O índice para largar no pelotão de elite do masculino na Maratona Caixa da Bahia, disputada no último domingo, em Salvador, era de até 2h25 nos 42 km ou 1h11 na meia. No feminino, de 2h53 ou 1h24. Na prática, isso provou-se muito exigente. O sergipano Ronaldo Santos Menezes saiu da “geral” para cruzar a linha de chegada na primeira posição, com 2:32:04, enquanto a baiana Graciete Santana foi a vencedora no feminino com 2:58:28.

Entre os homens, Eliésio Miranda terminou na segunda posição com 2:37:16, seguido por Fernando Santiago Béu, com 2:40:21. Já Carla Barbara Guimarães e Marluce Queiroz concluíram em segundo e em terceiro lugar no feminino, com 3:09:14 e 3:12:41, respectivamente.

A competição foi válida pela 22ª etapa do Ranking Caixa/CBAt de Corredores de Rua-2013. As próximas provas a contar pontos para a classificação geral serão disputadas no dia 22 de setembro, ambas no Paraná: a Maratona Internacional de Foz do Iguaçu e a etapa de Curitiba do Circuito de Corridas Caixa.

O técnico baiano Gilmário Mendes Madureira ressalta a vitória de Ronaldo Menezes, possível devido a uma alteração no regulamento discutida durante o congresso técnico. Dessa forma, a elite largou junto com o “povão”. “Na mesma hora (no congresso), perguntei: ‘Mas se não largar na mesma hora, como alguém que não foi aprovado pelo exigente tempo pedido pela organização para sair na elite poderia disputar o direito de pódio no geral?’ Isso ocorreu na Meia da Bahia e muitos atletas bons, mas sem tempo comprovado, simplesmente foram abortados da disputa”, explicou Gilmário.

Ele disse que levantou a questão de que havia atletas que pagaram as inscrições (R$ 90) e não conseguiram ser aprovados pela direção técnica devido aos índices exigidos. “Considerando que muitos daqui (do Nordeste) correm provas no calor, mas que tinham chance de pódio e quem sabe até vencer. Que isso feria o direito básico da disputa esportiva. A prova era aberta e não pra elite”, disse Gilmário.

O treinador explica que esse item defendido no congresso técnico, da largada conjunta, não estava escrito claramente no regulamento. Mas ficou decidido pela organização que valeria a medida. “Pois hoje (domingo) com um sol absurdamente forte, um vento que mais parecia uma parede, os tempos altos e muitos da elite sentindo o peso da prova, um menino sem nome famoso, sem sair na elite, sem roupa de marca, sem tênis com tecnologia de ponta, liderou desde o começo, abrindo mais de 1 km já no meio da prova e ficou na frente do km 1 ao 42, ganhando com ampla vantagem aos favoritos da elite”, ressaltou Gilmário. “Se não houvesse essa ‘possibilidade’ de rever o regulamento, conseguida pelo André Araújo (assessor da presidência da Federação Baiana de Atletismo), o público presente ao evento não entenderia absolutamente nada do que os próprios olhos viram: um novo campeão surgindo de onde menos se esperava”, completou Gilmário.

Confira os resultados completos da Maratona da Bahia em www.maratonadabahia.com.br.