TVP, de novo!
E o raio caiu duas vezes no mesmo lugar! Há dois anos, fui vítima de uma TVP (trombose venosa profunda) na perna esquerda. Fiz tratamento, agüentei duramente o "recesso" de ficar ser correr, fiz corrida na água (deep running, para quem gosta de nome em inglês), por fim, voltei, com direito até a uma matéria em outubro passado na Contra-Relógio – a Maratona da Vitória, em que amigos realizaram uma prova para comemorar minha volta e para alertar para o problema da TVP! Bem, no início de agosto, ao sair do trabalho, senti uma dor atrás do joelho; fiquei estático… não era possível! Enfim, estou utilizando a meia de alta compressão, me alimentado decentemente, fazendo exercícios de forma "moderada". Cheguei em casa, conversei com minha mulher e fomos ao hospital e onde realizei uma ultra-sonografia e nada. Passei por três médicos e apenas o responsável pela ecografia disse que "havia uma estase na região" (eu disse: "mas isto é característica da trombose", sangue com fluxo devagar na área!). Ele falou que não. Tomei um analgésico e voltei para casa. A dor continuava. Retornei a uma angiologista, que solicitou novo exame, que confirmou a TVP agora na perna direita. Fui hospitalizado e depois comecei, aliás, continuei o tratamento, com Clexane (Heparina) e, agora Varfarina Sódica. Obviamente que estou irritado com essa situação e gostaria de saber sua opinião a respeito. Segundo o hematologista que me atendeu, o problema deriva do fato de eu ser portador do "traço da anemia falciforme".
Wellington Ferreira de Jesus, Brasília, DF
Como já comentei anteriormente, a TVP é um acometimento do sistema profundo das veias da panturrilha (músculos gastrocnêmio e solear), que não exerce sua função adequadamente de levar o sangue de volta ao coração, e portanto é responsável pelos sintomas que você relatou: dor, inchaço na região, dificuldade para caminhar. Creio que o uso das meias de suave compressão seja uma boa idéia, e também fazer visitas regulares a um cirurgião vascular. Você possui uma predisposição a este problema, que é o traço genético da anemia falciforme, doença mais freqüente em pessoas negras (seu caso), que afeta os glóbulos vermelhos do sangue, deixando-os com formato de meia-lua e que acaba por atrapalhar seu deslocamento pelos vasos sangüíneos. Siga as orientações do seu médico, e tudo irá correr bem.
DORES NAS COSTAS
Meu problema aconteceu no ano passado, quando participei da Maratona de Blumenau onde eu fiz meu melhor tempo (2h58), e menos de um mês depois corri a Maratona de Florianópolis para 3h11. Logo em seguida começaram dores nas costas, diagnosticadas em uma tomografia computadorizada da coluna lombo-sacra: técnica cortes tomográficos axiais nos inter-espaços discai l3-l4,l4-l5 e l5-s1. Relatório: redução da altura do disco L5-S1 com presença degenerativo gasoso intra-discal; discreto abalamento difuso das margens anulares. Conclusão: sinais de alterações degenerativas discais (controse intervertebal) no nivel L5-S1. Após estes exames comecei a fazer fisioterapia e acupuntura e parei por dois meses de correr. Recomecei meu treinamento, mas ainda sinto quando fico sentado muito tempo e quando levanto do lado do disco afetado; nos músculos do glúteo sinto uma dor como uma cãimba. Já ouvi que o melhor era eu parar de correr definitivamente, mas a corrida para mim é muito importante. Sou prof. de educação fisica e também técnico de atletismo de Cascavel. Faço constantemente alogamento e fortalecimento dorsais, e queria sua opinião.
Wanderley Wyzykowski, Cascavel, PR
Sua performance em maratona realmente é impressionante, porém realizar duas provas nesta distância em tão curto espaço de tempo como você fez é perigoso pois o risco de lesões aumenta muito. Infelizmente você está sentindo as conseqüências agora. As alterações degenerativas ao nível das vértebras L5-S1, que são apresentadas pelo seu exame de tomografia computadorizada e pelo seu quadro clínico, não foram causadas exclusivamente pelo seu excesso de "quilômetros", porém este é um fator preponderante no seu caso. Como técnico de atletismo, você com certeza está ciente que todos nós devemos respeitar nossos limites durante a prática da atividade física, e talvez você tenha encontrado o seu. Repense seu calendário competitivo, diminua o número de provas longas e curtas que você participa, limite o ingresso em maratonas a apenas uma (ou nenhuma) por ano, retorne muito gradativamente aos seus treinos, e continue com os exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura paravertebral dorsal, que você está no caminho certo. Não creio que deva ou necessite parar de correr, mas aceite seus limites físicos para que você tenha longa vida em nosso esporte.
ARTROSE DO JOELHO
Recentemente um leitor nos consultou sobre o glucozamine, um princípio ativo que teria um papel muito bom para artrose do joelho, na recuperação do colágeno. Segundo ele, o remédio tem ajudado muito corredor… Aproveitando, e lembrando do meu caso, existiria algum medicamento que ajudasse a "recuperar" os discos, torná-los menos secos, mais maleáveis, "rejuvenescê-los"?
