Blog do Corredor André Savazoni 31 de dezembro de 2012 (13) (219)

Uma grande festa de final de ano. O réveillon da corrida. Mas também um programa de índio

Completei hoje a minha quinta São Silvestre seguida. A primeira ao lado de amigos de vida, companheiros de faculdade que se tornaram irmãos de afinidade. Mas esse é o tema especial para o texto de quarta-feira. O deste post é a grande festa pelas ruas de São Paulo, o réveillon da corrida. Que também pode ser classificada como um programa de índio.

Alto astral. Pessoas felizes. Gente por todo o percurso interagindo. Staff animado. Sotaques de diversos cantos do país. Bandeiras e mais bandeiras do Corinthians. Camisas do Fluminense. Até algumas do Palmeiras. Fantasias de todos os tipos… A São Silvestre é diferente de qualquer outro evento por isso. Vou evitar a palavra corrida e vocês vão entender o motivo.

O percurso deste ano considero o melhor dos cinco que já percorri. Seletivo, técnico, difícil, mas ao mesmo tempo facilita na recuperação pelas várias descidas também. Porém. Sempre tem um porém, passa por ruas mais estreitas, mais travadas, do centro paulistano. O que reforça a caminhada/trote da São Silvestre. Correr? Mas precisa isso numa corrida?

A largada segue a bagunça total, irrestrita, zoneada, confusa e mais qualquer adjetivo que você queira colocar. Este ano, fui para me divertir, fiquei mais atrás e superei meu recorde de 15 minutos para passar pelo tapete de largada. Foi algo em torno de 16/17  minutos (falta o tempo oficial para checar).

Em uma prova muito cheia, travada, como já mencionei, quatro postos de água, curtos. Sendo o primeiro após o km 4 (já com água quente) e o último depois do km 14 (para que mesmo?). Resultado: foi impossível parar no segundo posto para pegar água. Até dava, era só parar e esperar. Ah, havia uma placa enorme: Posto de Hidratação e o posto… não estava lá…

Por mais que os “(des) organizadores” digam que não é possível acertar a largada, sabemos que claro que dá. Vai aumentar um pouco o trabalho? Claro que sim. Mas como profetizou o Felipão, quer moleza… Tenho algumas sugestões de melhorias, escreverei sobre elas (novamente) nos próximos dias.

Agora, fora isso, tem a (des)educação do povo. Pessoas completamente fora de ritmo querendo largar no cangote dos quenianos. Gente que passa pelo tapete de largada após ter caminhado/trotado de leve por 10 minutos e com 500 metros está andando. Ou que tem fôlego para chegar no km 2 ou 3 no máximo. Ou que querem fazer paredões no ritmo de 7:00 por km (no direito deles ou delas, claro), mas o que estão fazendo lá na frente? Na fila do gargarejo?

E o que falar de um imbecil (isso mesmo, imbecil) que pegou a garrafa de água, deu dois goles e a jogou para cima e para trás? Não sabia, coitadinho, que tinha 15 mil pessoas vindo ainda? Ou até mais? Só para citar um exemplo…

Um destaque deste ano: a medalha. Só faltou a data ou o ano. Tudo bem, tem a edição, mas daqui a um tempo, ninguém relaciona sem pesquisa a edição com o ano.

Corri fantasiado de índio. Me diverti demais, dei risadas, ouvi gritos de “vai índio”, “olhe o indiozinho”, “a indiazinha”, “vai cacique”, “ele está pelado”, nada de desrespeito, brincadeiras sadias. Elogios dos amigos, “como você está ridículo”, “vou te ignorar”… Legal demais.

A São Silvestre tem qualidades enormes, uma prova imperdível e que deve ser incluída no mínimo uma vez no currículo de todo corredor. Mas pode ser também um grande programa de índio. Foi minha humilde homenagem à edição 88 de uma das mais tradicionais provas do mundo. E que somente por isso, merecia ser tratada com mais carinho e respeito.

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13 Comments on “Uma grande festa de final de ano. O réveillon da corrida. Mas também um programa de índio

  1. Cadê a foto??? Eu vi no Twitter, mas o pessoal tem que ver também!

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    Está na minha página do Facebook, vou usar a foto de índio no texto especial da promessa cumprida com os amigos. Ainda esta semana. Por isso não coloquei.

    Abraço
    André

  2. Ouvi, como sempre, muitas críticas sobre a prova, críticas que inclusive assino embaixo. No entanto, não encaro a São Silvestre como as outras tantas provas que faço ao longo do ano. Vou para me divertir, correr com amigos e família. É meu pior ritmo do ano (acima dos 7/Km!!), mas provavelmente minha melhor corrida.

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    Sim, Alessandro, há todo esse lado, mas não podemos esquecer que é uma corrida. E muitos dos problemas que citei, tem a ver com a organização sem relação com tempo. Por exemplo, água quente, postos sem água, postos que “sumiram”….

