Existe uma verdade inconteste, quando de fala de maratonas: as com trajeto plano e que acontecem em baixas temperaturas (entre 10 e 15 graus) são as melhores para a obtenção de marcas rápidas ou para que o desafio dos 42 km seja menos duro.

Naturalmente que outros fatores são também importantes, como uma boa organização (especialmente o abastecimento durante a prova) e a participação de bastante gente, que é sempre estimulante. Alguns outros, por vezes destacados, acabam não sendo tão significativos, como o visual que se vai ter no percurso, o público acompanhando, o kit da inscrição e muito menos o valor desta.

E não se pode deixar de citar um detalhe que é fundamental para muitos corredores: a melhor maratona é aquela que acontece na sua cidade ou região, porque tudo fica mais fácil, inclusive uma eventual desistência não será considerada uma grande tragédia, já que a opção não envolveu altas despesas, viagens etc.

Apresentada essa introdução, fica mais fácil entender o resultado da enquete que está no ar aqui no site, onde se pergunta em qual maratona brasileira do primeiro semestre a pessoa pretende participar, com vistas à obtenção de índice para o Ranking seletivo montado pela CR, e que será divulgado paulatinamente no site, até sua versão final em dezembro.

Porto Alegre aparece na liderança, com folga, graças notadamente à quase certeza que irá ocorrer sob temperatura fria ou mesmo muito fria. Também é conhecido seu trajeto plano, mas que não é exclusividade da maratona gaúcha, na medida em que a do Rio também assim se apresenta, assim como a que acontece em Floripa no mesmo dia (19/06).

Esta nem foi colocada como alternativa na pesquisa do site, porque nas últimas edições não disponibilizou os resultados para a CR, numa atitude de total falta de transparência, e consequentemente as marcas lá alcançadas não valeram para o Ranking, o que deixou muita gente frustrada, com razão.

Para ficar apenas nas mais concorridas, a de São Paulo não é muito favorável tanto no quesito percurso como temperatura, por acontecer no começo de abril, mas as largadas a partir das 6 horas tornam esse aspecto menos influente, para quem termina em até 4 horas, o mesmo valendo para o Rio.

De forma geral, 1/3 dos concluintes nas maratonas oficiais brasileiras consegue entrar no Ranking da CR, ficando abaixo dos tempos-limite de sua faixa etária. Mas a variação entre cada prova é acentuada, não apenas pelas suas características, como pelo público participante.

Sabidamente, dos inscritos em Porto Alegre boa parte é dos chamados corredores “competitivos”, que se dedicam aos treinamentos, daí que, em 2019, 48% dos 3.167 que completaram foram ranqueados.

Já em São Paulo e Rio esse índice de ingresso ficou respectivamente em 22% e 23% naquele ano, o mesmo acontecendo em Brasília. Mas, confirmando a importância da “qualidade” dos participantes na definição do grau de ingresso no Ranking, na de Uberlândia, com percurso e clima apenas razoáveis, quase 37% dos concluintes se ranquearam. Aliás, a Nilson Lima terá mudança de percurso este ano, com os últimos quilômetros em leve descida, e chegada dentro do Estádio Parque do Sabiá (FOTO de abertura), onde também começará a corrida.

Abaixo, os tempos de qualificação para o Ranking da CR, que seleciona os melhores maratonistas brasileiros por faixa etária.

TEMPOS-LIMITE DE QUALIFICAÇÃO PARA O RANKING DA CR