André Savazoni
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Eu poderia fazer um post somente com as dezenas de motivos justos para o cancelamento da Maratona de Nova York. Uma decisão mais do que acertada devido aos problemas gerados pela passagem do furacão Sandy. Porém, considero o momento da oficialização do problema, ontem à noite, completamente fora de tempo.
A prova deveria ter sido cancelada na segunda-feira. Não foi. Na terça. Não foi. Na quarta? Pelo contrário, a prefeitura a confirmou. Isso fez com que milhares de pessoas tomassem a decisão de embarcar. Tenho muitos amigos e conhecidos nessa situação. Embarcar não para fazer turismo (não é momento), mas para correr a maratona. Esse, para mim, foi o grande erro.
O que mudou de quarta-feira para sexta-feira? Nada. Os problemas continuam os mesmos de dois dias antes. A pressão popular já existia na terça, na quarta… meu amigo João Theoto Junior, que estava passeando em Nova York em férias e acompanhou a passagem do furacão, tinha me passado essas informações, sobre as críticas e pressões para a não realização. O US Today deu a manchete na quarta-feira falando que não era tempo para maratona.
Para mim, entregar os kits na quinta e sexta, também foi algo surreal. Pensando simplesmente no lado do corredor, você reforçou o sonho e depois o matou.
Antes de viajar, por decisões tomadas aqui no Brasil, por exemplo, você poderia trocar as passagens aéreas sem custo ou conseguir a restituição de boa parte do que foi pago aos hotéis, viajando e estando lá, toda essa possibilidade acabou. Não há qualquer ressarcimento. Foi em férias? Ainda pode salvar o passeio indo para outros locais. Mas e quem iria só para correr?
Os problemas causados em Nova York e New Jersey são muito maiores do que a maratona. Às áreas destruídas precisam ser recuperadas, as pessoas terem suas casas novamente, agora, o gerenciamento de crise da prefeitura de NY não deve ser indicado para ninguém.
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Erraram. Excesso de otimismo, excesso de confiança na recuperação, sensação de que se as coisas estão bem em Manhattan, estão bem nos outros boroughs, sei lá. Só sei que concordo, erraram. Neste ano NY já estava bem conturbada, com as polêmicas dos guarda-volumes. Essa exportação de know-how da Yescom realmente não está fazendo bem pra prova…
O grande erro desse episódio foi a decisão precipitada do prefeito de “bancar” a realização do evento apesar da catástrofe. Uma Maratona deve sempre ser uma festa do esporte para a cidade onde é realizada. É óbvio que não há clima, condições e motivo para realizá-la nesse momento. É uma questão de bom senso. É triste pra todos que gostam de corrida-de-rua, mas é bem pior pra aqueles que perderam tudo com o furacão. Claudio Onofre
Lamentável. Misto de querer realizar a prova para poder atender ao desejo de tantos corredores, unido ao misto de prepotência. Pior que o evento gera cerca de R$ 690 milhões a cidade!
é o preço daquele “american dream”, onde tudo em terras gringas se resolvem de um dia pro outro… pode ser rapido, alias, é 10x mais rapido e mais organizado que aqui até tragedia, mas vemos que não ser resolve em uma semana
alias, se fosse em terras brasileiras, capaz de ter sido comprometido até as olimpiadas que é daqui a 5 anos
Concordo com todos e acrescento algo a mais que chama-se BUSINES e esquecem que a grande maioria daqueles que estão la se apresentam para uma realização de um sonho,de superar seus limites, não em busca de BUSINES, A realizacao da prova seria uma falta de respeito aos que estao CORRENDO atras de seus prejuízos. O cancelamento da Prova em cima “do momento da largada” mostra total falta de respeito a nos míseros corredores amadores.
Prefeito de NYC conseguiu com esta tardia atitude provocar estragos no MARAVILHOSO mundo da corrida de Rua na proporcao do Furacão Sandy.
INADMISSIVEL.
Caro André,
Se me permite discordar, análise de gerenciamento de crise após decisões tomadas é bem fácil devido aos vários “e se tivesse feito isso ou aquilo”. Difícil é tomar as decisões certas no momento certo e no calor da crise.
Sendo assim, penso que culpar o prefeito pelas decisões tomadas por cada corredor que iria para NY, simplesmente pelo fato dele ter confirmado a prova na quarta, não seria o mais correto.
Pergunto: por ele ter confirmado na quarta, não poderia rever a decisão depois?
Acredito que cancelar antes seria maior a frustração dos corredores porque ficaria a dúvida: ainda dá tempo de fazê-la acontecer, porque não tentar?
Penso que cada um, tem que decidir com base nas informações e assumir as consequências e não buscar um culpado. Sei de corredor, que mesmo com a maratona confirmada cancelou a viagem e o sonho da prova foi apenas adiado. Dizer que o sonho acabou é forçar a barra.
Agora, na quinta-feira (01/11) o seu post aqui no blog (http://t.co/j88RoYB4) não sugeriu em momento algum que a decisão do prefeito tinha sido errada. As dezenas de motivos para o cancelamento não existiam naquele dia???
E por último, se em todos os anos os novaiorquinos fizeram a diferença pelos maratonistas, porque em 2012 os corredores que foram até lá não podem fazer a diferença e ajudá-los?
