O esporte, finalmente (e felizmente), passou a ter reflexo dos movimentos populares ocorridos nos últimos meses nas ruas brasileiras. No futebol, o Bom-Senso FC foi criado por jogadores para discutir alterações no calendário e melhores condições de trabalho nas próximas temporadas. E a pressão chegou também ao atletismo, com os atletas de elite se unindo para reduzir o total de competições e o número de estrangeiros nas provas, e pela existência de um circuito nacional voltado realmente para os brasileiros.
O movimento ganhou força no último sábado, quando os atletas atrasaram em 15 minutos a largada da etapa de Ribeirão Preto do Circuito de Corridas Caixa, que conta com 12 etapas neste ano. Uma das reivindicações é que essa competição, por exemplo, passe a ser exclusivamente para os brasileiros.
Outro ponto citado é o excesso de provas (32) que pontuam para o Ranking Caixa-CBAt de Corridas de Rua, misturando 10 km, 21 km e 42 km, o que leva a um desgaste muito grande dos competidores – ao final da temporada, pela classificação geral, os dez melhores corredores do Brasil no masculino e feminino recebem 1 ano de patrocínio da Caixa na temporada seguinte. Dessa forma, há um revezamento dos estrangeiros (ficam no Brasil por três meses e vão embora) e, nas competições principais (e com premiações mais altas em dinheiro), como a São Silvestre, por exemplo, os brasileiros chegam muito cansados devido ao acúmulo de provas durante o ano.
Uma outra ideia que está sendo discutida é que exista uma regulamentação para as principais provas premiarem os três primeiros no geral (que podem ser africanos, por exemplo), mas que tenha uma premiação também para os melhores brasileiros (três ou cinco primeiros do país).
No Facebook, a corredora Conceição Maria Oliveira, uma das mais atuantes do movimento, explicou a situação. “O que fazer com isso tudo? É a pergunta que eu e outros companheiros temos nos feito… quem nos representa? Quem correrá essa ‘maratona’ com a gente? Não queremos privilégios, queremos igualdade e que nossas reivindicações sejam ouvidas e levadas a sério; afinal de contas, como seria o circuito brasileiro sem os ‘atletas brasileiros’? Acho que a nossa mobilização deixou um leve gostinho de como poderia ser… não pensem que presença (nas provas) tem algo a ver com satisfação, isso atualmente está muito distante do que almejamos para elite brasileira”, afirmou Conceição.
Todos os atletas presentes em Ribeirão Preto assinaram um abaixo-assinado, incluindo os treinadores. A movimentação prosseguirá no domingo, quando São Paulo recebe a penúltima etapa do Circuito de Corridas Caixa, no Pacaembu.
Pela atual regra da CBAt, a participação de estrangeiros é definida da seguinte forma:
Corrida de Rua Classe A-1 – Nacional: até três atletas por país no masculino e três no feminino;
Corrida de Rua Classe A-2 – Nacional: até dois atletas por país no masculino e duas no feminino;
Corrida de Rua Classe B – Estadual: até um atleta por país no masculino e uma no feminino.
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.
Eu penso que se houvesse um aumento financeiro $$$ de premiação aos brasileiros, limitando o numero de estrangeiros nas provas teríamos duas situações:
1°) Seria imediata, diminuiria o nível técnico das provas.
2°) A longo prazo, aumentaria o numero de crianças e jovens interessados e disposto a praticar o atletismo no Brasil, pois a concorrência aqui com o futebol é imensa devido a sedução $$$ que o esporte pode trazer com a mudança de situação financeira do atleta e sua família; consequentemente teríamos mais atletas no atletismo aumentando a probabilidade de ser revelado novos bons e muitos talentos para satisfazer a maioria dos corneteiros de plantão da grande imprensa que só querem medalha, medalha, medalha, para terem audiência, pois não conseguem reconhecer o esforço de um atleta dentro de suas limitações genéticas, técnicas e ESTRUTURAIS e não por falta de treino ou empenho, me desculpem más esse negocio de que tem que TREINAR MAIS PARA CORRER MELHOR eu não concordo.
Seria uma Utopia minha?
Só o futuro dirá se esta batalha for vencida pelo levante dos atletas.
Puxa vida, se houvesse essa proibição na maratona de NY o Marilson nunca teria sido bi-campeão lá.
Você Julio Cesar não concorda porque você não vive do atletismo
Incrível como algumas pessoas não entendem, ou fazem questão de não entender. Não existe movimento para proibição, oh cara pálida rs
O que existe é uma valorização dos atletas que correm o ano inteiro pra ganhar uma merrequinha da caixa diferente de quenianos que tem patrocínio de estatal (você sabia que isso é proibido pelo ministério da imigração e pelo do trabalho ?? acho que não…) e pela diminuição de estrangeiros nas provas menores. Ninguem falou momento nenhum em limitar quenianos numa são silvestre, numa meia do rio ou na maratona de são Paulo por exemplo. Mas provas de 500 reais ter 6 quenianos…tem algo errado ou vao me dizer que Marilson surgiria como juvenil se na época dele tivesse tanto queniano nos vários bate-sacos que ele correu ate chegar a condição de patrocínio que tem hoje ?? Não sei se sabem mas no campeonato brasileiro de futebol so pode 3 estrangeiros por partida…e olha que temos tantos craques pra exportar… não entender é uma coisa..fazer-se de desinformado e querer desvirtuar o tema é outra.