De um ano para o outro, Boston está completamente diferente. As cores das flores e da grama, além do calor de 2012, deram lugar ao cinza. Hoje, Boston está com cara de Boston em abril. Frio, vento, garoa, nuvens… a tradição do dia da maratona, que completa 117 anos ininterruptos neste ano. Os parques, antes parecendo um “arco-íris”, estão sem folhas nas árvores, com a grama “seca” e até os esquilos sumiram. Acho que devem ter ido para um lugar um pouco mais quente ou estão dentro dos troncos, só olhando essa babel de pessoas de todo o mundo, com roupas esquisitas, correndo, correndo e correndo.

A temperatura está ideal para uma prova. Este ano, a preocupação é com as três horas de espera na concentração próximo à largada. Durante o percurso, o clima será perfeito pelo que pudemos ver neste sábado e domingo. Por garantia, comprei um manguito e um novo gorro (laranja, indicação do Sérgio Rocha para combinar com a polaina de mesma cor). A luva já veio na bagagem. O clima pede isso. Pelas ruas, podemos ouvir diferentes idiomas e sotaques. Grupos enormes de japoneses, com bandeiras, todos juntos, andando e andando. Franceses, portugueses, americanos, brasileiros, argentinos… o que não falta é diversidade. E as americanas, magras, de shorts, camiseta, correndo demais. Amanhã, vou levar uma “surra” de várias delas. Como correm essas mulheres daqui!

A Expo voltou ao lugar tradicional, próximo da chegada. Um lugar menor do que o do ano passado, mas extremamente organizado. Com todas as novidades do mundo das corridas. Roupas, tênis, pacotes de viagem, suplementos, apetrechos eletrônicos… com preços excelentes, bons, razoáveis, caros… há de tudo. No estande dos produtos oficiais da prova, melhor nem ir. Dá vontade de sair com várias sacolas cheias. Estão ainda melhores do que em 2012. Estou indo para a feira agora novamente, então, por garantia, deixei o cartão de crédito no quarto do hotel!

Na feira, ontem, Ryan Hall e Meb Keflezighi, entre outras feras. Tirando fotos e batendo papo com os corredores. Sem falar de ídolos do passado. Quanto à prova, a expectativa fica toda em torno dos quenianos. Há mais de 20 ano, dominam Boston. E querem continuar com essa supremacia. A largada será às 10h desta segunda-feira (11h do Brasil, com a Bandsports anunciando a transimissão ao vivo). Só mais um dado, para uma reflexão: números divulgados ontem do impacto econômico de Boston: US$ 132 milhões. E todo um ambiente esportivo que propicia isso. Corredores e não corredores te parando nas ruas, fazendo perguntas a todo o momento. A cidade vive a prova. Isso faz todo um diferencial.