Abs, Joaquim Cavalcanti
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Joaquim, boa tarde, discordar é sempre ótimo.
Primeiro ponto, só um comentário jornalístico: os textos que escrevo para o blog Últimas, são informativos. É um blog de notícias. Nele, não damos nossas opiniões (eu e quem escreve, isso fica para os blogs pessoais). Então, no texto citado por você, meramente, informamos as notícias que recebemos e apuramos de Nova York, sem um posicionamento porque lá não é o lugar.
Quanto à decisão do prefeito, passei o dia trabalhando na Expo na Golden Four Brasília, e dezenas de leitores vieram conversar comigo falando de amigos que só viajaram depois da confirmação do prefeito. Não iriam, mas com a “certeza” da prova, embarcaram. Gente que pegou o avião na quinta, para chegar lá na sexta, correr a prova domingo e embarcar novamente no retorno ao Brasil de noite. Então, para mim, a decisão do prefeito na quarta-feira foi sim equivocada.
Abraço
André
E vão devolver os R$ 800,00 de inscrição ??
Nishi, não entendi o padrão Yescom que você mencionou. A Yescom já fez alguma prova sem guarda-volume, ou confirmou uma prova 6 dias antes e depois cancelou faltando 2 dias ? De qualquer forma, quase a totalidade da grana que 50.000 pessoas gastariam em NY foi gasta. Nesse aspecto, o prefeito de NY não pode reclamar.
Amigos,
Existe algo acima de tudo isso: as PESSOAS.
Não tenho a pretensão de ser dono da verdade, mas as pessoas envolvidas diretamente pela tragédia merecem uma atenção especial.
Certo ou errado, a decisão foi tomada. E ver a matéria “No Foco” com o Marilson no Central Park é enigmática…
Deus abençoe as famílias vitimadas pelo fenômeno Sandy. Nossa reflexão deve ser, agora, sobre o que podemos fazer pelo nosso ‘revoltado’ planeta.
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Carlos, só para complementar, não questiono o cancelamento da prova. Acho correto. Critico como ela foi feita.
Abraço
André
Penso exatamente como vc André e foi exatamente o que comentei no twitter (@luisfluchi). Motivo justo, mas cancelamento absolutamente intempestivo. Grande abraço. Nos vemos na Disney ou na São Silvestre
Caro André, agradeço o esclarecimento e sugiro uma reflexão para todos nós corredores: se a decisão do cancelamento foi no tempo errado, como todos insistem, pergunto: quem que colocou o Prefeito e a organização da prova contra a parede até o último instante pela realização da maratona? Porque nós corredores demoramos tanto para nos sensibilizarmos com a real situação em NY? Porque nós corredores não fomos capazes de adiar um sonho apesar de todo o esforço superado até a linha de largada?
Maratona é muito bom, mas muitas vezes nós corredores (e até mesmo os mais experientes), somos enganados pelo nosso orgulho e nossas conquistas.
Meu respeito e minha admiração pelos 42k se modificaram bastante pós Maratona de NY 2012.
Tenho certeza que a Maratona de NY 2013 será inesquecível e uma das melhores de todos os tempos. Espero poder fazer parte dessa grande festa.
Bons treinos a todos! Abs Joaquim
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Joaquim, na verdade, pelo que conversei com as pessoas aqui no Brasil e fora, não foram os corredores que colocaram o prefeito na parede. A opinião pública americana, desde segunda-feira, cobrava o cancelamento. Os corredores estavam até conformados, aguardando uma posição oficial das autoridades. Nesse caso (é o ponto que critico), veio a “confirmação” da prefeitura. Aí, quem não iria, foi. Pessoas mudaram de ideia. Não só brasileiros como americanos. Uma viagem de Los Angeles para NY por exemplo também é longa e cara.
Não descarto a situação política também, com a eleição presidencial amanhã.
Abraço
André
Caro André, pela REALIZAÇÃO da Maratona penso sim ter sido os corredores que colocaram o prefeito na parede, mesmo tendo ficado apenas “esperando uma posição oficial” (se cancelassem a prova com mais antedência nenhum corredor iria reclamar, né? Todos entenderiam…). Quantos corredores entraram em contato com a organização da prova sendo solidários com as vítimas e solicitando o cancelamento da prova? Quantos corredores lembraram que a prova sem o público nas ruas não era Maratona de NY? Quantos corredores se imaginaram na situação das vítimas para decidir se iriam ou não para a prova independente da decisão oficial?
Já pelo cancelamento da Maratona foi a opinião pública americana…
Logo, o que questiono é: porque nós corredores demoramos tanto para nos sensibilizarmos com a real situação dos moradores? Porque nós corredores não fomos capazes de adiar um sonho apesar de todo o esforço superado até a linha de largada?
Porque muitos corredores ainda hoje estão pensando apenas na parte financeira (se vão devolver ou não o valor da inscrição…)
Penso ser essa a questão.
Fico feliz pelos corredores que mesmo tendo ido souberam ajudar e homenagear as vitimas, cada um da sua forma.
Com relação a forma do cancelamento, realmente existiam diversas formas de se fazer, mas depois de feito sempre existirão outras formas melhores que na hora da decisão ninguém consegue apontá-las…