Tomaz Lourenço
A utilização deste tipo de substâncias para o auxílio na regeneração do colágeno (uma das moléculas presentes na cartilagem que reveste os ossos) é recente na prática clínica, mas os resultados têm sido animadores. Compõem um grupo de drogas chamadas de condroprotetoras, ou seja, protetoras da cartilagem, e conferem ao seu usuário uma chance na manutenção da função protetora deste tipo de tecido, ou até mesmo uma possibilidade de regeneração da mesma. As mais conhecidas são o sulfato de glicosamina e o sulfato de condroitina, que podem ser administrados conjuntamente por um período relativamente longo (6 meses), com uma pausa de um mês, e depois mais 6 meses de tratamento, quando uma nova visita ao médico seria recomendável. Não se trata de nenhum produto milagroso, mas sim uma nova arma contra os processos de desgaste (osteoartrose) articular. Creio que no seu caso estaria recomendado o uso destas substâncias, na esperança de atuar como um protetor/regenerador dos tecidos afetados, conjuntamente com a manutenção do baixo peso e atividade física moderada. Apesar dos discos intervertebrais não serem constituídos apenas de fibras colágenas, vale a tentativa.
SESAMOIDITE: TRATAMENTO DIFÍCIL
Tenho uma irmã (Adiba, atualmente residindo em Brasília), que teve sesamoidite, estando em tratamento já há um ano. Como se trata de uma inflamação crônica, a ortopedista não recomendou o uso de antiinflamatórios. Foi fazendo tratamento paliativo, mas a dor não melhorava. Chegou a um ponto, no qual ela decidiu radicalizar e recomendou que Adiba evitasse ao máximo colocar o pé no chão por um mês (pé direito) e, quando o fizesse, utilizasse uma robofoot (para aliviar totalmente a carga). Adiba seguiu a risca todas as recomendações médicas e a dor sumiu. Embora esteja sem dor e sem outros sintomas, ela mantém o acompanhamento médico. Porém, há algo que aborrece minha irmã. Ela já está sem fazer atividade física há um ano e quer muito reiniciar uma rotina de exercícios. Só que ela não pode correr e nem caminhar… Ela poderia fazer bicicleta e musculação? Enfim, que tipo de exercícios físicos você recomendaria para ela?
Sami Layaun, via email
A sesamoidite é uma inflamação crônica de um ou ambos ossos sesamoides, que são bem pequenos e se localizam na planta do pé, logo abaixo do dedão (hállux). O tratamento é difícil, e às vezes envolve a suspensão de atividades físicas com carga excessiva sobre os pés, como foi o caso de sua irmã. Porém, existem diversas atividades alternativas que ela pode começar a fazer e dessa forma manter seu condicionamento aeróbico, como natação, corrida na água com flutuador (deep-running), bicicleta, aulas de spinning, treinamento de força (musculação, treinamento funcional), Pilates, aulas de alongamento ou yoga. Peça para sua irmã entrar em contato com um profissional da área de educação física e discutir todas estas possibilidades, ou até outras.
MELHORA MAIS RÁPIDA
Gostaria de pedir um conselho para o problema que enfrento. Há 4 meses tenho uma entesopatia no trocante do fêmur esquerdo; fui tratada com antiinflamatório e fisioterapia, e hoje estou caminhando e trotando às vezes, mas ainda sinto muita ardência no local. Gostaria de sua indicação para uma melhora mais rápida, pois adoro caminhar rápido e dar os meus trotes.
Tania Maria Leite, via email
O nome entésio se refere ao conjunto da transição músculo-tendão-osso, e, portanto, entesopatia significa uma alteração dos tecidos que compõem este conjunto. A situação que você está apresentando, entesopatia insercional do iliopsoas no fêmur, se refere a uma degeneração do tendão quando este está chegando no osso para se inserir nele, e já que seu caso é crônico (mais de 4 meses), provavelmente não exista mais um processo inflamatório propriamente dito. Creio que a fisioterapia agora deva priorizar exercícios de alongamento dos músculos flexores e extensores do quadril, alongamento do músculo quadríceps, fortalecimento global desta região, e alternar corridas e trotes com alguma atividade na água ou bicicleta, se não lhe causar dor. O uso de antiinflamatórios nesta fase não é recomendável, já que o processo de inflamação praticamente não existe mais, sendo melhor o uso de analgésicos para controle da dor caso seja necessário.
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.
Boa noite.
O meu nome é Ana Rita, tenho 21 anos e descobri recentemente que tenho uma degeneração discal em L5-S1. Aconselharam-me a deixar o ginásio e a começar a fazer Pilates. Assim o fiz. No entanto, Pilates não me chega, pois não me desenvolve em termos cardiovasculares. Gostaria de saber se posso praticar corrida e caminhada (faço cerca de 50 minutos por dia, sendo uns 20 minutos de corrida leve, a 8 Km/h) em passadeira/esteira e bicicleta estática.
Desde já agradeço.
Cumprimentos,
Ana Rita.