20 de setembro de 2024

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Sem categoria André Savazoni 11 de fevereiro de 2016 (11) (103)

Rumo a Boston: as mulheres e a vontade de fazer o índice

Hoje o texto é todo da Mari Savazoni. Principalmente, direcionado para as mulheres (e eu paro por aqui). A partir de agora, é com ela. Estamos fazendo essa série de posts sobre rotina, treinamento, expectativas e histórias sobre a Maratona de Boston.  E de um “detalhe” não dá para fugir. Precisa ter o índice. Claro, há algumas outras possibilidades, como doação ou comprar com agência… Mas vamos ao que interessa. Conseguir o índice para Boston.

Mari_5km
Após concluir os 5 km em 2014 no Boston Common

Serei bem sincera. Difícil, é. Mas nada impossível. Longe disso. Quer dizer, em se tratando de corrida, muita coisa é complicado. Para mulher, apenas o fato de correr é bem difícil. Precisa ter companhia. Se tiver filhos pequenos, necessita de uma ajudinha de alguém. Há ainda a compreensão da família, do marido, namorado… Esses fatores formam a parte mais difícil de treinar para uma maratona.

Surgem, então, alguns questionamentos. Por que você quer correr uma maratona? Por que você que corre maratonas quer fazer o índice pra Boston? As respostas são várias. Status, autoestima, superação, meta/objetivo pessoal etc.

Mas o ponto ainda não é esse? O ponto é: você realmente quer? Porque, se você quiser, minha amiga, você vai fazer.  Dificuldades todo mundo tem. Em tudo na vida. Por isso que a corrida é tão democrática e justa. Todo mundo pode. E o que é mais justo: você vai colher exatamente aquilo que plantou.

Vai ter de treinar. Terá de fazer força. Um dia, você estará no parque em treino de ritmo e passará um grupo correndo todo alegre, conversando, rindo. E, para você, a corrida não estará tão divertida assim.  São escolhas. As deles e a sua. Você quer algo mais do que diversão, alegria, risadas. Você quer índice para Boston. E, para fazê-lo, infelizmente, para a maioria, não dá para correr sorrindo. Qualquer que seja a idade, a faixa etária, será difícil. É difícil para quem tem 24, 40 ou 60 anos…

Eu nunca pratiquei esportes na vida. Comecei a correr com 35 anos. Decidi correr uma maratona com 38 e estreei com 40. O índice para Boston para minha faixa etária é de 3h45. Fiz 3h37. Mas todo o treinamento foi pensando nesse tempo. Muitas vezes aconteceu o que citei acima. A galera se divertindo com a corrida e, para mim, a diversão vinha quando acabava! E questionamentos. “Mas por que eu estava fazendo isso?” Porque queria. Só isso. Muitos treinos sozinha. Sozinha nos primeiros longões da vida. Por quê,  gente? Porque queria. Ninguém pode fazer por você. Não tem empurrãozinho, ajudinha. Claro que você conhecendo pessoas que gostam de treinar forte, às vezes até na mesma equipe, terá uma ajudinha na motivação. Mas e se não tiver… Essa será sua desculpa?

Nesta semana publicamos aqui alguns números da Maratona de Boston. Foram 12.018  mulheres concluintes em 2015. É muita gente, muita mulher. Isso é fantástico. Neste ano, do Brasil, temos 39 inscritas. Claro que temos muito mais mulheres com índice que não irão correr em 2016 (até pela questão do custo da viagem com o câmbio bem desfavorável), mas eu desejo que esse número só aumente. E para todas as que dizem: “Eu sonho correr em Boston”, eu só posso responder uma coisa: “Seu sonho vai se transformar em realidade. Só depende de você. De você querer.”

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11 Comments on “Rumo a Boston: as mulheres e a vontade de fazer o índice

  1. Adorei o texto Mary. Parabéns por toda dedicação! Um dia vou realizar o sonho de correr em Boston. Beijos e bons treinos!

  2. Seus textos estão motivando a patroa…..ela já esta querendo conseguir o índice pra correr Boston (em 2018). Parabéns por sua dedicação e entusiasmo.

  3. Qualifiquei pra maratona de Boston esse ano, nos vemos lá!

  4. Desistir Jamais! Um dia eu chego lá!

  5. Mari, temos a mesma idade e bem sei que fazer uma maratona em 3h37 exige força, dedicação e muita vontade.
    Ja fiz 3 maratonas e o meu melhor tempo foi de 4h00 (4h00min54seg) em Santiago 2015.
    Treino sozinha e sei que tenho potencial de melhorar minha marca, porém o preço seria alto e compremeteria o meu prazer, além de prejudicar meu ânimo para trabalhar e cuidar do meu filho.
    Te admiro imensamente por sua superação!
    Por enquanto minha meta é ser sub 4 horas mas sem perder a alegria.
    Abraço e continuarei te acompanhando por aqui.

  6. Caramba Mari! Fiz um post no blog hoje falando exatamente sobre isso, sem ter lido aqui antes! Sobre correr seu máximo, treinar sentindo dor… Eu falo isso até para o treinador, que a corrida para mim é maravilhosa quando acaba! Rs. Eu tenho Boston como uma das minhas metas. Sei que não é fácil, mas que também não é impossível. Só depende de mim. Muito bom seu texto! Continuarei acompanhando.

  7. Adorei o seu post, Mari ! Pois em 2015 decidi que conseguiria qualificação pra Boston : me inscrevi para a Maratona de Chicago, perdi peso e não pulei NENHUM treino. No dia 11 de outubro de 2015, terminei Chicago em 03:47:18 sendo que meu índice era sub-03:55 ! Chorei muito ao cruzar a linha de chegada pois colhi o resultado de muito esforço, disciplina e – por que não – divertimento ! Agora estou ansiosamente esperando as inscrições abrirem em setembro para confirmar minha presença (olha mais uma mulher aí) na Maratona de Boston 2017 ! um beijo e parabéns !
    Kátia

  8. Sensacional Katia. Parabéns prá você. Adorei receber o seu comentário. “Não pulei nenhum treino…” reforça tudo o que eu disse no post. É possível. Mas precisa de dedicação. No início do ano que vem você volta aqui e lê todos os posts novamente. Meu instagram é @marysavazoni se você quiser me seguir por lá e trocar informações.

  9. Obrigada Dri. É isso mesmo. Aquela frase batida: Se a gente quer resultados diferentes, precisamos fazer as coisas de forma diferente. Pra evoluir na corrida, precisamos nos dedicar um pouco mais e sofrer. Obrigada pelo carinho. Mari

  10. Obrigada pelo carinho e pela força Regeane. Só o fato de você treinar para maratonas com filho pequeno já é um grande feito. Tudo tem seu tempo e daqui a pouco você consegue encaixar mais treinos fortes sem comprometer o seu dia. Acredite em mim. No primeiro treino de 27 km que fiz para a maratona de Buenos Aires de 2014, eu fiquei imprestável. Até o André ficou meio assustado. Sorte que era feriado e ele ficou cuidando das crianças enquanto eu me arrastava. kkkkkk. Mas passou e eu sobrevivi. Se quiser, me siga no Instagram pra gente trocar informações. @marysavazoni. Abraço. Mari

  11. Faço das minhas palavras a da Kátia. Decidi que queria o índice e fui para Chicago sem matar nenhum treino, praticamente todos fiz sozinha, alimentação sem furar o que a nutri passava. O meu índice é 3:35 e consegui 3:31. Agora é esperar setembro para confirmar a inscrição. Rumo a Boston em 2017.

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