Notícias admin 26 de março de 2017 (0) (144)

92ª Corrida de São Silvestre

Número estável de concluintes; temperatura alta; mudanças no percurso melhorando o fluxo nos primeiros 5 km principalmente, apesar da tradicional confusão na largada pela falta de separação de ritmo e grades para evitar a entrada dos não inscritos; medalha muito bonita; "pipocas" com ou sem números de peito alternativos (reciclados de outras provas ou copiados) e a divisão do kit (um correndo com a camisa da prova e chip, outro com número de peito, por exemplo, fora outras "combinações"); recorde do percurso no feminino e grande arrancada no masculino. Essa foi a "cara" da São Silvestre em sua 92ª edição ininterrupta, realizada no dia 31 de dezembro de 2016, na capital paulista.
Em termos de estatística, excluindo os milhares de corredores sem inscrição, os números ficaram, mais uma vez, abaixo dos 30 mil inscritos anunciados pelos organizadores. No total, 23.577 corredores completaram oficialmente os 15 km (16.290 homens, 7.257 mulheres e 30 nas categorias especiais). Os dados são bem parecidos com os da edição de 2015 e de 2014. Os dados podem ser conferidos em www.saosilvestre.com.br. Mas olhando as fotos do evento pode-se perceber que o número de "participantes" foi amplamente superior: em algumas tomadas, o mais difícil é encontrar alguém com número de peito!
O calor foi um dos adversários, o que já é tradição na São Silvestre, com uma bela manhã de sol e temperatura elevada em São Paulo. Isso potencializou os problemas de sempre, como a falta de água para os mais lentos, gerando discussões entre a explicação da organização (que diz ter separado 18 copos por pessoa) e os participantes. Os inscritos de um lado e até os "pipocas" de outro reclamando que passaram por postos sem hidratação. A questão, inclusive, é mais complexa, pois até durante a transmissão ao vivo pela televisão (a Rede Globo é a responsável pela prova ao lado da Fundação Cásper Líbero, com a Yescom sendo contratada para organizar) foi elogiada a grande presença das pessoas, com ou sem inscrição, "não importando isso". Na largada, a falta de controle de entrada e o pequeno espaço com grades facilitou a presença de qualquer pessoa, exatamente o oposto do que ocorre em todas as provas no exterior do tamanho da São Silvestre, ou seja, com mais de 20 mil concluintes (e até com menos).
O fluxo durante a corrida melhorou com as alterações feitas pelos organizadores na região do Memorial da América Latina. com o trajeto sendo mais longo na área do Centro Velho de São Paulo. Corredores ouvidos pela Contra-Relógio que haviam participado da prova foram unânimes em citar o avanço com essa medida, incluindo também a bela medalha desta 92ª edição, citada pela maioria como o ponto alto, sem falar, claro, da tradicional e animada festa, com destaque para as homenagens e cânticos à Chapecoense. De acordo com dados da organização, houve representantes de todos os Estados brasileiros, além de estrangeiros, principalmente de países da América do Sul.

RECORDE e SPRINT – Na elite, como esperado, a campeã olímpica da maratona nos Jogos do Rio de Janeiro, a queniana Jemima Sumgong, venceu fácil. O que surpreendeu foi a forma como ela correu, "ignorando" o calor e a subida da Brigadeiro para derrubar o recorde da São Silvestre, com 48:35. Entre os homens, a edição 92 ficará marcada pelo sensacional sprint final do etíope Leul Aleme (44:53) já na Avenida Paulista. A premiação para ambos foi de R$ 90 mil. Novamente, o melhor brasileiro acabou sendo Giovani dos Santos, em quarto lugar e único do país no pódio (45:30), enquanto Tatiele Roberta de Carvalho chegou na sétima posição (54:01).
Jemima fechou uma temporada perfeita no último dia do ano. Ela havia vencido a Maratona de Londres em abril, além da Olimpíada em agosto. "Não corri pensando na marca. Fiquei feliz ao saber disso no final da prova, que foi bastante dura para mim. Sofri com o calor e a umidade", afirmou, aproveitando para elogiar o carinho e a força da torcida brasileira pelas ruas paulistanas, algo que faz realmente da São Silvestre uma prova única no Brasil, pois há gente durante todo o trajeto." O tempo anterior era da também queniana Priscah Jeptoo, de 48:48, obtido em 2011.
Se a queniana "sobrou" entre as mulheres, no masculino foi totalmente o oposto. Os três primeiros disputaram, passada a passada, o primeiro lugar até o final da subida da Brigadeiro, mas ao virar na Avenida Paulista, Leul ligou o "motor" e acelerou. O fato de conhecer o percurso (havia sido vice-campeão em 2015) ajudou bastante nesse momento, segundo ele, que tem como meta principal nesta temporada disputar o Campeonato Mundial de Atletismo de Londres, em agosto. O etíope, que chegou apenas dois segundos na frente do compatriota Dawit Admasu (44:55) e do queniano Stephen Kosgei (45:00).

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