20 de setembro de 2024

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Notícias admin 2 de novembro de 2015 (0) (125)

Vale tudo pelo top 100. Menos treinar!

A Contra-Relógio vem noticiando nos últimos anos casos de corredores brasileiros que vem burlando os sistemas de classificação e premiação de provas, e não apenas no país. A última dessas malandragens ocorreu na etapa de São Paulo da Golden Four Asics, quando em busca de uma medalha especial a artimanha foi simplesmente cortar caminho.
O problema não é novidade. Já ocorreu no próprio circuito de meias-maratonas da Asics, mas agora ganhou uma proporção maior, principalmente por ter sido mais escancarado e em maior número. As irregularidades chamaram a atenção da Asics, que divulgou uma nota oficial informando a desclassificação dos cortadores e prometendo medidas mais abrangentes de fiscalização para as próximas edições.
"Constatamos que alguns corredores usaram de artifícios ilegais para conquistar a tão desejada medalha de top 100 masculino e top 20 feminino, entregues aos primeiros corredores que ultrapassam a linha de chegada, conforme o regulamento. A Asics e a Iguana Sports, organizadora da prova, lamentam este tipo de atitude e já estão tomando as medidas cabíveis para enviar medalhas aos corredores que perderam injustamente seus lugares entre os premiados. Todos que não tiveram marcação nos pontos de controle foram desclassificados. Além disso, as duas empresas estão buscando alternativas para aprimorar a fiscalização", informa o documento enviado em primeira mão pela Asics para a Contra-Relógio.
Na Golden Four, são premiados com medalhas especiais os 100 primeiros homens amadores e as 20 primeiras mulheres a chegar (descontando a elite). Nas faixas etárias, a base é pelo tempo líquido (e, mesmo assim, foram encontradas irregularidades também). Nessa premiação especial, vale o momento em que você cruza o pórtico de chegada. Ficou provado, então, que será necessária uma checagem antes de premiar com as medalhas douradas essas 120 pessoas. Até agora, as pessoas recebiam automaticamente no final.
O assunto ficou tão em alta nas discussões que registrou um recorde de acessos tanto ao site (www.contrarelogio.com.br) como ao Facebook da Contra-Relógio (www.facebook.com/rev.contrarelogio), com 50 mil pessoas envolvidas e corredores do Brasil inteiro se manifestando, deixando comentários e compartilhando a notícia. "Já corri quatro vezes a Golden Four: Brasília, Rio de Janeiro e duas edições em São Paulo. Fui top 100 nas quatro. A gente treina muito para isso e já vi muitos cortando caminho para conseguir a medalha", afirmou Anderson Ribeiro.

OUTRAS BURLAS. Além dos cortadores, mais relacionados à questão das medalhas douradas, outras burlas vêm acontecendo, como a inscrição de pessoas de mais de 60 anos, para pagar menos e depois outro qualquer correr no lugar. Também é comum nas equipes sobrar inscrição e aí são distribuídos os números de qualquer jeito, entre integrantes do grupo. Nesse sentido, entre algumas opções citadas no site e Facebook da CR está o número de identificação com cor diferente para as mulheres e também para os maiores de 60 anos.
Houve, também, pelas redes sociais da CR, uma cobrança para que a Asics/Iguana divulgasse uma lista dos desclassificados, até para que outros organizadores tomem conhecimento (como lembrança, problema semelhante aconteceu na etapa de São Paulo do Desafio Boost da Adidas, no ano passado).
Outra medida, essa já em vigor no exterior, para reduzir as possibilidades de gente correndo com número de outro, é fazer a entrega do kit somente para o atleta inscrito, individualmente. Nada de treinadores ou chefes de equipe pegarem, como é comum por aqui. E nesse momento haveria a colocação de uma pulseira (essas de área vip) que seria obrigatória para entrar nas baias de largada e na área de chegada, para receber medalha, lanche e brinde, quando houver.
No caso da prova da Asics, também se constatou casos de corredores levando o número de peito para colegas de equipe, próximo do final, para que chegassem sem restrição e fossem recebidos como inscrito regular. Vale citar ainda a Meia da Mizuno em SP, este ano, em que muitos foram os casos de "kits compartilhados", ou seja, um corre com o número de peito, outro do grupo com a camiseta da prova e um terceiro com o chip, todos pegando medalha e lanche no final (e faltando para os devidamente inscritos).

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