história das corridas, do esporte e da vida.

“Comecei a correr no final de 2011, quando iniciei com a assessoria MPR (de São Paulo) já com objetivo de fazer uma maratona. Na verdade, a corrida entrou em minha vida um pouco antes, no ano de 2010, quando meu marido estreou nos 42 km em Chicago. Fui com meus dois filhos assistir e, de lá, seguimos uma viagem para a Disney. Tudo mudou quando cheguei e vi o clima da cidade, a feira da maratona e a chegada. Ali, em Chicago, estava decidido: preciso fazer uma maratona. E meu marido sempre foi meu maior incentivador.

Hoje, já corri sete maratonas e dois Cruce de Los Andes (prova de 100 km em dois dias, na Argentina). O índice para a primeira Boston fiz em Berlim-2013, com 3:10:19. Porém, a partir daí, segui baixando meus tempos. Já em Boston-2014 (na estreia na centenária prova norte-americana) fiz 3h07, em Chicago-2014 completei em 3h04, em Boston-2015 cheguei com 3h02 e, em Buenos Aires-2015, atingi o tão esperado sub 3h, com 2h58.

Minha evolução foi acontecendo aos poucos, mas sempre pensando em Boston, a maratona das maratonas. Escutava as conversas sobre essa prova, a busca pelo índice na assessoria é muito comum. E as jaquetas oficiais então… Sempre que via alguém vestindo, logo pensava: ‘Nossa, um dia quero um desses!’

Atualmente, o meu foco é totalmente a corrida. Treino quatro vezes por semana e faço outras duas sessões de fortalecimento (musculação e funcional). Temos também de ter uma rotina de alimentação, não gosto muito do termo dieta, penso que o importante é dar suporte ao desgaste que geramos em nosso corpo. Escolho alimentos saudáveis, priorizando verduras, legumes e proteína magra. Não como doce e frituras.

Agora, estou superanimada e na expectativa de fazer uma boa prova em Boston. Desde a primeira vez em que estive lá, me apaixonei pela cidade, que respira a maratona, virou a prova do meu coração. Me emociono só de pensar. A multidão nas ruas, a feira da prova, a coleção de roupas, o alto nível dos participantes. Tudo é muito impressionante. Sem falar da organização. A ida para a largada é algo que não tem palavras. Eles conseguem transportar os milhares de corredores sem problema algum em ônibus escolares. A Vila dos Atletas onde aguardamos a largada também é mais do que especial.

Assim, nessa expectativa, estou indo para a minha terceira Boston Marathon, novamente ao lado de meu marido, que também irá correr. Vibramos juntos a cada treino concluído e sonhamos a cada dia com o momento do embarque. Estamos no pico de treinos. Em breve, começamos a desacelerar e deixar o corpo 100% para o tão esperado dia.”