No domingo pela manhã, enquanto assistia ao jogo de vôlei feminino entre Brasil e Estados Unidos pelo Grand Prix, fiquei vendo também as imagens das largadas da Corrida e Caminhada Esperança, realizada simultaneamente em 16 cidades de 14 Estados e o Distrito Federal.
Ótima iniciativa da Rede Globo, dentro de um projeto de sucesso, de unir o esporte com solidariedade. Uma motivação a mais, sabendo ainda tratar-se de um evento beneficente, que visava auxilar o projeto Criança Esperança, uma parceria da própria Globo com a Unesco – a renda líquida obtida com as inscrições foi doada ao projeto. Os percursos variaram entre 4 e 6 km.
Etapas em cidades do Sul, Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste fizeram parte do evento, que este ano ganhou mais três capitais – Manaus (AM), Vitória (ES) e Florianópolis (SC), além de Campinas (SP). Elas se juntaram a Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Foram 3.157 inscritos em São Paulo, 1.375 no Rio, 1.254 em Campinas e 1.015 em Curitiba, para citar alguns exemplos. Nesse caso, vale mais do que os concluintes, devido à renda gerada com a inscrição.
Porém, como corredor, tendo a visão do esporte, sabe o que me chamou a atenção nas largadas? O número de pessoas fora de lugar. Em todas as cidades. Na fila do “gargarejo”, sem a mínima condição de estarem ali. Ou seja, solidariedade sim, mas respeito com quem está ao lado…
Em uma das largadas, acredito até que em Salvador, um tombão daqueles. O de sempre, muita gente querendo apenas aparecer. Cansado de ver isso em provas. E, depois, dá menos de 1 km, com gente já andando ou trotando. Seja em 10 km, 15 km ou 21 km. Nas maratonas é mais raro.
Por que as pessoas insistem nisso? Se cada um largar no espaço para seu ritmo, será muito melhor de correr inclusive e com menos riscos. Foram 16 ótimos exemplos de solidariedade e, ao mesmo tempo, péssimos esportivamente no domingo.
Só a largada por baia salva. E olhe lá.
Isso me da nojo, pois sempre tem pessoas que não dão conta de correr 1km ocupando espaço nas largadas, mas fazer o que, são esses que enriquecem os organizadores das corridas.