A Praça Charles Miller se torna um “boteco” dos mais animados após a Meia de São Paulo, realizada nesta manhã. Encontro de amigos, discussões, bate-papo sobre diversos assuntos e temas, comparações de tempo… só falta a cerveja e os petiscos. Claro que, como no ano passado (e como na maioria das vezes em provas organizadas pela Yescom especificamente), um tema é comum: a organização da largada. E, como no ano passado, a aferição do percurso e os GPS idem.
Vamos a algumas divagações sobre o tema com base na experiência e em alguns fatos.
- De que adianta a Yescom colocar na inscrição a opção pelas baias de ritmo, entregar as pulseiras com separações por cores e no dia não ter controle algum? Absolutamente nenhum. Medida totalmente ineficiente e para “inglês ver”.
- De que adianta as reclamações se as próprias pessoas também não respeitam isso? Com 400 m havia gente trotando, caminhando, correndo em pelotão. E quiseram sair da “fila do gargarejo”. Por que não largam mais para trás? A obrigação da organização é organizar isso, claro, mas educação todos gostam.
- A prova é disputada na rua, não na calçada. Fazer tangente não é cortar pela calçada. Pela quantidade de curvas nesse percurso, dá uma diferença enorme. Um corredor na minha frente (ou melhor, ficava na minha frente por isso), com camisa louvando Jesus nas costas, enquanto não quebrou, “cortou” caminho o tempo todo, a ponto de ser chamado a atenção por mim e por quem estava ao redor.
- Com uma prova cheia, com a largada sem controle, é temerário (e sem explicação alguma) colocar novamente um retorno fechado com cerca de 400 m de prova. O risco de confusão é enorme. São mais de 21 km, dá para compensar isso em outro ponto!
- O percurso é aferido. Oficial. Não há discussão sobre isso. Mas nas dez edições, a do ano passado e a deste gerou as discussões sobre a distância exata. Tem muitas curvas, a explicação para os GPSs endoidarem? Claro que tem. É difícil do miolo para trás fazer a tangente certinho? Claro. No Centro Velho pela quantidade de prédios, o sinal pode cair? Com certeza. GPS não é preciso? Não, longe disso. Agora, o fato chama a atenção? Chama.
- O clima estava bom para correr? Sim. Um dos melhores em dez anos. A largada foi às 7h (também cedo em relação à edições anteriores). Tinha corredores de bom nível técnico. Porém, esse é um dado para as conversas de boteco sobre a prova: tanto no masculino quanto no feminino, foram os tempos mais altos nos dez anos da Meia de São Paulo. Confira:
- Masculino
2016 – Giovani dos Santos (BRA), 1h06min21seg
2015 – Solonei Rocha da Silva (BRA) 1h04min36seg
2014 – Stanley Koech (QUE), 1h03min52seg
2013 – Giovani dos Santos (BRA), 1h03min37seg
2012 – Joseph Aperumoi (QUE), 1h01min38s (recorde da prova)
2011 – Marilson Gomes dos Santos (BRA), 1h03min10seg
2010 – Giomar Pereira da Silva (BRA), 1h04min31seg
2009 – Damião Ancelmo (BRA), 1h05min18seg
2008 – Kipromo Mutai (QUE), 1h04min02seg
2007 – Mathew Cheboi (QUE), 1h06min15seg
- Feminino
2016 – Sylvia Kibiego (QUE), 1h18min03seg
2015 – Joziane Cardoso (BRA), 1h17min45seg
2014 – Joziane Cardoso (BRA), 1h17min29seg
2013 – Sara Makera (TAN), 1h13min19seg
2012 – Pasalia Chepkorir (QUE), 1h12min29seg (recorde da prova)
2011 – Agnes Jepkosgei Cheserek (QUE), 1h16min21seg
2010 – Rumokol Elisabeth Chepkanan (QUE), 1h14min35seg
2009 – Angelina Mutuka (QUE), 1h14min14seg
2008 – Eunice Kirwa (QUE), 1h15min08seg
2007 – Ednalva Laureano (BRA), 1h15min13seg
André Savazoni
A Praça Charles Miller se torna um “boteco” dos mais animados após a Meia de São Paulo, realizada nesta manhã. Encontro de amigos, discussões, bate-papo sobre diversos assuntos e temas, comparações de tempo… só falta a cerveja e os petiscos. Claro que, como no ano passado (e como na maioria das vezes em provas organizadas pela Yescom especificamente), um tema é comum: a organização da largada. E, como no ano passado, a aferição do percurso e os GPS idem.
Bela análise. Com todos estes fatores, não vale a pena viajar de outra cidade para correr esta prova.
Concordo com o que foi exposto neste blog.
Os próprios atletas/corredores criam alguns dos problemas das corridas, como não respeitando as baias de largada. Mas presenciei outra caso.
Na Rua Norma Pieruccini Giannotti, a faixa de onibus estava liberada para o transito, estava devidamente demarcada e isolada com cavaletes e fita (em alguns trechos), mas muitos atletas insistiam em correr por ela. E detalhe, tinha um taxi trafegando nela, que por educação do taxista, calmamente ficou aguardando os corredores seguirem a sua frente. Somente no final desta rua, no último quarteirão, onde estava um agente da CET, e este orientando que os corredores saíssem da pista, é que voltou a ordem. Mesmo tendo pessoas gritando para eles (como eu), que havia um taxi/carro vindo atrás, pouquíssimas pessoas saíram da faixa de onibus. É uma falta de respeito e individualismo…
Eu, particularmente nunca gostei do percurso da prova, nem desta, nem das edições anteriores. Mas devo admitir que, tirando a região da estação da Luz e antiga rodoviária, melhorou muito o visual.
Apesar de eu ter feito o meu melhor tempo para esta prova, as alterações deste ano deixaram a prova mais “chata” e técnica, aumentou a quantidade de subidas, e isso pode explicar o tempo mais alto dos primeiros colocados, mesmo com a ajuda do clima.
A cidade de São Paulo oferece muitos trajetos melhores que este… pra que correr no minhocão ? Só porque fica interditado aos domingos ? Pra mim é um dos trechos mais chatos de correr, principalmente por correr nas duas mãos (ida e volta), observando todos aqueles que estão a sua frente e imaginando até onde ainda tenho que ir…
Espero que um dia, a organização melhore o traçado da prova. E o mesmo vale para a Maratona de São Paulo, que está sob a organização da Yescom.
Um grande abraço a todos.
Oi André,
Excelentes apontamentos. Também vi muitos corredores cortando caminho nas calçadas. Isso eu também acho totalmente errado e injusto com os participantes que seguem corretamente no percurso. Sobre a aferição, eu participei de todos os percursos que esta prova já ofereceu, desde quando eram duas voltas no elevado, e depois quando mudaram para este percurso que passa pelo centro, que se manteve por algumas edições e agora este deste ano que largou em descida e entrou a esquerda ao invés de seguir na avenida Pacaembu. Agora fica esta dúvida para a gente, se realmente o percurso foi aferido corretamente. Tomara que sim, pois este é o mínimo que uma organizadora grande como a Yescom precisa acertar em uma prova tão importante como esta.
Parabéns pela prova!