POR TOMAZ LORENÇO
No mundo das maratonas, seis provas têm ganhado grande destaque nos últimos anos e são motivo de desejo por milhares de corredores. São as Majors: Nova York, Boston, Chicago, Londres, Berlim e Tóquio. Elas têm em comum a dificuldade de inscrição e o grande número de participantes, funcionando como um clube de elite, que estabelece altas premiações para os primeiros colocados, inclusive uma especial e milionária aos campeões do circuito dessas seis gigantes.
Em 2006, cinco maratonas clássicas formaram esse grupo, que aumentou para seis em 2013, com o ingresso de Tóquio. Mas algumas, igualmente com muitos anos de organização, não se interessam em participar, pelos altos custos e burocracia envolvidos, sem talvez um retorno proporcional desse investimento.
Entre essas dissidentes, destaque para a de Paris, que sempre foi muito procurada pelos corredores, por oferecer os dois aspectos básicos mais importantes para um bom resultado nos 42 km, ou seja, percurso plano e temperatura fria, além de uma estrutura impecável, notadamente no abastecimento.
No dia 2 de abril, a prova francesa chegou ao recorde de concluintes, com exatos 51.100, o que poderá representar o maior número de participantes em maratonas este ano. Como referência, nas Majors do ano passado, cruzaram a linha de chegada 47.745 corredores em Nova York, 39.429 em Chicago, 34.750 em Berlim, 40.640 em Londres, 18.408 em Tóquio (mas 35.460 em 2019) e 24.828 em Boston.
Uma das razões para o sucesso da prova francesa é a “descomplicação”. Não é muito difícil conseguir a inscrição, chega-se na largada sem grandes demoras e (talvez o mais importante) corre-se por uma das cidades mais lindas do mundo.
Corri três vezes em Paris, chegando de metrô na concentração, em torno de meia hora desde o hotel, o mesmo valendo para o retorno. Em comparação, para correr em Nova York, que também fiz três vezes, se gasta de 3 a 4 horas até o começo da prova (indo para largada de ônibus ou ferry boat), geralmente passando um frio danado, quando não debaixo de chuva.
Mas, além da maratona tradicional na capital francesa, no dia 7 de abril do próximo ano (https://www.schneiderelectricparismarathon.com/en/greenrunners), acontecerá outra no dia 10 de agosto (masculina) e dia 11 (feminina), como parte da programação da Olimpíada, no mesmo percurso dos atletas de elite (mas não junto…). Além dessa imensa novidade, ainda acontecerá uma prova de 10 km. São 20.024 vagas tanto para os 42 km como para a corrida menor, divididas exatamente entre homens e mulheres. Saiba mais em https://marathonpourtous.paris2024.org/.
Tomaz Lourenço é jornalista, 76 anos; lançou a revista Contra-Relógio em outubro de 1993, sendo seu editor até a última edição em abril de 2021. Correu mais de 60 maratonas no Brasil e exterior, além de 2 Comrades; seu recorde nos 42 km foi ao estrear na distância, em Blumenau 1992, com 3h04.