    Abraço e um ótimo 2013
    André

  3. Em tempo, você estava ridículo, mas é assim ridículo que somos felizes.

  4. Achei a prova muito legal por ter sido de manhã. Mas concordo q não dá p/entender quem acha q atropelando os outros vah ganhar a prova, nem quem vai num ritmo de passeio no shopping. Abs e Feliz 2013

  5. É, não dá pra dizer que aquilo ali é uma organização de corrida de rua. Pode ser tudo, menos corrida de rua. O que mais me incomoda é que a própria TV Globo valoriza o lado do tumulto, da desorganização. Ela quer festa, não uma corrida. Deste jeito continuarei correndo mundo a fora, mas a São Silvestre eu não faço!

  6. SÃO SILVESTRE? TÔ FORA!
    PREFIRO A SÃO SILVESTRE JOSEENSE! EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO E RESPEITO! AH DESCULPE NÃO PODEMOS CHAMAR DE SÃO SILVESTE!

    CORRIDA DA VIRADA DE SÃO JOSE

    POSSO SER PROCESSADO PELA CASPER LÍBERO…

  7. Eu gostei, mas como é uma festa, respeito os desacelerados.
    Os jogadores de Gatorades dos postos também pecaram, pois voavam embalagens para todo lado e as pessoas pulavam na nossa frente ou paravam para pegar, vixe!!!
    Na fita da medalha tem o ano dessa corrida, então, é só manter a fita que você saberá que ano correu…
    Mas também, podem passar milhares de anos, quem vai esquecer essa realização pessoal?
    ;o)

  8. A São Silvestre é a corrida pra quem não corre. E pra quem corre é uma festa, só isso. Eu estava lá, festejando.

  9. LAMENTÁVEL A ATUAL ORGANIZAÇÃO DA SÃO SILVESTRE ,COM INTERESSES CADA VEZ MAIS COMERCIAIS PARTICIPAR DA CORRIDA ESTÁ SENDO UM DESAFIO PARA OS CORREDORES AMADORES ,A ATENÇÃO DADA PELA GLOBO AOS FANTASIADOS É CADA VEZ MAIOR E O OS ADEPTOS DESSAS ALEGORIAS ESTÃO PERDENDO O CONTROLE COM FANTASIA S CADA VEZ MAIORES E QUE ATRAPALHAM AQUELES QUE REALMENTE QUEREM CORRER ALÉM DISSO O NÚMERO DE PARTICIPANTES É É MUITO ALTO E A PARTE TRISTE FOI A MORTE DO PARATLETA QUE SE CHOCOU COM O MURO ,ONDE ESTAVAM AS PROTEÇÕES NO MURO ONDE VITIMOU O ATLETA?E O PIOR É O INTERESSE DOS CLUBES POR RESULTADOS E NÃO POR INVESTIMENTO NA BASE COMO FOI O CASO DO CRUZEIRO AO PATROCINAR OS QUENIANOS.

  10. Demorei quase 13 minutos para largar. Pensei em fazer um tempo melhor que o ano passado, mas logo percebi que não ia dar certo. Pelo site, deu 20 mil pessoas. Faz sentido ter ficado pior para “correr”.

    Encarei como um treino e tal como um treino não tomei água nem isotônico. Achei o primeiro posto muito depois e o último muito sem sentido. Não sei se a água estava quente, já que não peguei, mas também notei o aviso de posto de água e o posto não estava ali.

    Pelo menos o isotônico foi em saquinho. Fui constante no ritmo que dava. Foi divertido. Tive também que desviar de muitas pessoas que devem ter demorada 1 minuto para largar e já estavam caminhando. Fora os mal educados que empurram e querem passar a qualquer custo.

    A São Silvestre deveria ser melhor tratada. O apoio do público é uma das partes mais legais. Gostei da largada de manhã. Ficou tudo mais fácil.

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    Exatamente Enio, primeiro posto demorou para chegar, havia essa placa e o posto não existia e o último foi completamente sem sentido. Não peguei isotônico, não sei se estava gelado, só pisei em dezenas de copinhos no chão e quase cai três vezes.

    Quando ao tempo para largar, ganhei, 19:02 e bati meu novo recorde na SS, de tempo para chegar no tapete. rs

    Abraço e bom 2013
    André

  11. André, o que mais me irrita são as pessoas que ficam falando que não ligam e que vão para se divertir. Água quente ou a falta dela e isotônico, pontos de água fora de lugar etc, são falhas que podemos citar sem entrar na questão de competitividade. Abraços, feliz Disney e 2013!

  12. Vamos ressaltar também os lados bons da São Silvestre. Em que prova temos a oportunidade de ver o André vestido de índio (de viseira?) e todo pintado, parecendo bicho de faculdade? E VAI CERQUILHO!!!

  13. Realmente é apenas uma festa. Já corro há algum tempo, mas esta foi a minha primeira SS. Acho que se os organizadores tivessem noção da mina de ouro que tem nas mãos e fossem um pouquinho mais competentes teríamos uma prova muito melhor. Coloquei algumas sugestões em um blog que tenho (inclusive uma polemica). Se puder depois dar uma lida e comentada: http://runweslley.blogspot.com.br/

    Abraço e feliz 2013

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