Notícias admin 27 de abril de 2016 (0) (97)

Maratona de Atenas

Para celebrar minha décima maratona, procurei por alguma fora do país, a fim de que fosse algo diferente. Dentre algumas opções bacanas, acabei escolhendo a de Atenas. Mas ao fazer isso, não imaginava o quanto especial ela poderia ser. O percurso da prova, que também conta com corridas de 5 e 10 km, refaz o que teria sido feito pelo bravo soldado Fidípedes, que correu para avisar os atenienses sobre a vitória na batalha de Maratona em 490 a.C.
Ao chegar ao aeroporto, havia um estande do evento, onde me entregaram um mapa da cidade, algumas informações gerais, e um ticket que dá direito a qualquer meio de transporte da cidade gratuitamente.
A entrega dos kits aconteceu dentro de um ginásio e continha camiseta, número de peito e brindes dos patrocinadores. O número de peito também propicia 50% de desconto na entrada do Museu da Acrópole, que vale a pena uma visita.
A organização da prova é impecável. A largada acontece no estádio da cidade de Maratona, em clima de muita festa. Para chegar lá, são disponibilizados ônibus que levam os corredores partindo de pontos diferentes de Atenas.
A prova é dura! Após a saída, que acontece às 9 horas e é feita em ondas, percorremos aproximadamente uns 10 quilômetros no plano, ainda na cidade de Maratona. Nessa parte, passamos pelo Memorial da Guerra e a Tumba de Maratona. Depois, o percurso começa a ter algumas subidas e descidas. A partir do 18º km inicia-se uma longa e desgastante subida. Percebi que a cada quilômetro havia equipes médicas prontas para qualquer atendimento, que era bem frequente.
Vale dizer que durante todo o percurso os corredores são saudados pelos moradores, que gritam "bravo" ou "kalimera" (bom dia) o tempo todo. Há também DJs, grupos de danças típicas e bandas tocando ao longo do caminho. Outro fator marcante foram algumas crianças que, em determinados pontos, entregavam raminhos de oliveiras aos corredores.
O abastecimento também é ótimo, com postos de água e isotônico, entregues em garrafas, além de barras de cereal, géis energéticos, esponjas de água gelada e Coca-Cola.
O famoso "muro dos 30", tão temido pelos maratonistas, trabalha a nosso favor nessa prova, já que a partir desse ponto, o percurso é todo em leve descida, até a chegada.
O final da prova é maravilhoso e muito emocionante. Depois de uma descida mais acentuada, você faz uma curva para a esquerda e entra no fabuloso Estádio Paratinaikos, que foi construído em 566 a.C., teve inúmeras competições ao longo de sua existência, e abrigou jogos da primeira olimpíada da era moderna, em 1896. Lá também foi a chegada da Maratona Olímpica em 2004, onde nosso ídolo Vanderlei Cordeiro de Lima faturou o bronze.
Uma lesão na panturrilha em uma prova, semanas antes, comprometeu a fase final do meu treinamento, me custando bons minutos. Terminei um pouco além de 4 horas e meia.
Segundo o site da prova, 43 mil inscritos participaram da maratona e das provas paralelas, no dia 8 de novembro. O grego Christoforos Merousis foi o vencedor, com o tempo de 2:21:22. Entre as mulheres, a mais rápida foi a japonesa Minori Hayakari, que completou em 2:52:06.
Terminar uma maratona, seja onde ela for, é algo muito marcante e emocionante para nós corredores. Mas participar e concluir a Maratona de Atenas é algo que marcou minha vida de corredor. A dor é grande, mas a emoção funciona como um analgésico. Recomendo a todos!

Luiz Henrique Sperb é assinante de São Paulo

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