Notícias zDestaque Centro Redação 31 de dezembro de 2021 (0) (307)

SS 2021: campeões de 2018 faturam o bi e Brasil fica em 2º no masculino e 3º no feminino

A Corrida Internacional de São Silvestre retornou despois de um ano de pausa e num cenário bem diferente em relação à expectativa de vitória para o Brasil dos últimos anos, desde a aposentadoria do maior campeão do país na prova, Marilson Gomes dos Santos, que venceu a corrida três vezes, a última delas em 2010. Afinal, Daniel Nascimento, depois de conquistar a 11ª colocação em 2019, chegou na prova como um dos destaques e postulantes ao título.

O jovem atleta, agora com 23 anos, soma à bagagem vitoriosa nas competições de base vários outros resultados expressivos na categoria adulto, o último deles obtido na Maratona de Valência, na Espanha, quando foi 9º colocado com 2:06:11, segunda melhor marca sul-americana de maratona na história.

Daniel, que se mudou definitivamente para o Quênia para treinar, desembarcou no Brasil com a expectativa de um grande resultado, mas sabendo que não teria disputa fácil. Afinal, entre os estrangeiros em destaque estavam dois atletas também com resultados expressivos, como o queniano Elisha Rotich, campeão e recordista da Maratona de Paris de 2021, e o etíope Belay Bezabh, campeão da São Silvestre em 2018, vice em 2017 e campeão da disputadíssima Meia-maratona de Nova York em 2019.

A largada da elite masculina e dos amadores aconteceu às 8h05 da manhã, com 20 mil corredores, um número menor em relação aos anos anteriores devido à pandemia. A disputa do masculino foi bem equilibrada. Até o km 12, sete atletas ainda se mantinham na frente, sempre com Daniel Nascimento puxando o pelotão. O pelotão foi de desfazendo aos poucos, sobrando apenas o brasileiro e o etíope Belay Bezabh na briga pelo lugar mais alto do pódio.

A prova foi definida quando os atletas entraram na Av, Brigadeiro Luís Antonio e o etíope levou vantagem sobre o brasileiro. Belay Bezabh, de 26 anos, cruzou a linha de chegada na Av. Paulista em primeiro, com o tempo de 44:54, sagrando-se bicampeão da prova.

Daniel conseguiu segurar a segunda posição, fechando os 15 km em 45:09, um excelente resultado e que mostra que o atleta pode alçar voos ainda maiores. “Estou feliz com esse resultado, que demonstra minha evolução. Sempre tive bom desempenho, mas achava que precisava evoluir, então fui ao Quênia buscar essa melhoria. E, concluir este ano de 2021 com esse segundo lugar, coroa o meu melhor ano em competições. Agora é comemorar e continuar trabalhando para o constante desenvolvimento e assim buscar a vitória”, contou Daniel.

Na terceira posição, chegou o boliviano Hector Flores, com 45:15, seguido pelo queniano Elisha Rotich, em quarto, com 46:26.  O brasileiro José da Silva fechou o pódio na quinta colocação, com 46:35.

DEU QUÊNIA NO FEMININO

O lugar mais alto do pódio no feminino, que largou às 7h40, também foi um repeteco de 2018. A queniana Sandrafelis Chebet, de 23 anos, conquistou o bicampeonato da prova. Diferentemente da corrida masculina, em que a prova teve pelo menos até o km 12 vários postulantes ao lugar mais alto do pódio, entre as mulheres, Sandrafelis teve apenas a companhia da etíope Yenenesh Dinkesa até o km 10, mas depois ditou o ritmo como queria, até cruzar a linha chegada em primeiro com o tempo de 50:06. Yenenesh Dinkesa chegou em segundo, com 51:26.

MELHOR BRASILEIRA DEFINIDA NO SPRINT FINAL

A emoção final ficou por conta de uma disputa particular para saber quem seria a melhor brasileira. Jenifer do Nascimento (na foto, à direita) e Valdilene Silva (à esquerda), a Nininha, travaram um duelo à parte nos metros finais em busca da terceira posição. Jenifer levou a melhor e conquistou o terceiro lugar, com 53:32. Valdilene ficou em quarto, com 53:33, seguida de outra brasileira, Franciane Moura, na quinta posição, com 54:10.

“Eu sabia que ia ser difícil. A Valdiline esta muito bem, fez o índice para o mundial na meia. Minha especialidade é nos 5 e 10 mil. Então é uma distância intermediária tanto pra mim quanto pra ela. Ela sabia que meu final é forte e eu também sabia que está bem resistente. No finalzinho, faltando 4 km, ela me alcançou e minha estratégia era não deixar ela passar porque talvez eu não  conseguisse recuperar”, conta a atleta, que participa da São Silvestre pela terceira vez. Em 2018, ela também foi a melhor brasileira, com a 8ª colocação, com 54:05. Além de melhor a posição, Jenifer fez também seu melhor tempo na São Silvestre.

Vale destacar a performance da triatleta olímpica brasileira Luísa Baptista, que ficou na sexta posição e comemorou nas redes sociais o recorde pessoal nos 5 km e nos 10 km dentro da São Sivestre. “6ª colocada na 96ª Corrida de São Sivestre! De presente, PB nos 5 km (16:17) e 10 km (34:20)”, postou a atleta, que tem como próximo Desafio o Ironman 70.3 de Pucón, no Chile, no dia 9 de janeiro.

BICAMPEONATO ENTRE OS CADEIRANTES

Na disputa dos cadeirantes, Leonardo de Melo faturou o bicampeonato da prova. O paratleta, que ficou dois anos sem competir por conta da pandemia, fechou os 15 km com o tempo de 48:41.

No feminino, a campeã foi a estreante Josiani Nowacki (foto), com o tempo de 55:35. Ela começou a competir em 2017 e foi campeã das 10 Milhas Garoto em 2019.

Vanessa Cristina, que buscava o tetracampeonato da prova, sofreu um acidente logo no início e fechou em segundo, com 1:02:07. “O piso estava molhado e, na metade da descida, tentei frear a cadeira para descer devagar, mas acabou deslizando muito e meus dois pneus saíram para fora. Perdi o controle da cadeira. Por milésimo consegui desviar porque eu ia dar de cara com o poste”, conta a atleta.

Fotos: Fernanda Paradizo

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